MUSEU (Museo). México, 2018.
Direção: Alonzo Ruizpalacios. Com
Gael García Bernal, Leonardo Ortizgris, Alfredo Castro, Lisa Owen, Letícia
Brédice. 128 min.
O cinema mexicano, que se destacou na 42ª.
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com dois belos produtos, “Roma” e
“Nuestro Tiempo”, está em cartaz no circuito comercial com outro trabalho muito
bom, “Museu”.
O filme, que conta uma história real, que
beira o absurdo, mostra um grande roubo ocorrido na cidade do México, no
período de Natal de 1985. Uma ação
realizada por apenas dois estudantes de Veterinária, em que eles foram capazes
de roubar cerca de cem peças valiosíssimas do extraordinário Museu Nacional de
Antropologia, extraídas, principalmente, da sala de cultura Maia. Surpreendente. Mas e agora?
Quem vai comprar tais elementos fundamentais e preciosos da própria
cultura mexicana, sentidos pela sociedade como uma perda inestimável?
A história é até pouca e previsível, mas o
filme, não. Ele envereda pela questão do
valor da arte e da cultura, explorando significados artísticos e turísticos do
México, dando densidade e dimensão à questão cultural que está na base da
trama. E mostrando o equívoco que pode
resultar da falta de informação e reflexão sobre os signos culturais de um país
e de uma região. Cultura não se mede por
dinheiro, não é consumo, é história e vida.
“Museu” tem um ótimo ator, como Leonardo
Ortizgris na condição de protagonista, e também o muito conhecido Gael García
Bernal, em excelente desempenho. O filme
estreou logo após a Mostra e está indo muito bem, sendo descoberto pelo
público. Merece mesmo ser conhecido. É um ótimo trabalho do diretor Alonzo
Ruizpalacios, em seu segundo longa.
“Museu” levou o Urso de Prata de roteiro no Festival de Berlim.
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