sábado, 10 de outubro de 2020

CINEMA...EM CASA (4)

Antonio Carlos Egypto

 

Enquanto passo estes longos períodos em casa, quero registrar quão importante é o trabalho dos entregadores.  E como são justas suas reivindicações.  Por aqui, tudo chega em casa, bastando um telefonema ou um pedido por WhatsApp.  A lista semanal do supermercado é entregue, praticamente, sem erros.  Assim como a pizza.  Passa o carro das pamonhas.  O galão de água chega pouco depois do pedido.  A farmácia, sem dúvida, entrega, sempre que necessário.  A banca de frutas, quando acionada.  Uma revista semanal, a Carta Capital, uma eventual Piauí e até um jornal impresso ocasional, também chegam na porta.  A vacina contra a gripe foi aplicada no portão de casa, pela equipe da UBS, circulando para atender a toda a cidade.

 

É evidente que os três quilômetros e meio de extensão de Águas de São Pedro facilitam tudo isso, mas é um privilégio do qual sou extremamente grato.  Apesar de frequentar a cidade há 20 anos, não tinha o hábito de acionar esses serviços, mas é fantástico poder contar com eles, num momento em que é recomendável ficar em casa o maior tempo possível.


 

Ingmar Bergman


Não poderia deixar de incluir na programação em DVD que estou fazendo em casa algum filme de Ingmar Bergman (1918-2007), um dos meus cineastas favoritos.  Vi, então, dois filmes da fase inicial da produção dele, “Prisão”, de 1949, e “Juventude”, de 1951.  Esse último faz parte da coleção de Bergman da Versátil Home Vídeo.  As preocupações e reflexões do mestre sueco já estão claramente marcadas nesses filmes.

 

Em “Prisão”, a discussão vai para o lado de que o mundo só pode estar sendo governado pelo demônio, tais são as desgraças, guerras e iniquidades que vivemos.  Um deus misericordioso não permitiria isso.

 

Em “Juventude”, uma bailarina revive suas lembranças do primeiro relacionamento amoroso. O filme lida poeticamente com a memória, o amor e a dor, em extraordinária fotografia em preto e branco.  Ingmar Bergman, realmente, nunca decepciona.  Sua obra permanece forte e atual.

 

Um filme que reúne três contos de Edgar Allan Poe (1809-1849), realizado por grandes diretores e com um elenco magnífico, deu um toque de terror psicológico a uma das minhas sessões caseiras.

 

O filme, de 1968, chama-se “Histórias Extraordinárias” e inclui “Metzengerstein”, dirigido por Roger Vadim (1928-2000), com os irmãos Jane e Peter Fonda vivendo uma história de amor estranha, de primos, que do desprezo evoluem para a paixão, marcados pelo incêndio num estábulo, em que poderá sobreviver o corcel negro que estava numa bela tapeçaria do castelo.

 

O segundo conto, “William Wilson”, dirigido por Louis Malle (1932-1995), tem Alain Delon e Brigitte Bardot como protagonistas.  William Wilson, ex-soldado do exército austríaco, convive com seu duplo, alguém que sempre entra em cena para alterar seus planos ou interferir em suas ações.

 

Toby Dammit


“Toby Dammit” é o conto filmado por Federico Fellini (1920-1993), em estilo surrealista, com Terence Stamp como protagonista.  Ele faz um ator arrogante e temperamental, que comparece bêbado a uma cerimônia de entrega de prêmios, em que seria homenageado, e põe tudo a perder.  A partir daí ele perde o senso e o contato com a realidade, encontrando uma garotinha simpática e sorridente em meio ao caos. “Histórias Extraordinárias” é um filme muitíssimo interessante, que eu não via desde que comprei o DVD, há muito tempo.  Sei que há um relançamento pela Versátil Home Vídeo, numa caixa. 

 

Também revi, claro, “O Dia em que a Terra Parou”, de 1952, dirigido por Robert Wise, com um elenco muito bom: Michael Renne,  Patricia Neal, Hugh Marlowe, Sam Jaffe, John Carradine.  A espaçonave alienígena que, aterrissando em Washington, D.C, fez a terra parar por um dia apenas, não imaginou quantos dias um vírus poderia fazer a terra parar.  No filme, o alienígena quer alertar os líderes mundiais de que o nosso planeta está à beira da extinção e demonstrará seus poderes para ensinar algo importante aos humanos.  Veja só.  Em 1952.  Não adiantou, pelo jeito.  O filme é da coleção de DVDs Fox Classics, da Twenty Century Fox.  Por hoje basta.



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