quinta-feira, 6 de abril de 2017

43o.FESTIVAL SESC MELHORES FILMES 2017


Antonio Carlos Egypto 

Já está em andamento o mais antigo festival de cinema do Brasil – o Festival SESC Melhores Filmes – que chega ao 43º. ano.  É aquela preciosa oportunidade de assistir no cinema àquele filme de 2016 que não deu tempo de ver, ou rever aquele filme de que a gente mais gostou.  Tudo isso na projeção primorosa do Cinesesc, em São Paulo, um dos melhores cinemas do país e ainda a preços reduzidos.  Quem pode querer mais?





Na noite de 05 de abril foram conhecidos os premiados dessa edição e entregues os prêmios aos vencedores do cinema nacional.  A votação se dá em dois níveis: a de uma centena de críticos de cinema de todo o país, por um lado, e a do público, em geral, por outro.  Não é muito comum que essas escolhas coincidam, a não ser em alguns pontos.  Mas neste ano registrou-se uma quase unanimidade em torno do vencedor brasileiro.

O filme AQUARIUS, de Kléber Mendonça Filho, foi escolhido, tanto pela crítica quanto pelo público, como melhor filme, melhor roteiro, melhor diretor e melhor atriz, para Sonia Braga.  Uma vitória retumbante, que foi apenas a constatação da superioridade desse trabalho, em relação a todas as demais produções cinematográficas brasileiras de 2016.  Não que tenham faltado bons filmes, mas AQUARIUS foi o filme certo para a hora certa, com um padrão de excelência na realização.  Kléber Mendonça Filho já havia mostrado a que veio, com sua brilhante estreia em longas-metragens, com O SOM AO REDOR, em 2014.  Apenas reafirmou seu talento e senso de oportunidade, conquistando espaço entre os grandes cineastas do nosso cinema.

CINEMA NOVO, de Erik Rocha, foi escolhido como o melhor documentário brasileiro, pela crítica e pelo público.  O ator, Juliano Cazaré, de BOI NEON, também recebeu o prêmio nos dois níveis, o que caracterizou bastante convergência entre crítica e público, quanto ao cinema brasileiro, em 2016.  A divergência ocorreu apenas no prêmio de fotografia, para Diego Garcia, por BOI NEON, para a crítica, e Adrian Teijido, por ELIS, para o público.




Para o cinema estrangeiro, a concordância se deu em um caso apenas, o de melhor atriz, para Isabelle Hupert, por ELLE.  O melhor ator foi Viggo Mortensen, por CAPITÃO FANTÁSTICO, para a crítica, e Eddie Redmayne, por A GAROTA DINAMARQUESA, para o público.  O melhor diretor foi Denis Villeneuve, por A CHEGADA, para a crítica, e Alejandro González Iñarritu, por O REGRESSO, para o público.  O melhor filme, para o público, foi A GAROTA DINAMARQUESA e, para a crítica, FILHO DE SAUL.  Meu voto foi para O CAVALO DE TURIM, de Béla Tarr, que, embora seja uma produção da Hungria de 2011, só foi lançado comercialmente nos cinemas brasileiros em 2016.  Ele está incluído na programação do Festival, assim como todos os que receberam alguma premiação, além de outros que receberam expressiva votação, como O ABRAÇO DA SERPENTE, O BOTÃO DE PÉROLA, DEPOIS DA TEMPESTADE, FRANCOFONIA – LOUVRE SOB OCUPAÇÃO, A ERA DO GELO – O BIG BANG, SNOOPY E CHARLIE BROWN – PEANUTS e CORAÇÃO DE CACHORRO.

Entre os brasileiros também estão BIG JATO, CURUMIN, ELA VOLTA NA QUINTA, MÃE SÓ HÁ UMA, SÃO PAULO EM HI-FI, MINHA MÃE É UMA PEÇA 2, TRAGO COMIGO e O SILÊNCIO DO CÉU.   E, ainda, MENINO 23 – INFÂNCIAS PERDIDAS NO BRASIL, que foi o meu voto para melhor documentário.

Será possível, ainda, rever na telona, em cópias restauradas, três clássicos do cinema: CRESPÚSCULO DOS DEUSES, LAWRENCE DA ARÁBIA e O PODEROSO CHEFÃO 1.


Até dia 19 de abril, quatro desses filmes por dia ocuparão a sala do Cinesesc, nos horários de 14:30, 17:00, 19:30 e 21:30 h.  E o bar do cinema, que estava em reforma, já foi reinaugurado.  É possível assistir aos filmes ou parte deles se alimentando ou bebendo algo, ao mesmo tempo, sem incomodar ninguém.  O que pode ser muito importante para os cinéfilos que não queiram perder tempo nenhum sem cinema.




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