sábado, 18 de dezembro de 2021

SEM RESSENTIMENTOS

Antonio Carlos Egypto

 


 

SEM RESSENTIMENTOS (Futur Drei).  Alemanha, 2020.  Direção e roteiro: Faraz Shariat.  Elenco: Benjamin Radjaipour, Banafshe Hourmazdi, Eidin Jalali.  92 min.

 

 

“Sem Ressentimentos” é um filme que focaliza imigrantes e refugiados jovens, provenientes do Irã, vivendo na Alemanha, sem conseguir se sentir realmente em casa.  O longa-metragem, que é o primeiro do realizador Faraz Shariat, é considerado semi autobiográfico.  Quer dizer, parte da experiência concreta do diretor.  Já foi premiado com o Teddy Award no Festival de Berlim.

 

O jovem iraniano Parvis vive com seus pais numa pequena cidade alemã como imigrante, tentando se soltar e viver de acordo com seus desejos e a intensidade e urgência de experiências que a sua juventude demanda.  Se a família até tem interesse em voltar a seu país de origem, ele não.  Afinal, para o regime dos aiatolás, essa liberdade e o desejo homossexual são interditados.  Na linguagem corrente, mal existe uma palavra para designar homossexualidade ou o equivalente ao gay, em inglês.  Lá ele se sente bem, embora não consiga ser parte efetiva da sociedade alemã.

 

Um pequeno furto de uma garrafa de bebida numa danceteria, no dia do seu aniversário, vai resultar em uma condenação a realizar trabalhos comunitários como pena por seu crime.  É isso que o conecta, então, a um centro de refugiados, na Saxônia, de onde se destacarão dois outros iranianos: Amon e sua irmã, Banafshe, que fugiram de seu país.  Amon pode permanecer na Alemanha, mas a irmã será deportada.  Seu pedido de permanência não foi aceito.

 




Enquanto vivem suas histórias pessoais, apaixonam-se, tentam se divertir, dançar, cantar, curtir a vida.  Mas não é fácil viver fora de seu país, sentir que não pode ou não vale a pena voltar e, ao mesmo tempo, não se sentir acolhido no novo país, no caso, a Alemanha.

 

Esse drama dos imigrantes é um dos maiores problemas do mundo, atualmente.  Vê–lo na ótica da juventude pode trazer alguma vida, alegria e cor, mas é tão difícil quanto é para os mais velhos.  Talvez a esperança, pelo menos, seja maior de que algo possa mudar a tempo de se poder viver melhor neste mundo.

 

O filme tem sequências bem construídas e um elenco jovem que compartilha com vigor suas esperanças e aflições, de forma eficiente, com o público.



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