Já está chegando a hora da edição 2023 da Mostra. Os cinéfilos, que já tem informações sobre os filmes que se destacam ou ganham prêmios em festivais, querem saber o que vem para a programação do evento. Para isso, estou reproduzindo, fazendo uma seleção do que me pareceu mais importante, parte do material disponibilizado à imprensa para divulgação. Por aqui dá para conferir os títulos de filmes já programados, cineasta, prêmios, indicações ao Oscar. E começar a fazer suas escolhas.
Antonio Carlos Egypto
De 19 de outubro a 1º de novembro, acontece em São Paulo a tradicional Mostra Internacional de Cinema. Compõem a seleção deste ano cerca de 360 filmes de 96 países. A mostra acontece em 24 salas de cinemas, espaços culturais e CEUS espalhados pela capital paulista, incluindo exibições gratuitas e ao ar livre. Além disso, as plataformas Itaú Cultural Play, Sesc Digital e Spcine Play vão dar acesso gratuito a títulos selecionados pela curadoria do evento.
Anatomia de uma Queda
(Anatomie D'une Chute), de Justine Triet, vencedor da Palma de Ouro no Festival
de Cannes, abre a 47ª Mostra na quarta-feira, dia 18, na Cinemateca Brasileira,
em sessão para convidados.
Entre os títulos
confirmados para a 47ª edição estão Maestro, de Bradley Cooper, A Teoria Universal,
de Timm Kröger, Ervas Secas, de Nuri Bilge Ceylan, Fallen Leaves, de Aki Kaurismaki,
A Besta, de Bertrand Bonello, Bom Dia à Linguagem, de Paul Vecchiali, Mulher de…,
de Malgorzata Szumowska e Michal Englert, O Livro das Soluções, de Michel
Gondry, Juventude (Primavera), de Wang Bing, Na Água, de Hong Sang-soo, Evil
Does Not Exist, de Ryûsuke Hamaguchi, La Chimera, de Alice Rohrwacher, Anselm -
3D, de Wim Wenders, Fechar os Olhos, de Victor Erice, e O Espectro do Boko
Haram, de Cyrielle Raingou. A arte do cartaz da 47ª Mostra é assinada pelo
italiano Michelangelo Antonioni, que recebe uma tripla homenagem. O festival
faz uma retrospectiva que conta com 23 títulos do cineasta. Serão exibidos
curtas e longas, documentários e ficções, realizados entre 1947 e 2004.
Além disso, entre os dias 23 de outubro e 17 de novembro, 24 pinturas de Antonioni ganham exposição com entrada franca no Instituto Italiano de Cultura de São Paulo. E ainda, para completar a homenagem ao mestre Antonioni, o seu roteiro Tecnicamente Doce terá uma leitura feita por grandes atores e dirigida pelo cineasta André Ristum. Uma oportunidade para o público da Mostra ver a preparação do futuro filme.
A 47ª Mostra também
exibe o marco do cinema de vanguarda soviético Um Homem com uma Câmera (1929),
de Dziga Vertov, com nova trilha composta pelo compositor, flautista e professor
Luiz Henrique Xavier.
Em homenagem ao dramaturgo, diretor, ator e encenador José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, morto em julho, o festival faz uma sessão especial de 25. O filme, dirigido por ele e Celso Luccas, registra as transformações provocadas pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique). O longa foi apresentado na primeira Mostra Internacional de Cinema, em 1977, sem a presença dos diretores, exilados pela ditadura militar.
Também ganham exibição
as cópias restauradas dos clássicos Amor Louco (1969), de Jacques Rivette, Vale
Abraão (1993), de Manoel de Oliveira, O Retorno à Razão (1923), de Man Ray,
Corisco & Dadá (1996), de Rosemberg Cariry, O Sangue (1989), de Pedro
Costa, e Underground: Mentiras de Guerra (1995), de Emir Kusturica.
Além de integrar o júri
desta edição da Mostra, Kusturica vai receber o Prêmio Leon Cakoff, que também
será entregue a Júlio Bressane, na abertura do evento. Integram a programação
os dois filmes mais recentes do cineasta carioca, o documentário A Longa Viagem
do Ônibus Amarelo e a ficção Leme do Destino.
Serão lançados durante o festival dois livros que celebram os trabalhos de dois grandes nomes da crítica brasileira: “Inácio Araújo - olhos livres”, organizado por Sérgio Alpendre e Laura Loguercio Cánepa, e “A Arte da Crítica”, de Luiz Zanin Oricchio.
FILMES CONFIRMADOS |
PREMIADOS
A programação da 47ª
Mostra conta com filmes inéditos que se destacaram nos principais festivais
internacionais em 2023.
Do Festival de Veneza,
além do já citado filme de Hamagushi, vencedor do grande prêmio do júri e do
prêmio da crítica, vem Paraíso em Chamas, de Mika Gustafson, vencedor da Mostra
Orizzonti de melhor direção; El Paraíso, de Enrico Maria Artale, que ganhou o prêmio
de melhor roteiro na Mostra Orizzonti e que deu a Margarita Rosa de Francisco o
prêmio de melhor atriz da Mostra Orizzonti; O Amor É uma Arma, de Lee Hong-chi,
prêmio de melhor primeiro filme; Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário,
de Ariane Louis-Seize, vencedor da Giornatta; Malqueridas, de Tana Gilbert,
vencedor do prêmio de melhor filme da Semana Internacional da Crítica.
De Cannes, além do
grande vencedor da Palma de Ouro, Anatomia de uma Queda, e dos já citados Ervas
Secas, vencedor do prêmio de melhor atriz para Merve Dizdar, e Fallen Leaves,
vencedor do prêmio do júri, serão exibidos na 47ª Mostra Tiger Stripes, de
Amanda Nell Eu, vencedor do grande prêmio da Semana da Crítica; o brasileiro A
Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora, prêmio de melhor equipe
da mostra Um Certo Olhar; Dentro do Casulo Amarelo, de Pham Thien An, vencedor
da Câmera de Ouro; Está Chovendo em Casa, de Paloma Sermon-Daï, prêmio do júri
da Semana da Crítica. Também integram a programação Criatura, de Elena Martin,
e Um Príncipe, de Pierre Creton, ambos premiados na Quinzena dos Realizadores.
Dos premiados no
Festival de Berlim, estão confirmados nesta edição: No Adamant, de Nicolas
Philibert, Urso de Ouro de melhor filme; Afire, de Christian Petzold, Urso de
Prata; Samsara - A Jornada da Alma, de Lois Patiño, prêmio especial do júri da
Mostra Encontros; Névoa Prateada, de Sacha Polak, prêmio do júri do Teddy Award
para a atriz Vicky Knight.
Do Festival de San Sebastián, além do filme de Hamaguchi, vencedor do prêmio Greenpeace, serão exibidos Puan, de María Alché e Benjamín Naishtat, prêmio de melhor roteiro e ator para Marcelo Subiotto; O Castelo, de Martin Benchimol, prêmio da mostra Horizontes; O Auge do Humano 3, de Eduardo Williams, que recebeu o prêmio Zabaltegi-Tabakalera; The Royal Hotel, de Kitty Green, que levou o prêmio RTVE, Criatura, de Elena Martín, prêmio Dunia Ayaso; e Na Ponta dos Dedos, de Christos Nikou, prêmio Fipresci.
Do Festival de Locarno,
a 47ª Mostra exibe Zona Crítica, de Ali Ahmadzadeh, vencedor do Leopardo de
Ouro de Melhor Filme; Não Espere Muito do Fim do Mundo, de Radu Jude, que
venceu o prêmio especial do júri e menção especial do prêmio independente do
júri; Stepne, de Maryna Vrod, vencedor dos prêmios de melhor direção e
Fipresci; Bons Sonhos, de Ena Sendijarevic, prêmio de melhor atuação para Renée
Soutendijk; Sonhando e Morrendo, de Nelson Yeo, vencedor dos prêmios melhor
primeiro filme e Leopardo de Ouro da mostra Cineastas do Presente; Camping do
Lago, de Eléonore Saintagnan, vencedor do prêmio especial do júri da mostra
Cineastas do Presente; e Excursão, de Uma Gunjak, que recebeu menção especial
da mostra Cineastas do Presente.
De Rotterdam, além do
já citado O Espectro de Boko Haram, vencedor do Tigre, principal prêmio do
festival, será exibido La Palisiada, de Philip Sotnychenko, que recebeu o
prêmio Fipresci.
Do Festival de
Sundance, serão exibidos Shayda, de Noora Niasari, vencedor do prêmio do público
da competição internacional, 20 Dias em Mariupol, de Mstyslav Chernov, prêmio do
público de documentário da competição internacional, Devagar, de Marija
Kavtaradze, prêmio de melhor direção da competição internacional, The Persian
Version, de Maryam Keshavarz, prêmio do público e prêmio Waldo Salt de melhor
roteiro da competição americana, A Memória Infinita, de Maite Alberdi, grande
prêmio do júri para documentário da competição internacional, Irmandade da
Sauna a Vapor, de Anna Hints, que levou o prêmio de melhor direção de
documentário da competição internacional, E o Rei Disse, que Máquina
Fantástica, de Axel Danielson e Maximilien Van Aertryck, prêmio especial do júri
de documentário da competição internacional, Animalia, de Sofia Alaoui, prêmio especial
do júri da competição internacional, Quando Derreter, de Veerle Baetens, prêmio
especial do júri da competição internacional para a atriz Rosa Marchant.
A Mostra também exibe dois filmes que foram premiados no Festival de Cinema de Animação de Annecy: Frango para Linda!, de Chiara Malta e Sébastien Laudenbach, prêmio de melhor filme, e Robot Dreams, de Pablo Berger, vencedor do grande prêmio Contrechamp de melhor filme.
De Karlovy Vary, integram a programação da Mostra Lições de Blaga, de Stephan Komandarev, vencedor do grande prêmio do festival, do prêmio do júri ecumênico e do prêmio de melhor atriz para Eli Skorcheva, Fremont, de Babak Jalali, que recebeu o prêmio de melhor diretor, e Cidadão Santo, de Tinatin Kajrishvili, menção especial do júri ecumênico.
INDICADOS AO OSCAR®
A seleção de títulos
também traz 15 obras já indicadas por seus respectivos países para concorrer a
uma vaga ao Oscar® de melhor filme internacional: da Austrália, Shayda, de Noora
Niasari; da Bósnia e Herzegovina Excursão, de Una Gunjak; da Bulgária, Lições
de Blaga, de Stephan Komandarev; do Chile, Los Colonos, de Felipe Gálvez
Haberle; da Eslováquia, Fotofobia, de Ivan Ostrochovský e Pavol Pekarcík; da
Estônia, Irmandade da Sauna a Vapor, de Anna Hints; da Finlândia, Fallen
Leaves, de Aki Kaurismaki; da Geórgia, Cidadão Santo,
de Tinatin Kajrishvili; da Lituânia, Devagar, de Marija Kavtaradze; da Holanda,
Bons Sonhos, de Ena Sendijarevic; do Peru, A Ereção de Toribio Bardelli, de Adrián
Saba; da Romênia, Não Espere Muito do Fim do Mundo, de Radu Jude; da Suécia, Oponente,
de Milad Alami; da Turquia, Eras Secas, de Nuri Bilge Ceylan; da Malásia, Tiger
Stripes, de Amanda Nell Eu; e da Ucrânia, 20 Dias em Mariupol, de Mstyslav Chernov.
MOSTRA BRASIL
A 47ª Mostra vai exibir
cerca de 60 longas brasileiros. Eles integram as seções Apresentação Especial,
Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional.
A partir do dia 14 de
outubro começa a venda de permanentes e pacotes de ingressos.
@mostrasp
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