quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

CAÇADORES DE OBRAS-PRIMAS

                            
                      
Antonio Carlos Egypto




CAÇADORES DE OBRAS-PRIMAS (Monuments Men).  Estados Unidos, 2013. Direção: George Clooney.  Com George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Jean Dujardin, Cate Blanchett.  98 min.


Como é possível preservar obras de arte fundamentais para a história da humanidade em meio aos bombardeios e aos saques, roubos, promovidos pelos nazistas?  Hitler tinha como projeto o maior museu de arte do mundo, meticulosamente planejado, e já havia feito o registro das obras artísticas naquele que seria o maior roubo da história, envolvendo 5 milhões de objetos culturais.  Ao mesmo tempo em que efetuava esse grande roubo, destruía a arte contemporânea inovadora e crítica, queimando obras de Picasso, por exemplo.  Para o nazismo, essa arte era degenerada e tinha de desaparecer.  Parece, mesmo, um milagre que o grande acervo cultural da humanidade tenha sobrevivido a essa insanidade toda, da mentalidade nazista e da própria guerra.




“Caçadores de Obras-Primas”, filme dirigido e protagonizado por George Clooney, se baseou no livro “Monuments Men”, de Robert M. Edsel, que conta a história de um grupo de homens, um batalhão especial, que se dedicava a salvar obras de arte roubadas, em meio à guerra.  Esse grupo, que envolveu homens e mulheres, chegou a ter 350 soldados, de 13 países.  Foi a maior caça ao tesouro de que se tem notícia.  Começou em 1943, quando o Eixo começava a perder a guerra, e se estendeu até 1951.  Na realidade, até hoje se estão encontrando obras perdidas durante a guerra e, surpreendentemente, em grande quantidade, segundo relato de diversas publicações atuais.

Entre as obras-primas que foram perseguidas e resgatadas pelos Monuments Men havia pinturas de Rembrandt, Leonardo Da Vinci, Vermeer e até a Madonna, de Michelangelo, saqueadas de coleções particulares, sobretudo de judeus, igrejas e museus.  O livro e também o filme registram a atuação de uma dezena de soldados atuando no resgate das obras, principalmente na França, Bélgica e Alemanha.



A história, sem dúvida, é muito boa e atualíssima.  Escrita por um texano que se mudou para Florença para estudar artes e foi aí que se questionou sobre como as obras-primas da civilização ocidental tinham sobrevivido à Segunda Guerra Mundial.  Transformou em romance a trajetória desses homens dedicados à arte e seu heroísmo único, com base em extensa pesquisa que visava a resgatar essa verdade histórica tão positiva, abordando a guerra por um novo ângulo.  Aliás, são infindáveis os ângulos pelos quais ainda se pode falar da Segunda Guerra Mundial, um assunto que parece inesgotável.

O filme “Caçadores de Obras-Primas”, além de contar com a figura carismática de George Clooney, desta vez também na direção, teve um elenco estelar vivendo os heróis da guerra pela arte.  Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Cate Blanchett e até o astro francês de “O Artista”, Jean Dujardin, fazem parte do elenco.  A produção é bem cuidada.  É um filme bem feito.




Algumas coisas incomodam, no entanto.  A visão heróica, desprendida, dos Monuments Men, seu patriotismo e destemor, são clichês de filmes de guerra.  Os personagens, ainda em 1943, se comportam como se já soubessem de tudo o que viria após o fim da guerra que, diga-se, ainda não estava ganha.

A narrativa é convencional e deixa para os minutos finais de suspense a peça mais importante.  Ou seja, o esquema previsível de sempre.  Não há inovações, quando muito, reverência aos antigos filmes de guerra.  Para uma história tão interessante como essa, o filme deixa a desejar.  Não empolga, não brilha.  E teria tudo para entusiasmar.  Mas nem por isso deixa de ser um filme interessante de se ver.  É só não esperar demais.


Um comentário:

  1. OS CRIMINOSOS "DEMOCRATAS" AMERICANOS SAQUEARAM A ALEMANHA E FORAM ALIADOS AO ASSASSINO STALIN!

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