Antonio Carlos Egypto
CAÇADORES DE OBRAS-PRIMAS (Monuments Men). Estados
Unidos, 2013. Direção: George Clooney. Com George Clooney, Matt Damon, Bill
Murray, John Goodman, Jean Dujardin, Cate Blanchett. 98 min.
Como é possível preservar obras de arte fundamentais
para a história da humanidade em meio aos bombardeios e aos saques, roubos,
promovidos pelos nazistas? Hitler tinha
como projeto o maior museu de arte do mundo, meticulosamente planejado, e já
havia feito o registro das obras artísticas naquele que seria o maior roubo da
história, envolvendo 5 milhões de objetos culturais. Ao mesmo tempo em que efetuava esse grande
roubo, destruía a arte contemporânea inovadora e crítica, queimando obras de
Picasso, por exemplo. Para o nazismo,
essa arte era degenerada e tinha de desaparecer. Parece, mesmo, um milagre que o grande acervo
cultural da humanidade tenha sobrevivido a essa insanidade toda, da mentalidade
nazista e da própria guerra.
“Caçadores de Obras-Primas”, filme dirigido e
protagonizado por George Clooney, se baseou no livro “Monuments Men”, de Robert
M. Edsel, que conta a história de um grupo de homens, um batalhão especial, que
se dedicava a salvar obras de arte roubadas, em meio à guerra. Esse grupo, que envolveu homens e mulheres,
chegou a ter 350 soldados, de 13 países.
Foi a maior caça ao tesouro de que se tem notícia. Começou em 1943, quando o Eixo começava a
perder a guerra, e se estendeu até 1951.
Na realidade, até hoje se estão encontrando obras perdidas durante a
guerra e, surpreendentemente, em grande quantidade, segundo relato de diversas
publicações atuais.
Entre as obras-primas que foram perseguidas e
resgatadas pelos Monuments Men havia pinturas de Rembrandt,
Leonardo Da Vinci, Vermeer e até a Madonna,
de Michelangelo, saqueadas de coleções particulares, sobretudo de judeus,
igrejas e museus. O livro e também o
filme registram a atuação de uma dezena de soldados atuando no resgate das
obras, principalmente na França, Bélgica e Alemanha.
A história, sem dúvida, é muito boa e
atualíssima. Escrita por um texano que
se mudou para Florença para estudar artes e foi aí que se questionou sobre como
as obras-primas da civilização ocidental tinham sobrevivido à Segunda Guerra
Mundial. Transformou em romance a
trajetória desses homens dedicados à arte e seu heroísmo único, com base em
extensa pesquisa que visava a resgatar essa verdade histórica tão positiva,
abordando a guerra por um novo ângulo.
Aliás, são infindáveis os ângulos pelos quais ainda se pode falar da
Segunda Guerra Mundial, um assunto que parece inesgotável.
O filme “Caçadores de Obras-Primas”, além de contar
com a figura carismática de George Clooney, desta vez também na direção, teve
um elenco estelar vivendo os heróis da guerra pela arte. Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Cate
Blanchett e até o astro francês de “O Artista”, Jean Dujardin, fazem parte do
elenco. A produção é bem cuidada. É um filme bem feito.
Algumas coisas incomodam, no entanto. A visão heróica, desprendida, dos Monuments Men, seu patriotismo e
destemor, são clichês de filmes de guerra.
Os personagens, ainda em 1943, se comportam como se já soubessem de tudo
o que viria após o fim da guerra que, diga-se, ainda não estava ganha.
A narrativa é convencional e deixa para os minutos
finais de suspense a peça mais importante.
Ou seja, o esquema previsível de sempre.
Não há inovações, quando muito, reverência aos antigos filmes de
guerra. Para uma história tão
interessante como essa, o filme deixa a desejar. Não empolga, não brilha. E teria tudo para entusiasmar. Mas nem por isso deixa de ser um filme
interessante de se ver. É só não esperar
demais.
OS CRIMINOSOS "DEMOCRATAS" AMERICANOS SAQUEARAM A ALEMANHA E FORAM ALIADOS AO ASSASSINO STALIN!
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