sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O VENCEDOR

              Antonio Carlos Egypto


O VENCEDOR (The Fighter). Estados Unidos, 2010. Direção: David O. Russell. Com Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo. 111 min.

O mundo do boxe com frequência está vinculado a histórias, tanto de exploração indevida dos esportistas, quanto de situações de decadência e superação.  Envolvem ainda histórias pessoais e familiares que costumam abordar falta de recursos e pobreza.

Esses elementos estão presentes no novo filme sobre boxe, “O Vencedor”, que já está recebendo prêmios importantes, como o Globo de Ouro, e se credenciando à disputa do Oscar.

Aqui, Micky (Mark Wahlberg) é o irmão mais novo e promessa de títulos de Dicky (Christian Bale), um boxeur decadente que vive de glórias recentes, mas passadas, e está fora dos eixos. Dependente de drogas, sem a menor disciplina para o exercício de uma atividade esportiva, ele pretende ser o mentor e treinador do irmão, a quem procura passar todos os truques do ofício. Ele e a mãe, assim como toda a família, decidem tudo sobre a carreira de Micky. E aí é que começa o problema.

Almejar sucesso numa carreira esportiva pressupõe, além de técnica e disciplina, muito profissionalismo, tomar as decisões adequadas no melhor tempo e lugar. Os laços familiares tanto ajudam no plano afetivo quanto atrapalham no plano racional. Essa será umas das questões de que se ocupará o nosso protagonista em suas frustrações, fracassos e superação de obstáculos.

Um desafio muito sério será o de tentar corresponder a expectativas de êxito, seguindo o caminho do irmão. E mais: resgatando a sua imagem e o seu prestígio perdidos. É um peso enorme e, em alguns casos, uma impossibilidade.

As questões colocadas pelo filme são muito interessantes e a história, apresentada como “baseada em fatos reais” (qual não é?) pretende reconstruir a trajetória factual que envolveu os pugilistas e sua família.

Christian Bale emagreceu muito para o papel do boxeur drogado e algo abobalhado e faz uma caracterização que rouba a cena. O seu personagem é o mais forte da trama. Seu insucesso, seu jeito errático e inconsequente de viver, são marcantes. Um peso, um estorvo e, ao mesmo tempo, um apoio ao personagem de Mark Wahlberg, aquele que foi talhado para ser campeão, se souber lidar com todas as pressões que o esperam. Até a relação com a namorada (Amy Adams) estará intensamente envolvida no drama familiar e profissional do boxeador.
O “Vencedor” é uma boa produção, um filme bem dirigido e com elenco de peso. Com os prêmios da indústria cinematográfica de Hollywood, tem tudo para uma carreira de sucesso. O tema do boxe talvez afaste muitas pessoas, sobretudo parte do público feminino.Mas quem gosta do esporte vai vibrar muito. As cenas das lutas são empolgantes, até para quem não curte muito a pancadaria do pugilismo, imagine para os aficionados.

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