sábado, 8 de outubro de 2022

O QUE VEM PARA A #46 MOSTRA

 Antonio Carlos Egypto


 

 




Em tempos de desmanche cultural, cortes para a cultura e outras ações no sentido de dificultá-la ou inviabilizá-la, é uma ótima notícia a que, apesar de todas as dificuldades, a 46ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo vai acontecer no seu período usual de 20 de outubro a 02 de novembro de 2022.  Será desta vez, como tradicionalmente sempre aconteceu antes da pandemia, presencialmente em 10 cinemas, com 13 salas de projeção no circuito pago, 3, no circuito com preços populares, e 5, no circuito gratuito.  Além disso, 17 títulos estarão disponibilizados on line e gratuitamente no Sesc Digital e no Spcine Play.

 

Os cinemas do circuito pago são: a Cinemateca Brasileira (sala Grande Otelo e área externa), o cine Marquise (2 salas), o Reserva Cultural, o Cinesesc, o Instituto Moreira Salles, o Cine Clube Cortina, o cine Satyros Bijou, o MIS – Museu da Imagem e do Som, os Espaços Itaú de Cinema Augusta, sala 1, e Frei Caneca, salas 1 e 2.  No Centro Cultural São Paulo e na Biblioteca Roberto Santos, sessões a $4,00 e $2,00, no Museu da Imigração do Estado de São Paulo, a $10,00 e gratuitos nos CEUs Perus, Meninos, Vila Atlântica, Centro de Formação Cultural Tiradentes e no vão livre do MASP.  O preço avulso dos cinemas será de $24,00 e $12,00, de segunda a quinta-feira, e $30,00 e $15,00, sextas, sábados e domingos.  As permanentes vão de $150,00 a $600,00, dependendo de suas características.  Pacotes de 20 e 40 ingressos também podem ser adquiridos por $250,00 e $410,00, respectivamente.

 

Vamos, então, destacar alguns dos filmes programados.  Serão 223 títulos, oriundos de 60 países.  Entre eles, “Triângulo da Tristeza”, de Ruben Ostlund, Palma de Ouro em Cannes.  E, também de Cannes, “As Oito Montanhas”, de Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, “Boy From Heaven”, de Tarik Saleh, “La Jauría”, de Andrés Ramirez Pulido, “Joyland”, de Saim Sadiq, “Febre do Mediterrâneo”, de Maha Haj, “Os Irmãos de Leila”, “Mais Que Nunca”, de Emily Atef.

 

Do Festival de Veneza, “Bardo – Falsa Crônica de Algumas Verdades”, de Alejandro Iñarritu, “Sem Ursos”, de Jafar Panahi, “Terceira Guerra Mundial”, de Houman Seyedi, “Lobo e Cão”, de Cláudia Varejão, “Nezouh”, de Soudade Kaadan, “Blanquita”, de Fernando Guzzoni.

 

Do Festival de Berlim, “Alcarrás”, de Carla Simón, Urso de Ouro, “O Filme da Escritora”, de Hong Sang-so, “Manto de Joias” de Natalia López Gallardo, “Com Amor e Fúria”, de Claire Denis, “Mutzenbacher”, de Ruth Beckermann.  Do Festival de San Sebástian vem “Los Reyes del Mundo”, de Laura Mora, melhor filme, “Quem os Impede”, de Jonás Trueba, além de “Você Tem que Vir e Ver”.  Do Festival de Locarno, o brasileiro “Regra 34”, de Júlia Murat, Leopardo de Ouro, “Tenho Sonhos Elétricos”, de Valentina Maurel, “Como está Kátia?”, de Christina Tynkevych, “Gigi a Lei”, de Alessandro Comodin.

 






13 obras são filmes indicados ao Oscar de seus países: “Domingo e Neblina”, de Ariel Escalante (Costa Rica), “Nada de Novo no Front”, de Edward Berger (Alemanha), “Belas Criaturas”, de Guõmundur Arnar Guõmundsson (Islândia), “Plano 75”, de Chie Hayakawa (Japão), “Alma Viva”, de Cristèle Alves Meira (Portugal), “Um Pedaço de Céu”, de Michael Koch (Suíça), “Peregrinos”, de Laurynas Bareisa (Lituânia), além dos já citados, “Terceira Guerra Mundial (Irã), “Boy From Heaven” (Suécia), “Febre do Mediterrâneo” (Palestina), “Bardo” (México), “Joyland” (Paquistão) e “Alcarrás” (Espanha).

 

A destacar também “Contos de Fadas”, de Alexander Sokurov, “Pacifiction”, de Albert Serra, “One Fine Morning”, de Mia Hansen Love, “Os Anos Super 8”, de David Ernaux-Briot e Arnnie Ernaux, “Armagedon Time” de James Gray, “Kingdom Exodus”, de Lars Von Trier e “Noite Exterior”, de Marco Bellochio.

 

Além de tudo isso, haverá apresentações especiais de filmes restaurados, como “A Mãe e a Puta” e “Meus Pequenos Amores”, de Jean Eustache, “Bratan”, de Bakhtyar Khudojnazarov, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, “A Rainha Diaba”, de Antônio Carlos Fontoura, “Agulha no Palheiro”, de 1953, como homenagem à cantora e atriz Dóris Monteiro, que recebe o prêmio Leon Cakoff.  O prêmio Humanidade será entregue à diretora Ana Carolina e serão exibidos seus filmes: “Mar de Rosas”, “Das Tripas Coração”, “Sonho de Valsa” e “Paixões Recorrentes”.  Curtas de Lucrecia Martel e Alice Rohrwacher, também em apresentação especial.  O filme “Até Sexta, Robinson”, de Mitra Farahani, condensa um longo dialogo do escritor iraniano Ebrahim Golestan com Jean-Luc Godard em outra apresentação especial, que homenageia Godard.

 

5 títulos trazem olhares sobre a Amazônia: “Amazonas, a Nova Minamata?”, de Jorge Bodansky, “Pisar Suavemente na Terra”, de Marcos Colón, “Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho, “À Margem do Ouro”, de Sandro Kakabadza, e “Uyrá, a Retomada da Floresta”, de Juliana Curi.

 

O belo cartaz da 46ª. Mostra é obra do muralista Eduardo Kobra, que é personagem do documentário de Lina Chamie “Kobra Auto Retrato”.  Tem ainda 61 títulos brasileiros, inéditos no circuito comercial, finalizados entre 2021 e 2022.

 

Não será por falta de oferta que se deixará de ir ao cinema em outubro e começo de novembro (contando com a repescagem no Cinesesc).  O cardápio é amplo, variado e muito atraente, como sempre tem sido na Mostra de São Paulo, o grande evento cinematográfico da cidade.

 

www.mostra.org

 

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