Antonio Carlos
Egypto
A OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São
Paulo – tem alcançado um nível de excelência, reconhecido internacionalmente,
que a situa entre as melhores orquestras de todo o mundo. E a sala São Paulo, sua sede, é
reconhecidamente uma sala de concertos primorosa, num ambiente de beleza
arquitetônica e eficiência técnica, com 1500 lugares. Envolvida pelo centro da
cidade, ainda bem deteriorado, em que desponta a cracolândia, acaba sendo uma
ilha de arte e beleza, cercada de problemas por todos os lados. Ainda assim, é motivo de orgulho para a
cidade, o Estado e a sua população.
Registrar o trabalho criativo da OSESP,
incluindo a produção necessária para a realização dos concertos na sala São
Paulo, é o objetivo de uma série documental para a TV, dirigida por Diego de
Godoy, que será veiculada a partir do dia 12 de julho, sempre às
quintas-feiras, às 20:30 h, pelo Canal Arte 1, do grupo Bandeirantes (na Vivo,
127 ou 627, na NET e Claro, 553, na Sky, 81 e Oi, 85).
Serão seis episódios, de cerca de 50 minutos
de duração cada um, que focalizarão os diversos setores criativos da orquestra,
com intenção didática. O primeiro
programa, a que pude assistir, trata da regência, focalizando o trabalho de
Marin Alsop, a maestrina titular da orquestra, do diretor artístico Arthur
Netrovski, do diretor executivo Marcelo Lopes e como isso tudo se articula.
Em tempos recentes, o maestro John Neschling
acumulou praticamente essas funções por doze anos. A sua saída traumática e o interesse em ter
regentes internacionais, vivendo fora do Brasil, exigiram um novo modelo. Isso não está colocado desse modo no filme,
mas eu acompanhei essa história como frequentador constante dos concertos da
OSESP, desde 2001.
A série “Work in Progress – Por Dentro da
OSESP” pretende nos levar à intimidade da orquestra, de como se faz música clássica,
entrando nos detalhes, mostrando ensaios, revelando um pouco do que fazem os
artistas: o maestro, os músicos, os que estabelecem e viabilizam as
programações e a vinda de convidados internacionais de peso, com antecedência
de pelo menos dois anos. Enfim, o que
mostra o arcabouço da criação artística de uma grande orquestra, o que está
envolvido nos diferentes concertos que a OSESP apresenta na cidade de São
Paulo, três vezes a cada semana, mantendo um padrão de qualidade
invejável. Além das apresentações no
interior do Estado e em excursões internacionais, que costumam ocorrer anualmente.
Vale a pena conferir a série, tanto para quem
frequenta habitualmente concertos quanto para quem tem interesse em
aproximar-se desse universo da música clássica.
Para quem gosta de música, enfim.
Vocês devem estar estranhando esse texto aqui
no Cinema com Recheio, que se dedica exclusivamente à critíca de cinema. Fiz uma exceção porque vou quase tanto aos
concertos (da OSESP, da Jazz Sinfônica, da OSUSP, etc), como vou ao cinema. Mas não sou, nem pretendo ser, crítico
musical. E uma série de TV não deixa de
ser filme, embora não esteja sendo veiculada pelos cinemas.
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