domingo, 27 de novembro de 2022

ALDEOTAS + A MÃE

Antonio Carlos Egypto

 

Hoje gostaria de abordar dois filmes brasileiros, produções recentes, em cartaz nos cinemas, que merecem a nossa atenção pela qualidade dos trabalhos e pela importância dos temas tratados: ALDEOTAS e A MÃE.

 


ALDEOTAS é uma releitura cinematográfica da peça homônima de Gero Camilo, que esteve em cartaz por um longo período nos teatros.  O próprio Gero Camilo roteirizou, dirigiu e atuou como protagonista, ao lado de Marat Descartes, no filme.  Um trabalho que se vale da linguagem poética, não naturalista.  Aliás, o personagem central é um poeta e escritor, Levi (Gero Camilo), e trata-se da relação de amizade que ele manteve com Elias (Marat Descartes).  A trama retorna à memória dessa amizade, que se rompeu aos 17 anos de idade da dupla, quando Levi deixou seu rincão natal, em busca de se livrar das forças repressivas da pequena cidade e com um anseio de liberdade, que compartilhava com Elias. Este, porém, não conseguiu partir, ao final do ensino médio, como era o planejado.  Eles só se reencontraram quando Levi voltou à sua aldeota, para se despedir de Elias, morto aos 50 anos.  Esse reencontro põe à tona as lembranças da vida de ambos em Coti das Fuças, interior do Brasil.  Acompanhamos as atitudes dos dois aos 12, 14, 16 anos de idade, vividos pelos dois atores adultos.  Apesar de, em tudo, eles se distinguirem hoje de seu passado, os atores/protagonistas brilham, ostentando suas falas imaturas, ingênuas e pretensiosas, como se é na adolescência.  Algumas soluções visuais nos remetem a esse universo limitado, antigo e preconceituoso da província, em que não cabe o novo, nenhuma contestação, nem o talento literário, seja de Levi, seja de seu pseudônimo: Sofia de Juá.  ALDEOTAS mostra o quanto é importante batalhar pela própria existência, identidade e liberdade. E quanto a construção de um caminho de realização pode ser difícil, sofrida, mas é essencial.  E possível.  Um trabalho marcado pela sensibilidade na compreensão de como se estrutura e se desenvolve um relacionamento humano, com companheirismo, cumplicidade, medos, dificuldades e o afeto que os uniu.  82 min.

 


A MÃE, ficção nacional, dirigida e roteirizada por Cristiano Burlan, é um trabalho com características fortemente documentais.  Aborda uma mãe da periferia de uma grande metrópole, migrante nordestina, vendedora ambulante, que tem seu filho adolescente, Valdo, desaparecido repentinamente.  Maria, a mãe, papel de Marcélia Cartaxo, em grande desempenho, vive, então, uma situação de desespero e usa todas as forças que tem para saber do seu paradeiro.  Em seu périplo em busca da verdade, ela compreende (intui, é informada) que seu filho pode ter sido assassinado por policiais militares.  Não desiste, leva sua luta à frente, esbarrando na burocracia das instituições, no medo, na insegurança e na impunidade que marcam a vida na sua comunidade.  Uma situação como essa está presente na vida de muita gente na realidade brasileira das periferias das grandes cidades, atingindo sobretudo os jovens negros. Mas também atinge a população periférica em geral, como os brancos pobres do filme.  Atinge as mulheres, as mães, de forma dramática, trágica, como o desenvolvimento de A MÃE mostra muito bem.  O filme conta com participações de um grande elenco, que inclui Helena Ignez, Henrique Zanoni, Ana Carolina Marinho, Kiko Marques, Hélio Cícero, Tuna Dwek e muitos mais.  Foi rodado no centro de São Paulo e no Jardim Romano, na periferia da cidade.  A mensagem que fica é que a dor e a luta se misturam de forma inseparável e que a superação de uma realidade como essa envolve muitas e profundas mudanças.  A começar pelo descarte do entulho autoritário que a ditadura militar nos legou e que ainda está por aí, reciclado inclusive.  90 min.


 

terça-feira, 22 de novembro de 2022

SECA

                                                                      

Antonio Carlos Egypto

 

 



SECA (Siccitá).  Itália, 2022. Direção: Paolo Virzì.  Elenco: Monica Bellucci, Silvio Orlando, Valerio Mastandrea, Elena Lietti, Tommaso Ragno.  97 min.

 

Em “Seca”, Roma está no centro de tudo.  Pela cidade, circulam os mais diversos tipos de pessoas, jovens e velhos, homens e mulheres, bem sucedidos e figuras marginalizadas, dedicados trabalhadores, espertalhões e aproveitadores, vítimas.  Gente que oscila entre o amor e a morte, entre o sucesso e o fracasso, entre a alegria e a tristeza, entre o enamoramento e a traição.  Ou seja, tudo cabe e tudo está em Roma, a grande cidade que contempla tudo que é humano em sua amplitude e diversidade.

 

Não se trata, porém, de mais um retrato de Roma e de suas histórias, já bem contadas pelo cinema italiano clássico.  Trata-se de uma Roma contemporânea, portanto, sujeita às mazelas da crise climática que atinge a todos mundo afora. 

 

A cidade está há muito tempo sem chuva, vivendo uma crise séria de falta de água, que produz uma sede monumental e o racionamento pesado da água, que acaba sendo disputada em galões da potável em filas pelas ruas.  Advêm as proibições, os limites, as perseguições aos que ousem, por exemplo, querer lavar o carro, atividade, naturalmente, proibidíssima.  Enquanto isso, as baratas circulam livremente e um vírus misterioso produz uma epidemia que paralisa e derruba pelo sono, afetando a vida das pessoas e também sendo fatal.

 

Esse quadro todo nos obriga a olhar para o que estamos vivendo hoje, com a questão ambiental se materializando numa crise climática que transforma tudo e põe em sério risco todo o planeta.  Não dá para não ver, não se importar com o que nos afeta, queiramos ou não.  No entanto, como os personagens de “Seca”, a vida continua num dia-a-dia agitado, embora muito tomado pelas mudanças climáticas que nos atingem de muitas formas.  Uma delas é a aparição de doenças, epidemias, que reviram comportamentos, atitudes, princípios.

 


A alegoria desta Roma seca é evidente: nossas histórias nunca mais serão as mesmas.  E quem viveu um sonho feliz de cidade, como diria Caetano de sua Salvador, não conseguirá mais.  Já não somos os mesmos, as cidades já não são as mesmas, tudo mudou.  Sabemos disso, mas o que fazer com isso, afinal?  Lutar pela salvação do planeta, claro, do modo como pudermos.  Sem nostalgias inúteis.  E cobrando das autoridades políticas globais.

 

Esse contexto, digamos, tragicômico, fala mais alto do que todas as subtramas, de diferentes personagens, que circulam simultaneamente por Roma, vivendo seus dramas pessoais, cada um à sua maneira, alguns mais afetados pelo que sucede ao coletivo do que outros.  Os que trabalham em hospitais, por exemplo.  Mas todos têm suas histórias multiplicadas ou potencializadas pela crise.

 

Se o filme reduzisse o número de histórias e de personagens seu recado central seria melhor dado e assimilado.  O entretenimento é parte importante da realização cinematográfica, mas o excesso de situações que se apresentam atrapalha um pouco a fruição do filme.  “Seca” é rigorosamente moderno e atual.  Tem um excelente elenco, uma direção afiada e fala muito de perto a todos nós.

 

“Seca”, do diretor Paolo Virzì, de filmes como “A Primeira Coisa Bela”, de 2010, e “Capital Humano”, de 2013, faz parte do Festival do Cinema Italiano que acontece presencialmente e on line, de forma gratuita, até 04 de dezembro de 2022.  Confira a programação e acesse os filmes por meio de https://festivalcinemaitaliano.com/

 


quinta-feira, 10 de novembro de 2022

MEU BALANÇO DA # 46 MOSTRA

Antonio Carlos Egypto

 



A principal coisa a comentar sobre a 46ª. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo é aplaudir o fato de ela ter acontecido.  Em meio a um clima desfavorável, por parte de um governo federal que desestimulava e combatia a cultura, sem patrocínio oficial de órgãos do Estado, foi uma vitória a ser celebrada.  Outra vitória foi celebrada durante a Mostra: a da democracia, no dia 30 de outubro, com a programação ainda em andamento.  Espero que para os próximos anos a Mostra possa continuar e contar com mais apoios e incentivos oficiais, considerando um novo governo que valoriza ações culturais como essa.  E sabe avaliar a sua importância.

 

Depois de 2 anos com prevalência da epidemia de Covid-19, em que eu acompanhei a Mostra on line, desta vez assisti presencialmente a mais de 50 filmes, além de 3 ou 4 on line.  Entre 15 de outubro e 04 de novembro, por meio de 10 postagens, comentei aqui 25 filmes, dentre os que mais me interessaram ou de que mais gostei.  Ou seja, mais ou menos metade do que eu pude ver.  Claro que uma parte dos filmes não comentados, de fato, não chegaram a me entusiasmar.  Outros, no entanto, eu gostaria de nomear aqui, recomendando que, se puderem ver em exibições no cinema ou por outros meios, creio que serão apreciados.

 

NOITE EXTERIOR


Começo com um filme que, na verdade, é uma série, 2 filmes compondo 6 episódios: NOITE EXTERIOR, partes I e II, de Marco Bellocchio.  Aqui, ao longo de quase 6 horas, se esquadrinha a história que envolveu o sequestro e assassinato do dirigente da Democracia Cristã e ex-Primeiro Ministro Aldo Moro, que estava em vias de assumir a presidência da Itália em 1978.  O tema já havia sido tratado por Bellocchio no filme “Bom-dia, Noite”.  Para quem gosta de série, um prato cheio.  Confesso que não sou fã.  Para mim, o tempo foi excessivo, embora ele tenha explorado bem os diversos grupos envolvidos na história: o governo de então, o Partido Democrata Cristão, o Papa Paulo VI e o Vaticano, as Brigadas Vermelhas, a família de Moro e a sociedade da época.

 

Outro belo filme que merece ser visto é BARDO, FALSA CRÔNICA DE UMAS TANTAS VERDADES, de Alejandro Iñarritu, com um personagem fascinante, jornalista mexicano, que vive sua crise existencial, reflete sobre a vida, identidade, lutas, relações e lembranças que o enlouquecem.  Filmado de forma moderna, feérica, é um filme envolvente.  Muito bem feito.

 

BARDO


Também gostei de AS OITO MONTANHAS, um filme italiano, dirigido por um casal de belgas, Felix Van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, que é um trabalho tocante sobre amizade entre dois homens distintos, que têm em comum a vivência, eventual para um, constante, para outro, da vida nas montanhas.

 

De Cláudia Varejão, de Portugal, gostei também de LOBO E CÃO, em que uma pequena ilha no Oceano Atlântico, marcada pela religião e pelas tradições, tem de conviver, de algum modo, com o mundo queer dos tempos atuais.  A cena da procissão, em que rapazes super enfeitados participam, vale o filme.  Num outro registro, o filme português A NOIVA, de Sérgio Tréfaut, também pode ser lembrado.  Muito sofrido, mas abordando questões relevantes, vividas num campo de prisioneiros do Iraque por uma adolescente que se casa com um guerrilheiro Daesh, que está para ser executado.

 

Um filme curioso e provocador é o alemão PIAFFE, sobre um rabo de cavalo, de verdade, que se desenvolve no corpo de uma mulher.  Fala de submissão feminina de forma alegórica.  Tem uma qualidade de som espetacular, a personagem principal trabalha como sonoplasta, o que por si só vale a ida ao cinema.  É um filme para poucos da diretora israelense Ann Oren, mas por que não experimentar algo diferente?

 

AFTERSUN, do Reino Unido, de Charlotte Wells, venceu o prêmio do Júri da Mostra, de novos diretores. Apresenta uma narrativa inteiramente centrada na relação de um pai de 30 anos com a filha de 11, que acontece num pacote de férias na Turquia. Por meio de pequenos momentos, rotinas de lazer, contatos que surgem, detalhes de todo tipo, com inteligência e perspicácia, vamos percebendo o que está em jogo nessa relação não habitual, já que eles não vivem juntos. Há muito afeto e frustração no ar. E muita fluidez numa trama ao mesmo tempo simples e complexa.

 

AFTERSUN


Em apresentação especial, vi 2 filmes de Jean Eustache, A MÃE E A PUTA e MEUS PEQUENOS AMORES, dos anos 1970, que dialogam com a nouvelle vague francesa.  São trabalhos muito interessantes, do cotidiano real, embora A MÃE E A PUTA se alongue demais.  A meu ver, sem a menor necessidade disso. 

 

Por fim, gostaria de comentar sobre um número grande de filmes da Mostra de longa duração.  Surpreendeu-me negativamente, já que poucas vezes se justifica essa longa duração, especialmente quando importam mais os climas, os personagens, as questões maiores, do que o enredo em si.  A longa duração pouco acrescentou, se é que tenha acrescido algo de relevante.  Geralmente, não é por causa dessa duração que o filme é bom, mas apesar dela.

 

@mostrasp



sexta-feira, 4 de novembro de 2022

FILMES BRASILEIROS NA # 46 MOSTRA

    Antonio Carlos Egypto

 




ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ, dirigido por Roberto de Oliveira, com roteiro de Nelson Motta, é um documentário que encanta qualquer um que tenha sensibilidade musical.  Vai em busca de resgatar uma experiência de 1974, já tem quase 50 anos, quando Elis Regina, ao completar 10 anos de carreira artística, muitíssimo bem-sucedida, ganha de presente de sua gravadora o projeto de realizar um disco histórico ao lado de Antônio Carlos Jobim, reconhecidamente compositor maior da nossa música.  Além de maestro, arranjador e instrumentista exímio.  Figuras emblemáticas que tinham de se entender para produzir juntas o que, hoje sabemos, seria um dos mais importantes discos de toda a história da música popular brasileira.  Como o filme conta, não foi fácil.  César Camargo Mariano, pianista e arranjador no disco, relata sua epopeia naquele estúdio MGM de Los Angeles, Califórnia, onde o disco foi realizado, com um clima de liberdade muito diferente daquele que existia no Brasil, com a ditadura militar.  Músicos brilhantes, que participaram do disco, também contam bastidores da produção, enquanto o filme nos lembra quem eram e o que faziam Elis e Tom, separados e reunidos nesse trabalho.  A música da melhor qualidade possível e imaginável toma conta da tela e dos nossos ouvidos de forma arrebatadora.  Sei que estou me valendo de adjetivos até pomposos para falar desse documentário.  Mas, podem crer, o filme vale tudo isso.  Ganhou o prêmio da Crítica na 46ª. Mostra, não foi à toa.  É um trabalho realmente espetacular.  Fiquem atentos para quando ELIS & TOM chegar aos cinemas.  100 min.

 



Diante da extrema pobreza, a oferta de um dinheiro inesperado e a melhoria nas condições de vida podem fazer com que uma família aceite participar de uma situação que envolve crimes.
  É o caso relatado em CARVÃO, dirigido e roteirizado por Carolina Markowicz, seu primeiro longa.  Irene e Jairo têm uma pequena carvoaria no quintal de casa, têm um filho pequeno, Jean, e o pai dela, acamado, que já não fala nem ouve e, praticamente, não sai de casa.  Fazem um acerto para receber um estrangeiro misterioso em casa, por um tempo.  Claro que isso vai mudar toda a vida dessa família, não só pelos riscos envolvidos, como pela crueldade presente na situação.  A narrativa do filme é muito bem construída e consistente.  Ainda mais, considerando o absurdo do que estão vivendo os personagens.  CARVÃO convence, não só pelo roteiro e pela boa direção, mas pelo excelente elenco, que tem Maeve Jinkings, ótima como Irene, Rômulo Braga bem, como Jairo, o renomado ator argentino César Bordón como o estrangeiro e o menino Jean Costa, muito expressivo e também sabendo se conter, num papel que exige discrição do personagem.  O filme, além de ter sido exibido na 46ª. Mostra, em São Paulo, foi exibido no Festival do Rio e já está em cartaz nos cinemas.  107 min.

 




O grande diretor pernambucano Marcelo Gomes, de ótimos filmes, como “Cinema, aspirinas e urubus” (2005), “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009) e “Estou-me guardando para quando o carnaval chegar” (2019), entre outros, nos traz agora PALOMA, uma história tocante de uma mulher trans que quer casar na igreja, com véu e grinalda.  Ela está, de algum modo, assimilada na comunidade rural onde vive como agricultora e mora com um namorado.  Mas o sonho que envolve os símbolos do casamento, interditado pela igreja aos gays e transexuais, é um desejo mais forte do que ela.  Em sua ingenuidade, Paloma vai em busca do seu desejo, custe o que possa custar.  Talvez sem poder avaliar a reação de uma comunidade tradicionalista à concretização desse sonho.  O filme explora muito bem a figura da personagem trans, num belo desempenho de Kika Sena, e aponta para a ambiguidade e a hipocrisia das pessoas e da sociedade, principalmente em contextos conservadores, em que as expressões só são toleradas se escondidas, enquadradas, ou então serão reprimidas.  PALOMA foi exibido também nas Mostras de São Paulo e do Rio e já está em cartaz nos cinemas.  Com Kika Sena, Ridson Reis, Zé Maria, Suzy Lopes, Ana Marinho.  103 min,

 

@mostrasp



quinta-feira, 3 de novembro de 2022

# 46 MOSTRA DIVULGA PREMIADOS

 

 

 

Mostra divulga premiados da 46ª edição

 

Aftersun foi escolhido como o melhor filme pelo Júri formado por André Novais, Lina Chamie e Rodrigo Areias

 

Exu e o UniversoMarcha sobre RomaO Mestre da Fumaça Nayola foram as escolhas do público

 

O cineasta Jorge Bodanzky recebeu o Prêmio Humanidade

 

 

A entrega dos prêmios da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo foi realizada durante a cerimônia de encerramento na noite desta quarta-feira, 02 de novembro, na Cinemateca Brasileira. A solenidade foi apresentada por Renata de Almeida e por Serginho Groisman, e contou com a presença dos brasileiros premiados e de personalidades do meio cultural.

 

Na cerimônia, o cineasta Jorge Bodanzky foi homenageado com o Prêmio Humanidadepela sua carreira ligada às causas essenciais do Brasil e do humano. Jorge não pode estar presente e o produtor Nuno Godolphim recebeu em seu lugar.

 

Veja abaixo a lista completa dos títulos premiados:

 

 

TROFÉU BANDEIRA PAULISTA 2022
PRÊMIO DO JÚRI

 

Os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao Júri formado por Lina Chamie, Rodrigo Areias e André Novais, que escolheu Aftersun como melhor filme. 

 

O Júri concedeu ainda menção honrosa para a atriz Zelda Samsom (Dalva), para o ator Ali Junejo (Joyland) e para o filme Salgueiros Cegos, Mulher Dormindo. Todos receberam o Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake).

 

TROFÉU BANDEIRA PAULISTA 2022
PRÊMIO DO PÚBLICO

 

O público da 46ª Mostra escolheu, entre os estrangeiros, Nayola, de José Miguel Ribeiro, como melhor filme de ficção, e Marcha Sobre Roma, de Mark Cusins como melhor documentário. Entre os brasileiros, Exu e o Universo, de Thiago Zanato recebe o prêmio de melhor documentário e O Mestre da Fumaça, de André Sigwalt e Augusto Soares, o de melhor ficção.

 

A escolha do público é feita por votação. A cada sessão assistida, o espectador recebe uma cédula para votar com uma escala de 1 a 5, entregue sempre ao final do filme. O resultado proporcional dos filmes com maiores pontuações determina os vencedores.

 

 

TROFÉU BANDEIRA PAULISTA 2022
PRÊMIO DA CRÍTICA

 

A imprensa especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica, também participou da premiação elegendo Elis & Tom, Só Tinha de Ser Com Você, de Roberto de Oliveira, como o melhor filme brasileiro e Noite Exterior, de Marco Bellocchio como o melhor entre os estrangeiros.

 

Neste ano em que o Brasil está se reconciliando com o amor e a esperança, o prêmio da crítica na Mostra para o melhor filme brasileiro de 2022 vai para um documentário que celebra a música de dois grandes, imensos artistas. Em 1974, eles se reuniram em Los Angeles para um disco raro, que fez história. Quase 50 anos depois, Roberto de Oliveira reconstitui os bastidores daquela obra-prima musical num filme belíssimo. Só tinham de ser eles, Elis e Tom – Só Tinha de Ser com Você

 

Homenageado com o  Prêmio Leon Cakoff em 2016, ele tem brindado a Mostra e seu público com grandes filmes que celebram o casamento da arte com a política. Depois de abordar o sequestro de Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas em Bom-Dia Noite, ele volta ao tema e agora por um viés muito mais abrangente. A família, o Parlamento, a imprensa, até o papa. Pela riqueza humana e complexidade política, mas poderia ser o contrário, pela complexidade humana e riqueza política, o prêmio da crítica para o melhor filme estrangeiro de 2022 na Mostra vai para Marco Bellocchio, por Noite Exterior

 

 

PRÊMIO DA ABRACCINE

 

A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema também realiza tradicionalmente uma premiação que escolheu o melhor filme brasileiro entre os realizados por diretores estreantes. Neste ano, o eleito foi À Margem do Ouro, de Sandro Kakabadze.
 
O filme foi escolhido “Pela capacidade de usar a linguagem do documentário direto para ajudar na compreensão de um tema controverso e multifacetado em seus aspectos culturais, sociais, econômicos, ambientais e políticos, o garimpo ilegal na Amazônia”.

 

Júri – Prêmio AbraccineBeatriz Saldanha, Amilton Pinheiro, e Sérgio Rizzo

 

 

PRÊMIO PARADISO

 

O projeto premiado neste ano foi “Walala”, de Perseu Azul.
Walala é um filme que traz um frescor e modernidade na forma como trata temas tão atuais e relevantes como os povos indígenas, o meio ambiente e o agronegócio. É um projeto promissor, com grande potencial internacional. Todas as portas que o Prêmio Paradiso vai abrir serão muito importantes para a carreira do longa e dos profissionais envolvidos.

 

 

 

PATROCINADORES DA 46ª MOSTRA
A 46ª Mostra conta com a parceria do SESC, o patrocínio da Spcine; copatrocinio PROJETO PARADISO GALO DA MANHÃ; o apoio do TELECINE, da CINEMATECA BRASILEIRA e do ITAÚ CULTURAL; a colaboração do MASP, da QUATRO CINCO UM, do HOTEL MERCURE, da VELOX, do CONJUNTO NACIONAL, da CASARÌA e do CANAL BRASIL e a promoção da FOLHA DE S.PAULO, do UOL, da GLOBO FILMES, da TV CULTURA,do CANAL ARTE 1 e da BAND NEWS FM.