Antonio Carlos Egypto
Em
tempos de desmanche cultural, cortes para a cultura e outras ações no sentido
de dificultá-la ou inviabilizá-la, é uma ótima notícia a que, apesar de todas
as dificuldades, a 46ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo vai
acontecer no seu período usual de 20 de outubro a 02 de novembro de 2022. Será desta vez, como tradicionalmente sempre
aconteceu antes da pandemia, presencialmente em 10 cinemas, com 13 salas de
projeção no circuito pago, 3, no circuito com preços populares, e 5, no
circuito gratuito. Além disso, 17
títulos estarão disponibilizados on line
e gratuitamente no Sesc Digital e no Spcine Play.
Os
cinemas do circuito pago são: a Cinemateca Brasileira (sala Grande Otelo e área
externa), o cine Marquise (2 salas), o Reserva Cultural, o Cinesesc, o
Instituto Moreira Salles, o Cine Clube Cortina, o cine Satyros Bijou, o MIS –
Museu da Imagem e do Som, os Espaços Itaú de Cinema Augusta, sala 1, e Frei
Caneca, salas 1 e 2. No Centro Cultural
São Paulo e na Biblioteca Roberto Santos, sessões a $4,00 e $2,00, no Museu da
Imigração do Estado de São Paulo, a $10,00 e gratuitos nos CEUs Perus, Meninos,
Vila Atlântica, Centro de Formação Cultural Tiradentes e no vão livre do
MASP. O preço avulso dos cinemas será de
$24,00 e $12,00, de segunda a quinta-feira, e $30,00 e $15,00, sextas, sábados
e domingos. As permanentes vão de
$150,00 a $600,00, dependendo de suas características. Pacotes de 20 e 40 ingressos também podem ser
adquiridos por $250,00 e $410,00, respectivamente.
Vamos,
então, destacar alguns dos filmes programados.
Serão 223 títulos, oriundos de 60 países. Entre eles, “Triângulo da Tristeza”, de Ruben
Ostlund, Palma de Ouro em Cannes. E,
também de Cannes, “As Oito Montanhas”, de Felix van Groeningen e Charlotte
Vandermeersch, “Boy From Heaven”, de Tarik Saleh, “La Jauría”, de Andrés
Ramirez Pulido, “Joyland”, de Saim Sadiq, “Febre do Mediterrâneo”, de Maha Haj,
“Os Irmãos de Leila”, “Mais Que Nunca”, de Emily Atef.
Do
Festival de Veneza, “Bardo – Falsa Crônica de Algumas Verdades”, de Alejandro
Iñarritu, “Sem Ursos”, de Jafar Panahi, “Terceira Guerra Mundial”, de Houman
Seyedi, “Lobo e Cão”, de Cláudia Varejão, “Nezouh”, de Soudade Kaadan,
“Blanquita”, de Fernando Guzzoni.
Do
Festival de Berlim, “Alcarrás”, de Carla Simón, Urso de Ouro, “O Filme da
Escritora”, de Hong Sang-so, “Manto de Joias” de Natalia López Gallardo, “Com
Amor e Fúria”, de Claire Denis, “Mutzenbacher”, de Ruth Beckermann. Do Festival de San Sebástian vem “Los Reyes
del Mundo”, de Laura Mora, melhor filme, “Quem os Impede”, de Jonás Trueba,
além de “Você Tem que Vir e Ver”. Do
Festival de Locarno, o brasileiro “Regra 34”, de Júlia Murat, Leopardo de Ouro,
“Tenho Sonhos Elétricos”, de Valentina Maurel, “Como está Kátia?”, de Christina
Tynkevych, “Gigi a Lei”, de Alessandro Comodin.
13
obras são filmes indicados ao Oscar de seus países: “Domingo e Neblina”, de
Ariel Escalante (Costa Rica), “Nada de Novo no Front”, de Edward Berger
(Alemanha), “Belas Criaturas”, de Guõmundur Arnar Guõmundsson (Islândia),
“Plano 75”, de Chie Hayakawa (Japão), “Alma Viva”, de Cristèle Alves Meira
(Portugal), “Um Pedaço de Céu”, de Michael Koch (Suíça), “Peregrinos”, de
Laurynas Bareisa (Lituânia), além dos já citados, “Terceira Guerra Mundial
(Irã), “Boy From Heaven” (Suécia), “Febre do Mediterrâneo” (Palestina), “Bardo”
(México), “Joyland” (Paquistão) e “Alcarrás” (Espanha).
A
destacar também “Contos de Fadas”, de Alexander Sokurov, “Pacifiction”, de
Albert Serra, “One Fine Morning”, de Mia Hansen Love, “Os Anos Super 8”, de
David Ernaux-Briot e Arnnie Ernaux, “Armagedon Time” de James Gray, “Kingdom
Exodus”, de Lars Von Trier e “Noite Exterior”, de Marco Bellochio.
Além
de tudo isso, haverá apresentações especiais de filmes restaurados, como “A Mãe
e a Puta” e “Meus Pequenos Amores”, de Jean Eustache, “Bratan”, de Bakhtyar
Khudojnazarov, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, “A Rainha
Diaba”, de Antônio Carlos Fontoura, “Agulha no Palheiro”, de 1953, como
homenagem à cantora e atriz Dóris Monteiro, que recebe o prêmio Leon
Cakoff. O prêmio Humanidade será entregue
à diretora Ana Carolina e serão exibidos seus filmes: “Mar de Rosas”, “Das
Tripas Coração”, “Sonho de Valsa” e “Paixões Recorrentes”. Curtas de Lucrecia Martel e Alice Rohrwacher,
também em apresentação especial. O filme
“Até Sexta, Robinson”, de Mitra Farahani, condensa um longo dialogo do escritor
iraniano Ebrahim Golestan com Jean-Luc Godard em outra apresentação especial,
que homenageia Godard.
5
títulos trazem olhares sobre a Amazônia: “Amazonas, a Nova Minamata?”, de Jorge
Bodansky, “Pisar Suavemente na Terra”, de Marcos Colón, “Noites Alienígenas”,
de Sérgio de Carvalho, “À Margem do Ouro”, de Sandro Kakabadza, e “Uyrá, a
Retomada da Floresta”, de Juliana Curi.
O belo
cartaz da 46ª. Mostra é obra do muralista Eduardo Kobra, que é personagem do
documentário de Lina Chamie “Kobra Auto Retrato”. Tem ainda 61 títulos brasileiros, inéditos no
circuito comercial, finalizados entre 2021 e 2022.
Não
será por falta de oferta que se deixará de ir ao cinema em outubro e começo de
novembro (contando com a repescagem no Cinesesc). O cardápio é amplo, variado e muito atraente,
como sempre tem sido na Mostra de São Paulo, o grande evento cinematográfico da
cidade.
www.mostra.org
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