Tatiana Babadobulos
Se Puder...Dirija! Brasil, 2013. Direção e roteiro: Paulo Fontenelle. Com: Luiz Fernando Guimarães, Lavínia Vlasak, Leandro Hassum, Bárbara Paz. 90 minutos
Mais uma comédia nacional chega aos cinemas a partir de 30
de agosto. E, para não perder o costume, mais uma comédia nacional chata... Não
é má vontade desta repórter achar “Se Puder...Dirija” ruim. O filme já começa
mal. O nome brinca com a comédia norte-americana “Se Beber, Não Case!” (cujo
nome original é “The Hangover”). A história, que se passa praticamente o tempo
todo dentro do carro guiado por João (Luiz Fernando Guimarães), é sobre pai e
filho, sobre relacionamento, sobre a conquista da confiança e do amor que
acontece aos poucos.
Na trama, João chega atrasado ao aniversário do filho Quinho
(Gabriel Palhares) e sua ex-mulher (Lavínia Vlasak) inicia uma verdadeira DR
sobre o motivo pelo qual não há fotos dele, o pai, na geladeira, tal como tem
da criança com a mãe. Para se redimir da ausência na criação do filho, João
promete passar o dia seguinte todo com o pequeno.
Manobrista em um estacionamento juntamente com Edinelson
(Leandro Hassum), João se esquece dos compromissos e, para consertar, pega um
carro emprestado e passa por situações inimagináveis.
Primeiro, sofre tentativa de assalto, depois atropela um
rapaz (Reynaldo Gianecchini) de bicicleta... Ao filme falta ritmo e cansam as
situações semelhantes, algumas até constrangedoras, e todas sem graça nenhuma.
Enquanto isso, o pequeno trata o pai como se fosse super-herói.
Durante entrevista à imprensa em São Paulo, o diretor Paulo
Fontenelle (“Intruso”) relata que decidiu fazer um longa-metragem todo em 3D
para mostrar pela primeira vez que o Brasil também pode filmar neste formato
tão bom quanto os blockbusters norte-americanos, e “abrir caminho para os próximos
que virão”. O orçamento foi de 30% a mais (R$ 8 milhões) do que se fosse feito
apenas em 2D. Para tanto, foram usados os mesmos equipamentos utilizados em
“Homem-Aranha” e a finalização foi feita em Los Angeles.
Como produto final, apenas as primeiras imagens podem ser
vistas verdadeiramente em três dimensões; no restante, porém, nada justifica o
uso daqueles óculos ruins e pesados durante uma hora e meia de projeção – além
de o ingresso nos cinemas custar mais caro.
Há uma cena após os créditos, mas não é preciso esperar. Ela
é totalmente dispensável.
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