Antonio Carlos Egypto
O HOBBIT:
UMA JORNADA INESPERADA (The Hobbit: An Unexpected
Journey). Estados Unidos/Nova Zelândia, 2012. Direção: Peter Jackson. Com Martin Freeman, Richard Armitage, Ian
McKellen, Cate Blanchett, Ian Holm. 169 min.
É inegável que a trilogia de “O
Senhor dos Anéis” (2001 a 2003), dirigida por Peter Jackson, representa um
produto cinematográfico sedutor. As
narrativas são marcadas por lendas e fantasias exuberantes, com personagens
heróicos, excêntricos e bizarros. A
tecnologia avançada impera, os efeitos especiais são belos, de tirar o fôlego,
e as paisagens da Nova Zelândia, terra natal do diretor, são deslumbrantes.
Apesar de tudo isso, os três
filmes: “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”, são
cansativos, longos demais. Todos têm 3
horas de duração, o último até um pouco mais do que isso. Lembro-me de quando eu o vi no cinema. Pareceu-me interminável, eu não aguentava
mais. Pois bem, agora, com o lançamento de “O Hobbit”, que se refere a um
período de 60 anos anterior à saga de “O Senhor dos Anéis”, esses três filmes
foram reapresentados nos cinemas, com duração estendida. Cada um deles, com 50 minutos a mais. Inacreditável. Será que teve público para essa
iniciativa? Para mim, soa como
masoquismo.
“O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” é também anunciado
como parte de uma trilogia. Tudo baseado
em um único livro de J.R.R.Tolkien, de cerca de 300 páginas. Esse filme é apenas o começo da nova saga,
que remete a um tempo passado, mas traz o hobbit Bilbo Bolseiro, o mago
Gandalfi e os anões numa jornada pela Terra Média, com direito à aparição de
elfos, trolls e a criatura Golum, com seu precioso anel. E ainda o dragão Smaug e o reino de
Eredor. E, é claro, muita aventura e
muita batalha, com a mesma beleza e sedução da saga de “O Senhor dos
Anéis”. Dessa vez, o filme dura quase 3 horas: 169 minutos. Só que agora há muito menos história, é
preciso povoar a trama com muitas caminhadas, conversas e lutas sem muita razão
de ser. Tome magia a todo instante. O impossível é um elemento recorrente da filmagem,
com seus efeitos mirabolantes.
Novidade, nenhuma. É mais do mesmo conhecido e sedutor produto. Ainda
virão dois filmes que vão esticar mais a história. Para quem gosta de ver sempre a mesma coisa,
com pequenas variantes, é um prato cheio.
Mas não há nada de importante a acrescentar. Para mim, já deu. Fui.
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