sexta-feira, 16 de abril de 2010

VIDAS QUE SE CRUZAM

Antonio Carlos Egypto

VIDAS QUE SE CRUZAM (The Burning Plain). Estados Unidos, 2009. Direção e roteiro: Guilhermo Arriaga. Com Charlize Theron, Kim Basinger, Jennifer Lawrence, José Maria Yazpik e Joaquim de Almeida. 111 min.

Guilhermo Arriaga é um talentoso escritor mexicano. Foi roteirista de filmes marcantes do cinema contemporâneo, como “Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel”, todos dirigidos pelo também mexicano Alejandro González Iñarritu.

Nesses três filmes, diferentes personagens vivem suas histórias paralelamente, às vezes, em diferentes partes do globo, até que suas vidas se encontrem. E, nesse ponto, a trama vai revelando que, para além do universo de cada personagem, há complexas relações entre pessoas, grupos, nações. Há preconceitos, intransigência, intolerância, diferenças culturais, étnicas e os conflitos de caráter ético que assumem dimensões globalizadas. Arriaga é também bastante atento às novas questões e problemas trazidos pelos avanços da tecnologia no mundo atual.

Em “Vidas que se Cruzam”, Arriaga também responde pelo roteiro, mas agora é ele mesmo a dirigir, estreando em novo ofício. O resultado não chega a ter o impacto visual dos filmes de Iñarritu, mas continua sendo muito bom. O forte de Guilhermo Arriaga é mesmo a sua capacidade de engendrar histórias de personagens aparentemente distantes uns dos outros, mas que se relacionam de forma intensa e decisiva para suas vidas, a vida de outros e da coletividade.

É até curioso que o título do filme em português seja “Vidas que se Cruzam”, pois isso se aplica à perfeição a todos os roteiros citados, já que essa é a sua forma de contar histórias. Aqui há um elemento novo: não só as vidas se encontram, se cruzam em lugares geograficamente próximos ou distantes, como ele sempre fez, mas o tempo também se cruza com os personagens da trama.

O que algo vivido pelo mesmo personagem no passado traz para o que está acontecendo agora? Ou melhor, qual é o tempo presente da ação, já que o passado e a perspectiva do futuro sempre estão estabelecendo significados, nas ações, sentimentos e pensamentos de cada um?

Vidas que se cruzam, tempos que se cruzam, imagens que dialogam entre si no tempo e no espaço, ajudam a construir um cinema intrigante e atual, não só pela contemporaneidade da construção dramática, mas também pelas questões-problema tratadas, tendo a diversidade como principal foco de interesse.

Em “Vidas que se Cruzam”, filmado em região desértica do Novo México, os desafios da comunicação, as contradições humanas, os confrontos culturais e o isolamento característico da contemporaneidade, produzem conseqüências muito sérias, que colocam em risco a própria possibilidade e a liberdade de amar.

O elenco, que reúne atores e atrizes tarimbados, como Charlize Theron, Joaquim de Almeida e Kim Basinger, apresenta também jovens que dão conta bastante bem de seus personagens, formando um todo homogêneo, adequado, para que os espectadores possam se envolver na carpintaria dramática que Arriaga sabe construir tão bem.

Um comentário:

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    Amy

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