sábado, 10 de dezembro de 2011

Noite de Ano Novo


Tatiana Babadobulos

Noite de Ano Novo (New Year's Eve). Estados Unidos, 2011. Direção: Garry Marshall. Roteiro: Ka­therine Fugate. Com: Sarah Jessica Parker, Lea Michelle, Ashton Kutcher, Robert de Niro, Jessica Biel. 118 minutos


Filmes comemorativos lançados no final do ano geralmente são sobre o Natal. E, neste gênero, chovem os piegas, as comédias do tipo “pastelão”, roteiros sem graça, mas que continuam sendo lançados para tentar convencer o espectador de que Natal é época de renovação, de união em família, confraternização etc. Este mês, aliás, um já estreou: “Presente de Natal”, que traz também versão em 3D.

Para quebrar a rotina, desta vez é sobre o ano que está chegando que trata-se o longa-metragem “Noite de Ano Novo” (“New Year’s Eve”). A fita, dirigida e produzida por Garry Marshall, de “Idas e Vindas do Amor” (o que explica a citação deste filme no final), conta, cheia de rodeios, histórias de diversos personagens sobre os imprevistos e as expectativas que antecedem a meia-noite. Porém, é clichê demais quando escolhe como cenário a cidade de Nova York, cuja festa principal acontece na Times Square. De acordo com uma personagem, a tradição de ver a bola descer e a contagem regressiva 10 segundos antes existe desde 1907. E não, ninguém está vestido de branco, tal como se faz no Brasil, por exemplo.

Algumas das pequenas histórias escritas pela roteirista Ka­therine Fugate (também de “Idas e Vindas do Amor”) são entrelaçadas e a maioria delas bobas, sem sentido ou que não combinam com o ator escolhido para protagonizar a sequência.

Robert de Niro, que dispensa apresentações, é um paciente moribundo que está internado em um hospital, escolhido a dedo por ele, já que tem o terraço voltado para a praça, e que quer passar a noite de ano novo vendo a tal bola iluminada, como faz todos os anos. Ao seu lado está a enfermeira vivida por Halle Berry (de “A Última Ceia”), que também vai mostrar como quer passar a meia-noite.



Katherine Heigl (de “A Verdade Nua e Crua”) aqui é Laura, uma prestigiada chef de cozinhaconvidada para preparar o bufê de uma concorrida e tradicional festa, que terá apresentação de um astro da música, Jensen (Jon Bon Jovi). Este, aliás, não é o primeiro trabalho do cantor, como ator, já que ele trabalhou em filmes como “O Jogo da Verdade”, “Cry Wolf – O Jogo da Mentira”, entre outros, além de ter feito participações especiais em séries de TV, como “Sex and the City”, “30 Rock”, “Las Vegas”.

Também estão no elenco, a adolescente Hailey, vivida por Abigail Breslin (de “Pequena Miss Sunshine”), que quer passar a meia-noite na Times Square para beijar o garoto que está apaixonada. A estrela de “Sex and the City”, Sarah Jessica Parker, aqui é Kim, mãe da garota. Sua personagem, porém, não tem qualquer impacto no longa e não se sabe exatamente o que ela faz, o que quer etc.

No elevador, o imprevisto prega uma peça no destino do ilustrador Randy (Ashton Kutcher, de “Sexo Sem Compromisso”, a princípio, irreconhecível, com barba) e a cantora Elise (Lea Michele, de “Glee”), que sonha em fazer uma turnê ao lado do astro da música.

Há ainda Michelle Pfeiffer, que desde a Mulher Gato não faz um filme empolgante. Aqui é uma secretária que se demite e quer cumprir todas as suas resoluções de ano novo em algumas horas, e Hilary Swank (de “Menina de Ouro”), como uma das responsáveis pela organização da festa em Nova York. É dela, aliás, o discurso sobre o que devemos fazer e pensar na esperada noite. Fala sobre amor, esperança, perdão, reinício e chance de poder começar tudo de novo, em um ano novinho em folha.

“Noite de Ano Novo” reúne diversas estrelas, mas acaba sendo um verdadeiro desastre, com histórias bobas (como a disputa pelo nascimento do primeiro bebê do ano), até o encontro à meia-noite marcado um ano antes. Outro detalhe é a previsibilidade quando o cantor da festa escolhido para o papel é… um cantor, assim como a backing vocal. O tema até teria potencial para ser explorado, mas o roteiro fraco e o excesso de personagens faz com que as histórias não se aprofundem e se percam em meio a uma direção atrapalhada e em diálogos bobos. No limite, “Noite de Ano Novo” faz o espectador refletir e começar a pensar o que lhe espera no dia 31 de dezembro que, aliás, está logo aí!

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