sexta-feira, 11 de outubro de 2019

PARASITA, na Mostra 43

Antonio Carlos Egypto





PARASITA (Parasite).  Coreia do Sul, 2019.  Direção: Bong Joon-ho.  Com Kang-ho Song, Sun-kyun Lee, Yeo-jeong Jo.  131 min.

“Parasita”, o vencedor da Palma de Ouro em Cannes e indicado pela Coreia do Sul ao Oscar de filme internacional (ex-filme estrangeiro), é um produto poderoso.  A narrativa se refere a uma família pobre, que se aproveita de uma oportunidade de trabalho temporário para um de seus membros, para parasitar uma família rica.

Para trabalhar essa história, Bong Joon-ho se vale de uma variedade de gêneros.  “Parasita” é comédia, destila um humor que produz riso na plateia.  É também um drama, até bem pesado.  Não há personagem que saia incólume de lá.  Tem muito suspense e um sem-número de surpresas e reviravoltas de tirar o fôlego.  Tem também alguns elementos fantasiosos, surrealistas, eu diria.

Ao mesmo tempo, aborda aspectos da realidade social que estão subjacentes à situação, mas também explicitados na dinâmica das classes sociais envolvidas na trama.  Até aspectos políticos da divisão das Coreias aparecem, dando um toque inteligente em cenas de humor.




O filme consegue intrincar todos esses elementos dos diferentes gêneros cinematográficos com bastante competência, sem artificializar as passagens de um a outro registro e sem perder o ritmo.  Ao contrário, o ritmo só cresce após cada reviravolta.

Os desdobramentos das ações, na realidade, produzem novas histórias e situações-problema.  Constituem-se num desafio novo a cada um dos personagens, deixando sempre em aberto aonde é que tudo isso vai parar.  É um filme imprevisível, mas que conta com um roteiro muito bem engendrado.  É, sem dúvida, um dos destaques da 43ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. 
            





2 comentários: