Antonio Carlos Egypto
CONAN, O BÁRBARO (Conan, the Barbarian). Estados Unidos, 2011. Direção: Marcus Nispel. Com Jason Momoa, Rachel Nichols, Stephen Lang, Rose McGowan, Ron Perlman, Leo Howard. 113 min.
“Conan, o bárbaro” é daqueles super-heróis que, sozinhos, dizimam um exército, se arrebentam mas não sentem dor e, é claro, matam muitos, mas não morrem. Além disso, não sentem nenhum medo, mesmo diante dos maiores perigos, o que os distancia dos seres humanos, por definição.
“Conan, o bárbaro”, o novo filme, é uma aventura com tanta ação, mas tanta ação, que mal permite qualquer respiro ao espectador. É efeito especial pra todo lado, brigas e mais brigas, porradas em profusão, espadas que perpassam corpos e se enfrentam o tempo todo, flechas que voam, sangue jorrando à vontade, explosões e desmoronamentos. Isso acontece praticamente em toda a duração do filme: uma hora e quarenta minutos.
Durante algum tempo, a diversão é boa, apesar dos exageros, do mau gosto de algumas situações e da violência constante que dá tom à película. Depois de mais ou menos uma hora, não sei como as pessoas aguentam isso e ainda acham muito divertido. É uma repetição sem fim que, para mim, deixou de ter qualquer interesse. E perde qualquer sentido: é a luta pela luta, a batalha pela batalha, sendo que todo mundo já sabe como vai ser o final. É tudo muito previsível, até para crianças pequenas.
Excessivo é um adjetivo adequado para classificar “Conan”. Tudo que acontece ali é demais, desproporcional, fantástico além da conta, consumindo tempo exageradamente, mostrando o que já foi mostrado, repetindo o mesmo confronto.
O que é curioso é que “Conan, o bárbaro”, longe de ser uma exceção, é quase a regra desse tipo de filme de aventura. É tudo tão sem medida, tão rápido, tão excessivo, que nem o efeito catártico parece possível. E, é claro, é sempre impossível pensar. É tudo pura sensação, para mim, desnecessária e esgotante. Mas não tenho dúvida de que o filme vai emplacar, ocupar dezenas de salas nas grandes cidades, ter grande afluxo de público, matérias em todos os veículos da mídia e, provavelmente, render muito dinheiro, que compensará os altos custos da produção. Essa é a lógica da atualidade, do chamado cinema comercial. Que se repete a toda hora.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
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