quinta-feira, 22 de novembro de 2018

MUSEU

 Antonio Carlos Egypto


MUSEU (Museo).  México, 2018.  Direção: Alonzo Ruizpalacios.  Com Gael García Bernal, Leonardo Ortizgris, Alfredo Castro, Lisa Owen, Letícia Brédice. 128 min.


O cinema mexicano, que se destacou na 42ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com dois belos produtos, “Roma” e “Nuestro Tiempo”, está em cartaz no circuito comercial com outro trabalho muito bom, “Museu”.

O filme, que conta uma história real, que beira o absurdo, mostra um grande roubo ocorrido na cidade do México, no período de Natal de 1985.  Uma ação realizada por apenas dois estudantes de Veterinária, em que eles foram capazes de roubar cerca de cem peças valiosíssimas do extraordinário Museu Nacional de Antropologia, extraídas, principalmente, da sala de cultura Maia.  Surpreendente.  Mas e agora?  Quem vai comprar tais elementos fundamentais e preciosos da própria cultura mexicana, sentidos pela sociedade como uma perda inestimável?




A história é até pouca e previsível, mas o filme, não.  Ele envereda pela questão do valor da arte e da cultura, explorando significados artísticos e turísticos do México, dando densidade e dimensão à questão cultural que está na base da trama.  E mostrando o equívoco que pode resultar da falta de informação e reflexão sobre os signos culturais de um país e de uma região.  Cultura não se mede por dinheiro, não é consumo, é história e vida.

“Museu” tem um ótimo ator, como Leonardo Ortizgris na condição de protagonista, e também o muito conhecido Gael García Bernal, em excelente desempenho.  O filme estreou logo após a Mostra e está indo muito bem, sendo descoberto pelo público.  Merece mesmo ser conhecido.  É um ótimo trabalho do diretor Alonzo Ruizpalacios, em seu segundo longa.  “Museu” levou o Urso de Prata de roteiro no Festival de Berlim.



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