Antonio Carlos
Egypto
O HOMEM QUE VIU O INFINITO (The Man Who Knew Infinity).
Inglaterra, 2015.
Direção e roteiro: Matt Brown. Com Jeremy Irons, Dev Patel, Devika Bhise, Stephen Fry, Toby Jones. 110 min.
Direção e roteiro: Matt Brown. Com Jeremy Irons, Dev Patel, Devika Bhise, Stephen Fry, Toby Jones. 110 min.
De Madras (hoje, Chennai), no extremo sul da Índia,
no início do século XX, surgiu um matemático brilhante, que contribuiu com
fórmulas decisivas para o avanço da ciência e o alcance de soluções muito
complexas. Com um detalhe: Ramanujan
(1887-1920), esse indiano, notável matemático, não tinha estudo formal
nenhum. Ainda assim, seu talento era tão
evidente que ele acabou numa universidade inglesa, em Cambridge (onde também
estava Bertrand Russell) e chegou a pertencer à Royal Society de Ciências, uma
honraria por merecimento.
O filme “O Homem que Viu o Infinito”, de Matt Brown,
pretende contar a história real desse gênio da matemática, especialmente no seu
período de estudos e publicações na Inglaterra, tendo como mentor e amigo,
apesar da improbabilidade que sempre cercou essa amizade, do professor e também
ilustre matemático G. H. Hardy. O
período é o que começa em 1913, atravessa toda a Primeira Guerra Mundial e a
ultrapassa um pouco. Oceanos de
distância os separavam, mesmo estando próximos, se pensarmos nas crenças, modos
de vida, hábitos alimentares, de vestuário, entre outras coisas, associados a
um e a outro.
Por outro lado, a guerra distanciou Ramanujan de sua
amada e família, de modo absoluto. No
filme, também pela correspondência não entregue, um dos elementos de uma
narrativa novelesca, que põe a tal realidade
a serviço de uma fórmula comercial de contar histórias para entreter e agradar
o público.
Outro elemento é a adoção da ideia de que todo o
conhecimento absurdo daquele gênio da matemática derivava de uma intuição
divina. Daí a dificuldade que o indiano teve
para construir as provas acadêmicas daquilo que ele “sabia que era assim
“. Quem quiser crer que a matemática
deriva diretamente de Deus, ou de uma deusa hindu, que compre essa
narrativa. A mim, não pode convencer,
como não deveria convencer o grande professor Hardy, ateu convicto, mas, sabe
como é, né?
O que não dá é para vender a ideia de que a realidade
é – ou foi – assim. Isso é uma
interpretação religiosa dos fatos. Algo
que está em evidência em certos estudos pseudocientíficos, associados à física
quântica, na atualidade. Em todo caso,
Deus ainda carece de provas, não basta a convicção. Tal como andou se falando
muito por aqui.
“O Homem que Viu o Infinito” é uma boa produção, a
história é bem contada, de forma linear, filmada na Índia e na Inglaterra, em
belíssimas locações e tem um elenco muito bom.
Quem faz Ramanujan é Dev Patel, ator de “Quem Quer Ser um Milionário?”,
e o professor Hardy é o papel de Jeremy Irons.
A amada Janaki é vivida pela bela atriz Devika Bhise, convincente no seu
sofrimento. O que não me convence é a
ideologia do filme.
Grata pelo comentário! vou assistir!
ResponderExcluirA história é muito emocionante, amei o trabalho de Jeremy Irons. Por certo, ele nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias Raça é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Será exibida na TV, a chave do sucesso é o bem que esta contada a historia e a trilha sonora, enfim, um dos meus preferidos.
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