quinta-feira, 30 de novembro de 2023

FOLHAS DE OUTONO e +

Antonio Carlos Egypto

 

 

Há uma profusão de lançamentos nos cinemas.  Algo que acaba soterrando alguns filmes que mereceriam atenção.  Já comentei aqui na semana passada sobre “Monster”, que é um excelente trabalho do cineasta japonês Kore-Eda.  Agora, gostaria de destacar “Folhas de Outono” e comentar mais dois filmes.

 



FOLHAS DE OUTONO (Kuolleet Lehdet), Finlândia, 2023.  Direção: Aki Kaurismaki.  Elenco: Alma Pöysti, Jussi Vatanen.  81 min.

 

A canção Fallen Leaves dá nome e serve de inspiração ao filme “Folhas de Outono”. A direção é do experiente e talentoso Aki Kaurismaki, que já teve filmes exibidos na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em pelo menos 15 edições diferentes.  Ele e seu irmão Mika puseram a Finlândia no mapa do cinema. Neste filme, como em tantos outros anteriores, os deserdados da sorte ocupam o primeiro plano.  São solitários, desajeitados, estranhos, invariavelmente há abuso de álcool, falta de dinheiro e de emprego decente.  No entanto, o clima não é dramático, é tragicômico.  A gente ri, tem pena, dá raiva da imbecilidade de alguém ou algo nos surpreende.  As múltiplas referências ao cinema e a filmes significativos para sua história fazem a alegria e a distração dos cinéfilos.  O humor e a leveza no trato das situações, muitas vezes dramáticas, dão o tom de “Folhas de Outono”.  O clima de profunda estranheza e atitudes inusitadas é uma marca característica do cineasta.  A gente sai do cinema em alto astral. 

 


PEDÁGIO, Brasil, 2023.  Direção: Carolina Markowicz.  Elenco: Maeve Jinkings, Kauan Alvarenga, Thomas Aquino, Aline Marta Maia, Isac Graça.  101 min.

 

No ano passado, vimos “Carvão”, primeiro longa de Carolina Markowicz, que era um trabalho bastante instigante, bem construído e bem realizado.  Agora, ela nos apresenta “Pedágio”, que combina vários elementos, como a canalhice da tal cura gay, realizada por pastores, no caso, um estrangeiro, a um custo alto, e metodologia risível e inócua.  Até porque se propõe a fazer algo impossível.  O filme mostra isso bem, mas associa à falta de dinheiro e às condições miseráveis da trabalhadora do pedágio, Suellen (Maeve Jinkings), o que a leva a se envolver com atos criminosos.  Assim se caminha para o gênero policial e de suspense.  Com isso, o foco do filme se dispersa e os elementos que o constituem perdem um pouco da força.  Há problemas também na edição, linear, que mantém a funcionária, que estaria demitida, nas cenas seguintes agindo no trabalho.  Nem por isso o filme deixa de ter interesse, até porque tem um belo elenco e cenas bem realizadas.  Só não tem a mesma força do filme anterior da diretora.

 


SOFTIE, França, 2021.  Direção: Samuel Theis.  Elenco: Aliocha Reinent, Antoine Reinartz, Mélissa Oleka, Izia Higelin.  93 min.

 

Johnny (Aliocha Reinent), um menino de 10 anos, de aparência andrógina, está em busca de entender o mundo dos adultos, especialmente o de sua mãe, e aquilo que já começa a se passar com ele.  Ao encontrar num professor aceitação e estímulo ao autodesenvolvimento, ele projeta nele uma paixão, apesar dos cuidados que o mestre toma nesses contatos.  Johnny estará se descobrindo a partir daí.  A narrativa segue os parâmetros dos relacionamentos aluno-professor, em que a fantasia das crianças ou pré-adolescentes se dirige aos educadores como paixão.  No caso, aqui, no terreno homoafetivo.  Sem muita novidade. Vale pelo desempenho do ator mirim, escolhido a dedo, que se sai muito bem no papel e, com sua imagem e desempenho, contribui para dar veracidade à trama.  E tem um bom elenco ao lado dele.  O diretor Samuel Theis explica que a história se baseia na sua infância, tem muitos elementos autobiográficos, ao lado de alguma ficção.


quarta-feira, 29 de novembro de 2023

FILME HISTÓRICO

Antonio Carlos Egypto

 


Foi descoberto um documentário brasileiro histórico, realizado entre 1918 e 1920, numa época em que o próprio conceito de documentário não estava firmado.  Claro que os filmes que deram início ao cinema, realizados pelos irmãos Lumière na França, datados de 1895, são documentais.  Como classificar “A Chegada do Trem na Estação” e “A Saída dos Operários da Fábrica Lumière” de outra forma?  Eram filmes só com 50 segundos de duração cada um, conquanto haja mais de 1000 filmes desses. 

 

Enfim, o documentário em questão é AMAZONAS, O MAIOR RIO DO MUNDO, realizado por Silvino Santos (1886-1970), cineasta luso-brasileiro, e tem 66 minutos de duração.  Esse filme estava desaparecido, considerado como perdido, desde meados dos anos 1930.  Surpreendentemente, foi reencontrado, com título alterado, como se fosse norte-americano, pelo Arquivo Nacional de Cinema da República Tcheca.  Imagine só. Foi lá que foi identificado e suas imagens disponibilizadas para a Cinemateca Brasileira, por Klára Trsková, que fala português (de Portugal) e esteve presente em vídeo ao debate realizado após o filme, aqui na Cinemateca, em 22 de novembro de 2023, com Eduardo Morettin, Sávio Luís Stoco, mediado por Giuliana de Toledo.

 


O desaparecimento se explica também porque um colega de Silvino, Propério de Mello Saraiva, levou o filme para comercializar na Europa, mudou o título e o vendeu como se fosse dele.  O próprio Silvino “refez”, refilmou o seu trabalho, e com o título de “No Paiz das Amazonas” obteve êxito em 1922.

 

AMAZONAS, O MAIOR RIO DO MUNDO é muito bem realizado, mostra enfaticamente a beleza da natureza, em exuberante fotografia em preto e branco, restaurada.  É bastante didático, ao mostrar festas populares, povos indígenas e, principalmente, as possibilidades produtivas da Amazônia, com a extração e comercialização de borracha, da castanha do Pará, do algodão, dos peixes, da mandioca, etc.. Na verdade, prega a exploração desses recursos sem questionar as consequências para o meio ambiente.  Seria pedir muito naquele tempo?  Talvez, mas os interesses industriais e comerciais já eram bastante claros, então.

 

De qualquer modo, a redescoberta do filme ajusta os ponteiros para a história do cinema brasileiro e mundial.  Basta dizer que o primeiro grande documentário conhecido e com destaque na história do cinema é o franco-estadunidense “Nanook, o Esquimó” (Nanook of the North), de Robert Flaherty, com 83 min., de 1922. 

 

A Cinemateca Brasileira seguirá realizando exibições do filme, não só em São Paulo, mas em diversas cidades brasileiras.  Quem tiver a chance de vê-lo vai gostar.  Originalmente mudo, foi exibido com uma trilha sonora original, composta pelo compositor Luiz Henrique Xavier, que quebra a expectativa da grandiloquência das imagens com muita eficiência.  Os intertítulos em tcheco estão traduzidos.

 

 

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

MONSTER

Antonio Carlos Egypto

 

 


MONSTER (Kaibutsu).  Japão, 2023.  Direção: Hirokazu Kore-Eda.  Elenco: Sakura Ando, Eita Nagayama, Soya Kurokawa, Hirata Hiragi.  126 min.

 

Kore-Eda é o mais criativo e autoral cineasta japonês em atividade.  Seu mais recente trabalho, “Monster”, recebeu o prêmio de melhor roteiro, de Sakamoto Yuji, em Cannes. O filme também marcou o último trabalho musical de Ryuichi Sakamoto, falecido em março último.

 

E, afinal, quem é o monstro?  Pergunta cantada e reiterada ao longo da narrativa do filme, especialmente pelas crianças.  Tratada com muita dificuldade, como tema sério, pelos adultos.  Monstruosidades são percebidas pelos outros, por nós mesmos, pelo contexto que as cria e alimenta.  Mas essa não é verdadeiramente a questão.  É só o invólucro de um conjunto de coisas muito maior. Que envolve um grande número de emoções, diversas e conflitantes, que vão da rejeição à violência, passando pela ternura, pela amizade, pelo desejo que surge e também pela incapacidade quanto ao enfrentamento dos problemas.

 

Duas crianças, dois meninos, com destaque para o desempenho de Soya Kurokawa como Minato, protagonizam uma história que inclui bullying e violência na escola fundamental, mexe com a mãe de um deles e as acusações que são lançadas contra um professor. Há histórias pessoais estranhas que envolvem a diretora do estabelecimento escolar.

 

A forma como essas coisas são apresentadas em reuniões do colégio, em que professores, a diretora e a mãe, estão conectados nos revela um grande problema. Não há enfrentamento das questões, apenas desculpas e reverências, para que tudo fique como está.  Ou seja, curvar-se e pedir desculpas formalmente, sem admitir e muito menos tentar resolver o problema.

 


Enquanto isso, as crianças se estranham, se provocam e rejeitam umas às outras, ao mesmo tempo em que se aproximam, se tornam amigas, mesmo tendo de esconder essa amizade.  E exploram seus medos e suas fantasias, entre elas as das perdas e da morte.

 

É dentro de um clima que exala sensibilidade, ternura, compaixão e esperança, que circulam as crianças, numa narrativa poética e humanista.  Um filme para fruir, se deixar levar pelo cotidiano desse universo escolar, que os personagens infantis transcendem, e os personagens adultos acabarão por se entender também, de algum modo.

 

Sem esquematismos, sem soluções fáceis, mas também sem investir no drama insolúvel ou na tragédia, “Monster” tem leveza e frescura ao falar das monstruosidades que nos assustam e que estão logo ali, ao virar a esquina.  Mais um grande filme de Kore-Eda, que já nos deu “O Que Eu Mais Desejo” de 2011, “Pais e Filhos”, de 2013, “Nossa Irmã Mais Nova”, de 2015, “Depois da Tempestade’, de 2016, “Assunto de Família”, de 2018, “Broker, Uma Nova Chance”, de 2022, entre outros.  Uma filmografia notável.



domingo, 12 de novembro de 2023

CINEMA PARA TODO LADO

            Antonio Carlos Egypto

 

 


O 31º. MIX BRASIL, maior festival LGBT+ da América Latina, já está em andamento e os filmes podem ser vistos até 19 de novembro, com entrada gratuita, no Cinesesc, Centro Cultural São Paulo, Spcine Olido, Museu da Imagem e do Som e Instituto Moreira Salles.  Além de filmes, várias outras atividades estão previstas.  Veja em mixbrasil.org.br  Alguns títulos podem ser vistos on line  no Sesc Digital e em www.spcineplay.com.br

 

O FESTIVAL DE CINEMA ITALIANO pode ser acompanhado on line e gratuitamente em https://festivalcinemaitaliano.com  Há uma mostra de filmes inéditos e outra, retrospectiva de clássicos, até 09 de dezembro de 2023.

 

A 8ª. MOSTRA DE CINEMA CHINÊS on line  “Em Busca da Luz”, promovida pelo Instituto Confúcio e pelo Centro Cultural São Paulo, disponibiliza 8 longas-metragens de produção chinesa recentes.  Os filmes podem ser acessados gratuitamente em https://mostracinema.institutoconfucio.com.br e na plataforma www.spcineplay.com.br, de 15 a 30 de novembro de 2023.

 

Em evento realizado pelo Instituto Goethe, Midiativa, Spcine, ESPM e outros, acontece o SCIENCE FILM FESTIVAL BR  2023 on line  e gratuito, que disponibiliza 48 filmes de 21 países, sobre Ativismo Infanto-Juvenil, Povos Originais e Comunidades Tradicionais.  Os filmes podem ser acessados e também levados à sala de aula, até 20 de dezembro, por meio de Youtube FF BR ou do site do SFF.

 


E, ainda, de 09 a 22 de novembro, está no complexo de cinemas Cinépolis, em 13 cidades brasileiras, o FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS 2023.  Os filmes são pré-estreias do que entrará em circuito comercial em breve, mas inclui alguns clássicos restaurados. 

 

Com tanta coisa para ver nos cinemas e em casa, não dá para se queixar.  Só se for do excesso de ofertas.

 

 

 

terça-feira, 7 de novembro de 2023

MEU BALANÇO DA # 47 MOSTRA

Antonio Carlos Egypto

 

O primeiro aspecto a ser ressaltado é a própria existência da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, já em seu 47º. Ano.  É uma vitória e tanto essa continuidade, passando por todo o período de censura da ditadura militar, a dificuldade de obter apoio publicitário nos primeiros anos, os tempos recentes da extrema direita atacando a cultura, a pandemia.

 

Voltamos à Mostra presencial, após o período da pandemia, em que o evento sobreviveu on line, total ou parcialmente.  Foi bom ver que o público cinéfilo voltou.  As sessões noturnas e de fim de semana cheias, vários filmes tiveram ingressos esgotados, deixando alguns espectadores sem conseguir assisti-los.

 


Houve mudanças nos cinemas que exibiram a Mostra.  Alguns saíram, como o Belas Artes e o Marquise, no Conjunto Nacional, justamente onde fica a Central da Mostra.  Em compensação, vimos a Cinemateca Brasileira em grande atividade durante o evento, não só nas sessões de cinema, como nos debates e lançamentos de livros.  E lá também a inauguração do Espaço Petrobrás, agora uma ampla área coberta. O cinema Sato, na Liberdade, que exibiu filmes orientais da Mostra, teve também muito público.  O Frei Caneca, com 4 salas, recebeu público com intensidade, como de costume. Eu vi o Reserva Cultural com o saguão completamente lotado, numa terça-feira, às 17:30 h.  O Cinesesc, o Itaú Augusta e o Anexo, também tiveram bom público.  Enfim, o cinema voltou a reunir e entusiasmar as pessoas.  Os encontros, conversas, debates sobre os filmes e sobre a programação, correram soltos e isso tudo fluiu muito bem.  Foi uma grande notícia a ampliação dos patrocínios para este ano, com a volta da Petrobrás para o seu papel indispensável de promoção da cultura.  E outros apoios mais.

Também houve problemas: cancelamento de sessões à última hora, atrasos, cinema com projeção escurecida, como o Itaú Augusta, sala 1, ajustes sonoros muito ruins em sessões do Frei Caneca.  Vou citar duas: na sessão do filme “Não Espere Muito do Fim do Mundo”, parecia que o fim do mundo estava mesmo à espreita, tal o volume alto em que o filme foi exibido.  Foi uma das piores experiências que tive, o filme mais barulhento a que já assisti.  Ele até que não seria ruim, não fosse exibido assim.  Em outro dia, também no Frei Caneca, tive que assistir ao belo “Folhas de Outono” com som muito baixo.  O que terá acontecido por lá?  Bem, as outras sessões a que assisti estava tudo OK.  O Cinesesc esteve impecável em termos de projeção e som, mas também teve sessão interrompida por falta de luz.

 

Tudo isso faz parte.  Afinal, é um evento grandioso, que supõe muita organização, é impossível esperar que tudo funcione perfeitamente.  A boa vontade dos monitores e coordenadores de equipe é ótima.  É gente que se desdobra para que tudo funcione. Muitos são novos e não conhecem a rotina da Mostra, não sabem informar muita coisa.  Mas são acessíveis e gentis. 

 

Da cor e da tinta

Quanto aos filmes a que assisti, foram mais de 50.  Já abordei os que me pareceram mais importantes.  Mas tem algumas descobertas tardias, que vale comentar rapidamente, e também uma decepção.  Começando pela decepção, veio com muita expectativa positiva o filme O MAESTRO, de Bradley Cooper, sobre a trajetória de Leonard Bernstein (1918-1991), compositor e maestro consagrado.  Falhou, no entanto, ao privilegiar a vida pessoal em detrimento da obra maiúscula do retratado.  Afinal, por que motivo uma cinebiografia senão pela sua arte?

 

O que vale a pena destacar aqui são três magníficos documentários sobre artes plásticas.  DA COR E DA TINTA, da cineasta chinesa Weimin Zhang, abordou a trajetória do grande pintor chinês Chang-Dai-Chien (1899-1983), que circulou pelo mundo com seu trabalho e morou vinte anos no Brasil, em Mogi das Cruzes. 

 

Anselm, o barulho do tempo

No maravilhoso ANSELM - O BARULHO DO TEMPO (Das Rouschen Der Zeit), do grande cineasta alemão Wim Wenders, foi o trabalho do pintor e escultor moderno Anselm Kiefer que ocupou a tela. Pinturas, esculturas, instalações, grandes projetos de amplo espaço, ao longo de 50 anos de carreira, discutem a existência humana, o movimento cíclico da história, incorporando literatura, poesia, ciência e religião, num filme plasticamente muito bonito, que reflete a obra retratada.

 

O documentário francês RICARDO E A PINTURA, do realizador suíço Barbet Schroeder, retrata e focaliza o trabalho, que envolve grandes painéis, do pintor argentino Ricardo Cavallo.  Além da própria obra, Cavallo dá uma verdadeira aula de história da pintura, comentando trabalhos clássicos. 

 

Ricardo e a pintura

São filmes que vi ao final da Mostra, ou já na repescagem, que me encantaram.  Também gostei da ficção italiana LA CHIMERA, de Alice Rohwacher, a da Mongólia, SE EU PUDESSE HIBERNAR, de Zoljargal Purevdash, do filme belga QUANDO DERRETER, de Veerle Baetens, do da Lituânia, DEVAGAR, de Marija Kavteradze, e, ainda, de ZONA CRÍTICA, do cineasta iraniano Ali Ahmadzadeh.  Espero que todos eles cheguem ao circuito exibidor, para que mais gente possa apreciá-los.

@mostrasp

 

 

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

LIVROS NA # 47 MOSTRA (II)

Antonio Carlos Egypto

 

Meu registro fotográfico do lançamento do livro A ARTE DA CRÍTICA, um crítico de cinema reflete sobre o seu ofício, escrito por Luiz Zanin Oricchio.  Quem gosta de ler ou escrever sobre cinema vai se deliciar com a prosa de Zanin, que nos conquista de imediato. Pela clareza, pela reflexão e pela qualidade na informação que nos dá.

 

Na ocasião do lançamento, houve um debate coordenado por Maria do Rosário Caetano, com Paulo Henrique Silva, Orlando Margarido e o autor.  Paulo Henrique, de Belo Horizonte, é o coordenador da coleção Lumière, da editora Letramento, cujo primeiro livro é justamente A ARTE DA CRÍTICA.  Ele foi presidente da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema --, assim como Ivonete Pinto, de Porto Alegre, que assina o prefácio da obra.  Zanin foi o primeiro presidente da Abraccine, de 2011 a 2015, e crítico de cinema do Estadão há 30 anos.

 

Em seguida, passou-se à indispensável sessão de autógrafos.  Esse foi um evento promovido pela 47ª. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na Cinemateca Brasileira.

 

Obs. A foto com Orlando foi tirada em outro momento.



 







@mostrasp

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

PREMIADOS DA # 47 MOSTRA

 A 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo realizou a cerimônia de encerramento na noite desta quarta-feira, 1º de novembro, no Espaço Petrobras da Cinemateca Brasileira. Com apresentação de Renata de Almeida e Serginho Groisman, a solenidade realizou a entrega dos prêmios desta edição do festival e contou com a presença de personalidades do meio cultural.

 


Veja abaixo a lista completa dos títulos premiados:

 
PRÊMIO DO JÚRI
Os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao Júri formado por Bárbara Raquel Paz, Enrica Fico Antonioni, Lenny Abrahamson, Mariëtte Rissenbeek e Welket Bungué, que escolheu Quando Derreter, de Veerle Baetens, como melhor filme de ficção e Samuel e a Luz, de Vinícius Girnys, como melhor documentário.
O Júri concedeu ainda menção honrosa para Se Eu Pudesse Apenas Hibernar, de Zoljargal Purevdash, e de melhor interpretação para Jaya (Asog). Todos receberam o Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake).

 

 

PRÊMIO DO PÚBLICO
O público da 47ª Mostra escolheu, entre os estrangeiros, La Chimera, de Alice Rohrwacher, como melhor filme de ficção, e Da Cor e da Tinta, de Weimin Zhang, como melhor documentário. Entre os brasileiros, Somos Guardiões, de Edivan Guajajara, Chelsea Greene e Rob Grobman, recebeu o prêmio de melhor documentário e A Metade de Nós, de Flávio Botelho, o de melhor ficção.
A escolha do público é feita por votação. A cada sessão assistida, o espectador recebe uma cédula para votar com uma escala de 1 a 5, entregue sempre ao final do filme. O resultado proporcional dos filmes com maiores pontuações determina os vencedores.

 

 

PRÊMIO DA CRÍTICA
A imprensa especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica, também participou da premiação elegendo O Dia que Te Conheci, de André Novais Oliveira, como melhor filme brasileiro e Afire, de Christian Petzold, como o melhor entre os estrangeiros.

 

 

PRÊMIO DA ABRACCINE
A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema também realiza tradicionalmente uma premiação para filme brasileiro e nesta edição escolheu o melhor entre os realizados por diretoras estreantes. O eleito foi Sem Coração, de Nara Normande e Tião.

 

 

PRÊMIO NETFLIX
Pela primeira vez, a Netflix entregou um prêmio de aquisição em um festival e escolheu um filme brasileiro participante da Mostra deste ano, que ainda não tinha contrato com um serviço de streaming, que será licenciado e exibido em mais de 190 países.   
O projeto premiado neste ano foi Saudade Fez Morada Aqui Dentro, do diretor Haroldo Borges.

 

 

PRÊMIO PARADISO
O prêmio do Projeto Paradiso oferecido pela primeira vez na Mostra dá apoio à distribuição nos cinemas a um dos filmes da seção Mostra Brasil que recebeu maior votação do público.  O aporte serve para complementar a distribuição da obra nas salas de cinema brasileiras.
Para garantir que todo o Brasil tenha a oportunidade de enxergar de forma poética a força e a beleza dessa obra baiana premiada dentro e fora do país, a comissão concedeu o Prêmio Paradiso de estímulo à distribuição nacional ao filme Saudade Fez Morada Aqui Dentro, do diretor Haroldo Borges.

 

 

PRÊMIO BRADA - Prêmio de Melhor Direção de Arte
O Coletivo de Diretoras de Arte do Brasil premia pela segunda vez na Mostra o trabalho de um diretor de arte que tenha se destacado no festival. Neste ano, Pamela Khadra recebeu o prêmio pela Direção de Arte do filme Vale do Exílio, pela sensibilidade ao retratar o universo das refugiadas sírias em solo libanês.

 

 

PRÊMIO CULTURES OF RESISTANCE (Creative Activism Award)
Ativistas retratados no documentário Somos Guardiões, dos diretores Chelsea Greene, Rob Grobman e Edivan Guajajara, receberam um prêmio inédito no Brasil: o Cultures of Resistance. O prêmio, de US$ 10 mil, é concedido aos guardiões da floresta das aldeias Tembé e Guajajara e à mídia indígena, exclusivamente para a compra de câmeras, drones e tecnologia adicional, e se destina a equipar os indígenas para melhor documentar e proteger a floresta amazônica em seus territórios. 


REPESCAGEM
Vários desses títulos estão na repescagem da Mostra, que ocorre de hoje a 8 de novembro no Cinesesc e de hoje ao dia 5 também no cine Satyros Bijou. A programação pode ser acessada  no site mostra.org pesquisando pala palavra repescagem ou pelo jornal da Mostra.