Tatiana Babadobulos
Planeta dos Macacos (Rise of the Planet of the Apes). Estados Unidos, 2011. Direção: Rupert Wyatt Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver. Com: James Franco, Andy Serkis, Freida Pinto. 105 minutos
Nada de gorila ou seja lá qual espécie de macaco seja escalando o Empire State, em plena luz de Nova York. Em “Planeta dos Macacos: A Origem” (“Rise of the Planet of the Apes”) eles se multiplicam e podem ser vistos nas ruas de São Francisco e atrapalhando o trânsito na Golden Gate, por exemplo, em uma das melhores cenas mostradas pelo longa-metragem.
A fita ocupou o primeiro lugar nas bilheterias norte-americanas, durante dois finais de semana. A trama tem a intenção de contar o que ocorreu antes dos fatos mostrados em “Planeta dos Macacos”, lançado em 1968, no qual humano chega à Terra já dominada pelos símios.
Até chegarem à dominação total, a história desta estreia conta que o cientista Will Rodman (James Franco, de “127 Horas”) busca desenvolver um vírus que regenera tecido cerebral humano danificado. Isso porque ele precisa encontrar a cura para o Mal de Alzheimer, doença que seu pai, Charles (John Lithgow), sofre.
Antes de começar a fazer experiência com seres humanos, Will a faz em macacos, suas cobaias. Porém, como eles se tornam agressivos de uma hora para outra, o projeto é cancelado e ele se vê “obrigado” a adotar o filhote de macaco, batizado de César, que ficou sem a mãe. Para isso, vai contar com a ajuda da primatóloga Caroline (Freida Pinto, de “Quem Quer Ser Um Milionário”).
A partir de então, o espectador vai acompanhar o crescimento desse chimpanzé e como ele se torna incrivelmente inteligente e capaz de se comunicar. A resposta do que o tempo e o isolamento são capazes de fazer virá depois de Will levar César ao santuário dos macacos onde ele será maltratado, principalmente pelo administrador do local, Landon (Brian Cox), e por seu filho, Dodge (Tom Felton, o Draco Malfoy de “Harry Potter”). E é lá que César vai desenvolver seu outro lado, ou seja, da dominação e da rebeldia, já que está perto dos seus.
E é sob o seu ponto de vista que seguirá o desenvolvimento do longa, já que, além de ser inteligente, o animal tem movimentos humanos. Para o filme, eles foram conseguidos a partir do ator Andy Serkis, que teve os seus movimentos capturados, tal como aconteceu em “Avatar”, de James Cameron, com a diferença de que há cenas filmadas em locações e não apenas dentro do estúdio, tal como aconteceu no filme recorde de bilheteria. A técnica também foi usada pelo próprio Serkis quando interpretou o Gollum, na trilogia “Senhor dos Anéis”, e como o gorila, em “King Kong”, na versão de 2005.
Além da cena que se passa na Golden Gate, outro destaque (e bastante poética) é a sequência na qual os chimpanzés estão pulando de galho em galho no meio da rua e as folhagens vão se mexendo e mostrando o movimento do alto.
A fita traz macacos de aparência realista e emocionalmente profundos, com sentimentos semelhantes aos dos humanos, assim como as expressões faciais e os olhares. Tudo tão real, que não parece ser proveniente de efeitos especiais. A técnica, aliás, é um ponto alto da fita, pois as imagens convencem, ao contrário da versão original, na qual os personagens principais eram toscos aparentemente.
Dirigido pelo inglês Rupert Wyatt (“O Escapista”), “Planeta dos Macacos: A Origem” trata da soberba humana, que acredita que tudo pode e é melhor em tudo, e da relação familiar, sobre pais e filhos, principalmente porque o cientista se torna pai do chimpanzé. Um filme que merece ser visto e sua história, refletida. De repente, encontram-se respostas para muitos de nossos atos impensados na ganância de querer fazer sempre o melhor.
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