terça-feira, 19 de abril de 2011

A Garota da Capa Vermelha

Tatiana Babadobulos


A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood). Estados Unidos, 2011. Direção: Catherine Hardwicke. Roteiro: David Leslie Johnson. Com: Amanda Seyfried, Julie Christie, Gary Oldman, Max Irons, Shiloh Fer­nan­dez. 100 minutos.

Tempos difíceis esses para o cinema mundial. Recentemente, foi recontada a história dos vampiros a partir de um romance adolescente. E fez sucesso, a começar pela venda dos livros de Stephenie Meyer. Agora, é a vez de uma nova Chapeuzinho Vermelho chegar às telas a partir de quinta, 21.

“A Garota da Capa Vermelha” (“Red Riding Hood”) mistura o medo do lobisomem que faz estragos na cidade e a garota que vai tentar descobrir por que membros da sua família estão morrendo.

Embora o lobo tivesse dado uma trégua aos moradores do vilarejo, já que era saciado a partir do sacrifício de algum animal, a cordia­lidade acaba quando ataca a menina.

O papel-título ficou a cargo de Amanda Seyfried (de “Cartas para Julieta” e “Mamma Mia!”). A princípio, ela descobre que sua irmã fora atacada pelo lobisomem na noite de lua cheia. E, daí pra frente, percebe sinais que poderiam levar ao assassino.

A fita é uma mistura de fantasia dos contos de fada da infância com o suspense da juventude, principalmente quando os mora­dores do vilarejo desconfiam uns dos outros, já que o padre Solomon (Gary Oldman) levantou a bola que a tal criatura não teria sido morta por um valente homem, uma vez que o lobo assume a forma humana durante o dia e poderia ser qualquer um deles.

O longa-metragem discute também relacionamentos arranjados, já que Valerie (a garota) descobre que deverá se casar com Henry (Max Irons) e não com o rapaz que ama, Peter (Shiloh Fer­nan­dez).

Com figurino épico e lugarejo sombrio – confirmando o clima de insegurança e suspense que rondam o local –, a fita conta ainda com o lobo que fala, mas apenas algumas pessoas são capazes de ouvi-lo. Isso lembra alguma coisa? A capacidade de ouvir as cobras na série “Harry Potter”, talvez?

A direção da fita, veja bem, está sob a batuta de Catherine Hardwicke, a mesma responsável por “Crepúsculo”. Portanto, qualquer semelhança entre os filmes, digamos, não terá sido mera coincidência. Além de dirigir, Catherine é produtora, ao lado de Jennifer Davisson Killoran, Leonardo DiCaprio e Julie Yorn. E roteiro tem autoria de David Leslie Johnson, o mesmo do terror “A Órfã”.

“A Garota da Capa Vermelha” traz referências também à história da qual é baseada, como a capa vermelha que a vovó (Julie Christie) lhe faz, as constantes idas à casa dela, a cesta na qual leva “alimento”. E, a parte engraçada, quando ela diz aquelas frases que eternizaram a personagem: “Vovó, que olhos grandes a se­nhora tem!” E as gargalhadas são soltas!

No entanto, é só aí que temos a parte cômica, pois o restante do longa é recheado de momentos desconcertantes e efeitos especiais que deixam a desejar. O suspense é ou­tro aspecto que começa a instigar o espectador, quando ele tenta descobrir quem pode ser o tal lobo, mas a velha tática usada de jogar os indícios para uma personagem e depois re­velar outra é sem graça (e manjada) demais.

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