quarta-feira, 1 de maio de 2019

TUDO...E MAIS

Antonio Carlos Egypto






TUDO O QUE TIVEMOS (What They Had).  Estados Unidos, 2018.  Direção: Elizabeth Chomko.  Com Hilary Swank, Michael Shannon, Robert Forster, Taissa Farmiga, Blythe Danner.  100 min.


Uma mulher idosa sai de casa a pé e caminha por uma nevasca.  O passo seguinte é a família, marido e dois filhos, um que vive próximo ao casal e outra, que vem de outra cidade, entrarem em pânico e fazerem buscas para encontrar a idosa desaparecida.  Claro, o que está em jogo aqui é um comportamento determinado pela doença de Alzheimer, que envolve conflitos e decisões difíceis a afetar toda a família.

Em “Tudo o Que Tivemos”, Blythe Danner é a idosa com Alzheimer.  Robert Forster é o marido com quem ela viveu 60 anos de amor e que crê que pode continuar cuidando dela e amando-a como sempre aconteceu, em casa, sem mudanças.  O filho que está sempre com eles, porque vive próximo, Michael Shannon, já encontrou a saída, um lugar muito apropriado para internar a mãe, enquanto o pai ficaria próximo, em outro local apropriado.  Será preciso vender a casa onde vivem.  Hilary Swank encarna o papel da filha mais distante, que pode se permitir parar para pensar e considerar todas as possibilidades.

O que mais interessa na trama do filme é esse conflito básico que hoje muitas famílias enfrentam, no mundo todo, e que não é nada fácil.

Não há muita novidade na narrativa, concebida e conduzida por Elizabeth Chomko, nem qualquer inovação a apontar.  O filme é uma boa produção independente, convencional na forma, que vale por um ótimo elenco e um tema cada vez mais presente e relevante nos dias atuais, em que a longevidade alcançada pela medicina exige novos approaches humanos.




MILOS FORMAN

MILOS FORMAN
De 02 a 15 de maio, acontece uma importante retrospectiva (completa) da obra do cineasta tcheco, naturalizado estadunidense, Milos Forman (1932-2018), no Cinesesc, São Paulo.

Será possível assistir na tela grande a sucessos do diretor, como “Um Estranho no Ninho”, de 1975, “Hair”, de 1979, “Na Época do Ragtime”, de 1981, “Amadeus”, de 1984.  E os últimos trabalhos dele: “Valmont”, de 1989, “O Povo Contra Larry Flint”, de 1996, “O Mundo de Andy”, de 1999, e “Sombras de Goya”, de 2006.  Mas também seus filmes anteriores, bem menos conhecidos, inclusive os da fase tcheca, como “Amores de uma Loira”, de 1965, “Pedro, o Negro”, de 1963, e “O Baile dos Bombeiros”, de 1967, entre outros.  Todos os filmes serão exibidos duas vezes, ao longo da programação.  Um catálogo com todos os filmes e fichas técnicas acompanha a Mostra.

É uma obra de peso, que merece ser vista ou revista, e uma retrospectiva assim faz jus à importância do cineasta.  Os ingressos, como de costume nessas mostras, é bem acessível.  Inteira, R$12,00, meia, R$6,00, comerciário, R$3,50.

VERA CHYTILOVÁ
Por falar em cinema tcheco, também está em cartaz, no Centro Cultural Banco do Brasil, até 13 de maio, a Mostra Vera Chytilová, a grande dama do cinema tcheco.  Aqui se trata, provavelmente, de conhecer, entrar em contato, com essa obra.  Serão apresentados 20 longas-metragens, a maioria inéditos, e 6 curtas.  No fim de semana de 03 e 04 de maio, serão realizados debates sobre a importância do trabalho da diretora Vera Chytilová (1929-2014), com a participação da curadora da Mostra, Rosa Monteiro.  Mas haverá muito a conhecer dessa filmografia, até 13 de maio, no CCBB de São Paulo e também do Rio, com ingressos a R$10,00 a inteira e R$5,00, a meia.





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