terça-feira, 24 de novembro de 2009


RELANÇADO ÓTIMO LIVRO DE CELSO SABADIN



Antonio Carlos Egypto



Quem curte cinema, provavelmente também se interessa por ler sobre cinema, conhecer melhor a sua história e as suas origens. Aliás, é fascinante e cheia de lances curiosos e extravagantes a história do cinema, que remonta há pouco mais de um século.

Essa história, contada num texto leve e envolvente, está no livro do conceituado crítico de cinema Celso Sabadin: “Vocês ainda não ouviram nada – a barulhenta história do cinema mudo”. Na verdade, esse livro está sendo relançado pela editora Summus, depois de mais de dez anos esgotado. É em boa hora que acontece o seu relançamento.

Aqui, Celso Sabadin trata da era das invenções e dos precursores da criação do cinema, como Le Prince, Edison, Reynaud e Eastman, até chegar à famosa inauguração oficial do cinema na França, com os Irmãos Lumière. Trata do primeiro criador da arte cinematográfica, o inventivo Méliés, do cinema virando indústria, com Charles Pathé, e do surgimento dos grandes estúdios norte-americanos conhecidos até hoje, mas que já tiveram outros nomes, outras estruturas e comandos, como a Mutual/Keystone, Universal, Paramount, Fox, United Artists, Columbia e, depois, a MGM.

Aborda a Primeira Guerra Mundial, do ponto de vista do cinema e da hegemonia norte-americana, que se dará a partir daí, do nascimento da mítica Hollywood, do não menos mítico D. W. Griffith, que com seus épicos acabou estruturando a linguagem cinematográfica clássica.

E aí vem o fantástico mundo das comédias silenciosas de Charles Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd, o Gordo e o Magro. O cinema de animação, ou desenho animado, é o indispensável complemento das sessões cinematográficas do passado. As grandes estrelas, como Mary Pickford, Gloria Swanson, Lilian Gish, Greta Garbo, e astros, como Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino, enchem de glamour um cinema que ainda não podia falar. Mas encantava -- e como.

E o Brasil como entra nessa história? Isso também está lá, assim como o brilhante cinema expressionista alemão, o cinema inglês do mestre Hitchcock, o surgimento de Disney, o cachorro Rin-Tin-Tin, até a chegada de Al Jolson, em “O Cantor de Jazz”, quando o cinema começou a falar, cantar e dançar e não parou mais, apesar da resistência inicial de alguns, como Chaplin.

A prosa de Celso Sabadin dá sabor a todas essas histórias e tem um caráter superinformativo, que revela um trabalho de pesquisa meticuloso, que vale a pena conhecer.

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