Tatiana Babadobulos
Robin Hood. Estados Unidos/Grã Bretanha, 2010. Direção: Ridley Scott. Roteiro:Brian Helgeland. Com Russell Crowe, Cate Blanchett, Max von Sydow, William Hurt, Mark Strong, Oscar Isaac, Danny Huston. 140 min.
Ambientado na Inglaterra do século 12, “Robin Hood”, longa-metragem dirigido por Ridley Scott, se propõe a contar a história que antecede a lenda do famoso arqueiro fora-da-lei que “rouba dos ricos para dar aos pobres”. Algo como “Batman Begins”. Isso porque muito já se filmou o personagem desde 1922, inclusive com Kevin Costner no longa “Robin Hood, O Príncipe dos Ladrões”, de Kevin Reynolds.
Quem encara o personagem-título desta vez é o australiano Russell Crowe e, qualquer déjà vu em relação ao diretor e ao ator não terá sido mera coincidência. Tampouco se o espectador achar que está vendo “Gladiador”.
Voltemos à trama com roteiro escrito por Brian Helgeland (de “Zona Verde”) que, vá lá, pode ser outra história sobre o personagem. No entanto, como tudo é especulação (uma vez que não se sabe se ele existiu mesmo ou não), não dá para afirmar quem está contando a verdadeira. Pois bem, após a primeira batalha, morre o rei Ricardo Coração de Leão durante uma de suas cruzadas, desta vez na França. A partir de então, Robin Longstride (Crowe) assume o comando e, se fazendo passar pelo filho de sir Walter Loxley (Max Von Sydiw), de Nottingham, cruza o Canal da Mancha e volta para a Inglaterra.
Depois que João (Oscar Isaac) é coroado rei, as pessoas passam a ser cobradas de impostos cada vez maiores. João, no entanto, é um rei apático, sem o carisma do irmão (e sem o apoio da mãe) e quer aparecer de alguma maneira. Quando assume o lugar do filho de Loxley, Robin comanda seus soldados para se defender da Coroa e se apaixona pela viúva Marion (Cate Blanchett), uma guerreira que vai dar força a ele e ajudá-lo a defender o local onde vivem, principalmente depois da presença de um perfeito judas, Godfrey (Mark Strong).
É mais ou menos neste pedaço que a fita se torna previsível e oferece a sensação de déjà vu, uma vez que a câmera rápida, os cortes secos de Ridley Scott fazem com que a estética seja a mesma do épico anterior. E, utilizando o artifício de palavras escritas na tela, o filme se vale para contar o início (e o fim, quando começa a lenda).
Russell Crowe, com seu jeito truculento, sabe conduzir a batalha, usar o arco (e acertar as flechas), mas não convence o fato de estar em outra trama. E Cate traz a graça e o pulso firme que sua personagem pede. A fita, falada em inglês e em francês, tem locações na Inglaterra e na França, mas a Torre de Londres, o palácio real, foi replicada para a produção, uma vez que a verdadeira ainda existe, mas hoje parte dela é um museu aberto para visitas – a outra guarda as joias da coroa.
Tal como em outras grandes produções, em “Robin Hood” a música alta não para, ou seja, ela não fica alta apenas nos momentos de batalhas, de modo que o espectador se cansa do barulho.
O longa estreia nos cinemas do mundo todo dois dias após participar da Seleção Oficial do Festival de Cannes. Sem preconceitos quando o assunto é cinema, vale a pena conferir.
Robin Hood. Estados Unidos/Grã Bretanha, 2010. Direção: Ridley Scott. Roteiro:Brian Helgeland. Com Russell Crowe, Cate Blanchett, Max von Sydow, William Hurt, Mark Strong, Oscar Isaac, Danny Huston. 140 min.
Ambientado na Inglaterra do século 12, “Robin Hood”, longa-metragem dirigido por Ridley Scott, se propõe a contar a história que antecede a lenda do famoso arqueiro fora-da-lei que “rouba dos ricos para dar aos pobres”. Algo como “Batman Begins”. Isso porque muito já se filmou o personagem desde 1922, inclusive com Kevin Costner no longa “Robin Hood, O Príncipe dos Ladrões”, de Kevin Reynolds.
Quem encara o personagem-título desta vez é o australiano Russell Crowe e, qualquer déjà vu em relação ao diretor e ao ator não terá sido mera coincidência. Tampouco se o espectador achar que está vendo “Gladiador”.
Voltemos à trama com roteiro escrito por Brian Helgeland (de “Zona Verde”) que, vá lá, pode ser outra história sobre o personagem. No entanto, como tudo é especulação (uma vez que não se sabe se ele existiu mesmo ou não), não dá para afirmar quem está contando a verdadeira. Pois bem, após a primeira batalha, morre o rei Ricardo Coração de Leão durante uma de suas cruzadas, desta vez na França. A partir de então, Robin Longstride (Crowe) assume o comando e, se fazendo passar pelo filho de sir Walter Loxley (Max Von Sydiw), de Nottingham, cruza o Canal da Mancha e volta para a Inglaterra.
Depois que João (Oscar Isaac) é coroado rei, as pessoas passam a ser cobradas de impostos cada vez maiores. João, no entanto, é um rei apático, sem o carisma do irmão (e sem o apoio da mãe) e quer aparecer de alguma maneira. Quando assume o lugar do filho de Loxley, Robin comanda seus soldados para se defender da Coroa e se apaixona pela viúva Marion (Cate Blanchett), uma guerreira que vai dar força a ele e ajudá-lo a defender o local onde vivem, principalmente depois da presença de um perfeito judas, Godfrey (Mark Strong).
É mais ou menos neste pedaço que a fita se torna previsível e oferece a sensação de déjà vu, uma vez que a câmera rápida, os cortes secos de Ridley Scott fazem com que a estética seja a mesma do épico anterior. E, utilizando o artifício de palavras escritas na tela, o filme se vale para contar o início (e o fim, quando começa a lenda).
Russell Crowe, com seu jeito truculento, sabe conduzir a batalha, usar o arco (e acertar as flechas), mas não convence o fato de estar em outra trama. E Cate traz a graça e o pulso firme que sua personagem pede. A fita, falada em inglês e em francês, tem locações na Inglaterra e na França, mas a Torre de Londres, o palácio real, foi replicada para a produção, uma vez que a verdadeira ainda existe, mas hoje parte dela é um museu aberto para visitas – a outra guarda as joias da coroa.
Tal como em outras grandes produções, em “Robin Hood” a música alta não para, ou seja, ela não fica alta apenas nos momentos de batalhas, de modo que o espectador se cansa do barulho.
O longa estreia nos cinemas do mundo todo dois dias após participar da Seleção Oficial do Festival de Cannes. Sem preconceitos quando o assunto é cinema, vale a pena conferir.
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