Denise S. Bacellar
Sim, estou falando de Will Eisner!
Cartunista americano, criou, na década de 40 o seu personagem mais famoso, The Spirit, que, em sua identidade secreta era o policial Denny Colt, considerado morto após perseguir um criminoso e cair num líquido paralisante.
Criado no meio da Segunda Guerra Mundial, The Spirit andava na contra-mão dos heróis da época. Não era feito de aço, não voava e nem possuia poderes extra-sensoriais. Era um homem comum que se rebelara contra o sistema e que decidira fazer "justiça com as próprias mãos". Munido de máscara e um par de luvas, o "paladino da justiça" vivia em um cemitério e seu cartão de visitas era uma pequena lápide.
O mais incomum dessa história é o desenho de Eisner. Considerado o "Cidadão Kane" dos quadrinhos, revolucionou essa arte, denominando-a como Arte Seqüencial e inaugurando as Graphic Novels.
Eisner, descendente de judeus, criou inúmeras Graphic Novels que espelhavam de modo extremamente competente, as dificuldades e frustrações de seu povo antes e durante a segunda guerra.
Sem demagogia, O Espírito tinha estilo de filme Noir repleto de claros-escuros e planos seqüencia que transportava magistralmente seus leitores à realidade de uma Nova Iorque em crescimento, com carisma e encanto.
Em 2009, Frank Miller levará, finalmente, aos cinemas uma versão do Espírito em carne e osso. Os fãs mereciam essa homenagem, porém, ao ver seu primeiro trailer me decepcionei.
No país da mimese esperava-se que, pelo menos o filme fosse uma "cópia" do estilo inovador do mestre Eisner. Porém, o estilo veio de Sin City, a Cidade do Pecado, uma outra realidade visual e temática.
Vamos esperar que o entretenimento não destrua a fantasia que os fãs do Espírito cultuam durante décadas. Mas, infelizmente, parece que não seremos surpreendidos com algo revolucionário como foi o estilo de Eisner, morto em 2005 e que só poderá assistir a sua obra filmada, em espírito.
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sexta-feira, 25 de abril de 2008
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