quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A 42ª. MOSTRA ESTÁ CHEGANDO


Antonio Carlos Egypto


A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que chega à sua 42ª. edição, é um dos principais eventos culturais da cidade (e que chega também ao interior do Estado). Graças ao empenho, competência e dedicação de Renata de Almeida e de sua equipe, a Mostra, criada por Leon Cakoff em 1977, sobreviveu à sua morte e segue em frente, mantendo a qualidade e a abrangência cinematográficas.




Os tempos são de crise, há menos verba disponível para patrocínio, mas a Mostra segue pujante.  A 42ª. edição, que ocorre de 18 a 31 de outubro, trará mais de 300 filmes, que serão apresentados em mais de 30 espaços, entre cinemas, espaços culturais e museus, na capital paulista e no Instituto CPFL, em Campinas.  Além disso, o SESC promove uma itinerância, com diversos títulos da seleção exibidos em 10 cidades do interior, logo após o período da Mostra.  Uma grande chance de apresentar o melhor do cinema mundial a um público que tem muito menos acesso àquilo que se distingue do cinemão convencionalmente exibido nos cinemas de shoppings.

Na seleção de filmes estarão, como de costume, os longas que ganharam prêmios nos principais festivais internacionais deste ano, 18 obras indicadas por seus países para concorrerem ao Oscar de filme estrangeiro, a produção brasileira e latino-americana recente e o que encanta qualquer cinéfilo: 58 países presentes e um grande número de novos cineastas, em primeiro, segundo ou terceiro longas, para serem descobertos e premiados.  Entre eles, 90 títulos estrangeiros, dirigidos por mulheres.

No programa, uma parceria com o Instituto Goethe traz 7 títulos que marcam o bicentenário de Karl Marx e uma exibição especial da cópia restaurada da série “Oito horas não são um dia”, de Rainer Werner Fassbinder, de 1972.

Clássicos do cinema restaurados estão presentes, como “A Caixa de Pandora”, de 1929, de Pabst, e “Asas do Desejo”, de Wim Wenders, que completa 30 anos.  “Central do Brasil”, de Walter Salles, que completa 20 anos, “Feliz Ano Velho”, de Roberto Gervitz, 30 anos, além de “O Bandido da Luz Vermelha”, de Sganzerla, e “O Bravo Guerreiro”, de Gustavo Dahl, que fazem 50 anos, estão entre os clássicos brasileiros em exibição.

O diretor dinamarquês Lars von Trier, que traz o inédito “A Casa que Jack construiu”, terá três outros longas de sua primeira fase presentes à 42ª. Mostra: “Elemento de um Crime”, “Europa” e “Ondas do Destino”.  O cineasta israelense Amos Gitai traz seus filmes recentes, a ficção “Uma Carta para um Amigo em Gaza”, o documentário “Um Trem em Jerusalém” e o média-metragem “A Casa”, de 1980.  O grande cineasta argentino Fernando Solanas vem com “La Hora de los Hornos” e o inédito “Viaje a los Pueblos Fumigados”.




O brilhante cineasta japonês Kore-Eda será homenageado com o prêmio Humanidade e traz seu trabalho mais recente, o filme “Assunto de Família”, excelente, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes.  Outro prêmio Humanidade será concedido a Drauzio Varella, antes da exibição da cópia restaurada de “Pixote – A Lei do Mais Fraco” e do curta “Conversa com Ele”, de Bárbara Paz. E, claro, participa de uma mesa de debates.   O cineasta iraniano Jafar Panahi receberá o prêmio Leon Cakoff em sua prisão domiciliar no Irã.  Seu filme “3 Faces”, melhor roteiro em Cannes, está na programação.  Quatro títulos homenageiam o centenário de Nelson Mandela. 

Autora da arte do pôster desta edição, a norte-americana Laurie Anderson apresenta exposição em realidade virtual, que inaugura o anexo do Cinesesc.

Na programação, destaques é o que não faltam.  “A Favorita”, de Yorgos Lanthimos, grande prêmio do júri de Veneza, abre o evento, no Auditório Ibirapuera.  “Roma”, de Alfonso Cuarón, Leão de Ouro de Veneza, está programado para o encerramento, no dia 31.  E há tanto para ver, entre um e outro, como, por exemplo, “Uma Terra Imaginada”, de Siew Hua Yeo, de Cingapura, Leopardo de Ouro de Locarno, e o romeno “Não Me Toque”, Urso de Ouro do Festival de Berlim.  E há muito, muito mais.

Tem gente que tira férias neste período do ano para poder aproveitar a Mostra.  Outros passam todo o tempo, fora do trabalho, no cinema.  Nunca soube de ninguém que tenha se arrependido de fazer isso.  A oferta de filmes é realmente muito grande e prima pela qualidade e diversidade culturais.  Quem quiser e puder se preparar para essa imersão cinematográfica, as vendas de permanente integrais a R$500,00, que permitem ver tudo, ou as especiais, para sessões da tarde, de segunda a sexta-feira, a R$117,00, podem ser adquiridas na Central da Mostra, no Conjunto Nacional, a partir do dia 12 de outubro.  Lá também é possível adquirir pacotes de 40 ingressos, por R$374,00, e de 20 ingressos, por R$220,00.  Mas atenção: os pacotes de 20 são os primeiros que acabam. 

Ingressos individuais para as sessões só no próprio dia, nas salas de cinema, a saber, 5 salas do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca, o Cinearte Petrobrás do Conjunto Nacional, o Cinesesc, o Reserva Cultural, o Caixa Belas Artes, os Espaços Itaú de Cinema Augusta e Pompeia, o Instituto Moreira Salles da av. Paulista, a Cinemateca Brasileira, o Itaú Cultural, o PlayArte Marabá e o Spcine Olido no centro, o Centro Cultural São Paulo e um circuito gratuito em unidades do Sesc e Spcine, no vão livre do MASP, Cinusp e Instituto CPFL.

Tem também um novo aplicativo da Mostra que permitirá receber notícias em tempo real, programação e compra de ingressos, já que tudo agora exige aplicativo pelo celular.  Como será que a gente podia viver antes que isso existisse?






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