Atuar na
área da Cultura no Brasil de hoje está cada vez mais difícil: pela
crise, pelos cortes, pelos filtros, pelos ataques, pelas perseguições, vocês
sabem... Um evento da magnitude e
importância da 43ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo ganha
significado ainda maior do que sempre teve, nesse contexto. O trabalho incansável de Renata de Almeida e
sua equipe é digno do nosso maior reconhecimento. É um trabalho de resistência e que não perde
o fôlego.
Senão, vejamos: mesmo com a perda de
patrocínios, como o da Petrobrás, a Mostra 43 vem com mais de 300 filmes de 45
países. Continua recebendo um número
grande de convidados internacionais, promove uma Mostra Brasil ampliada,
organiza o III Fórum da Mostra, debate filmes, lança livros, traz produções de
realidade virtual, sessões especiais no Teatro Municipal, no Auditório
Ibirapuera, no vão livre do MASP, exibições na CPFL de Campinas, itinerância em
12 cidades paulistas com o SESC e tudo o que tem feito dela o evento
cinematográfico mais importante do país.
O cardápio de filmes exige que nos debrucemos
na programação para descobrir as pérolas de todos os cantos do mundo, que
sempre existem, e os novos talentos de primeiro e segundo longas de cineastas
de todos os quadrantes. Já os filmes
premiados nos festivais pelo mundo requerem menos esforço para serem
localizados. Assim como os candidatos de
seus países ao Oscar de filme internacional.
“Wasp Network”, de Olivier Assayas, adaptação
do livro de Fernando Morais Os Últimos
Soldados da Guerra Fria, abre a Mostra.
Assayas ganha o prêmio Leon Cakoff e uma retrospectiva com 14 obras
exibidas nesta edição da Mostra. “Dois
Papas”, o novo longa de produção internacional de Fernando Meirelles,
protagonizado por Jonathan Pryce e Anthony Hopkins, fecha a programação no dia
30. E, entre eles, o melhor do cinema
mundial, especialmente o cinema de alta qualidade artística, promotor de
reflexões importantes que nos remetem aos dilemas do mundo atual.
Isso tudo vai acontecer em São Paulo, de 17 a
30 de outubro de 2019, em 34 salas de cinema, de 28 locais de exibição, entre
eles, os já tradicionais Cinearte, Cinesesc, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca
e Augusta, Petra Belas Artes, Reserva Cultural, Cinesala e Cinemateca
Brasileira. O circuito Spcine, o
Instituto Moreira Salles, o Museu da Imagem e do Som e o Itaú Cultural também
estão novamente presentes na Mostra.
A central da Mostra fica no Conjunto Nacional,
da avenida Paulista, onde podem ser adquiridas permanentes integrais (válidas
para todas as sessões, sem restrição), especiais (para sessões de 2ª. a 6ª.
feira, até as 17:55 h), ou pacotes de 40 ou de 20 ingressos. Assinantes da Folha têm desconto nas
permanentes e associados plenos do Sesc têm preços promocionais, no
Cinesesc. Ingressos individuais para as
sessões somente nas salas dos cinemas, no dia de exibição do filme
escolhido. Informações já podem ser
obtidas na central da Mostra ou no site mostra.org. As vendas de permanentes e
pacotes começam no dia 12 de outubro, sábado.
Pacotes de 20 ingressos costumam se esgotar rapidamente. Como as sessões da Mostra costumam ser
concorridas, vale a pena comprar pacotes ou permanentes, porque os ingressos
podem ser tirados alguns dias antes da exibição do filme pretendido.
O cartaz da Mostra 43, de Nina Pandolfo, é de
uma delicadeza que contrasta com os tempos de ódio, grossura e lacração que
estamos vivendo. O cartaz, como a
própria Mostra, é um respiro de beleza e arte.
Em breve, aqui no cinema com recheio, vou escrever sobre filmes que vão entrar na
programação da Mostra. Farei isso ao
longo de todo o evento e mesmo depois, avaliando o conjunto da obra.
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