domingo, 8 de julho de 2018

POR DENTRO DA OSESP


Antonio Carlos Egypto




A OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – tem alcançado um nível de excelência, reconhecido internacionalmente, que a situa entre as melhores orquestras de todo o mundo.  E a sala São Paulo, sua sede, é reconhecidamente uma sala de concertos primorosa, num ambiente de beleza arquitetônica e eficiência técnica, com 1500 lugares. Envolvida pelo centro da cidade, ainda bem deteriorado, em que desponta a cracolândia, acaba sendo uma ilha de arte e beleza, cercada de problemas por todos os lados.  Ainda assim, é motivo de orgulho para a cidade, o Estado e a sua população.

Registrar o trabalho criativo da OSESP, incluindo a produção necessária para a realização dos concertos na sala São Paulo, é o objetivo de uma série documental para a TV, dirigida por Diego de Godoy, que será veiculada a partir do dia 12 de julho, sempre às quintas-feiras, às 20:30 h, pelo Canal Arte 1, do grupo Bandeirantes (na Vivo, 127 ou 627, na NET e Claro, 553, na Sky, 81 e Oi, 85).

Serão seis episódios, de cerca de 50 minutos de duração cada um, que focalizarão os diversos setores criativos da orquestra, com intenção didática.  O primeiro programa, a que pude assistir, trata da regência, focalizando o trabalho de Marin Alsop, a maestrina titular da orquestra, do diretor artístico Arthur Netrovski, do diretor executivo Marcelo Lopes e como isso tudo se articula.




Em tempos recentes, o maestro John Neschling acumulou praticamente essas funções por doze anos.  A sua saída traumática e o interesse em ter regentes internacionais, vivendo fora do Brasil, exigiram um novo modelo.  Isso não está colocado desse modo no filme, mas eu acompanhei essa história como frequentador constante dos concertos da OSESP, desde 2001.

A série “Work in Progress – Por Dentro da OSESP” pretende nos levar à intimidade da orquestra, de como se faz música clássica, entrando nos detalhes, mostrando ensaios, revelando um pouco do que fazem os artistas: o maestro, os músicos, os que estabelecem e viabilizam as programações e a vinda de convidados internacionais de peso, com antecedência de pelo menos dois anos.  Enfim, o que mostra o arcabouço da criação artística de uma grande orquestra, o que está envolvido nos diferentes concertos que a OSESP apresenta na cidade de São Paulo, três vezes a cada semana, mantendo um padrão de qualidade invejável.  Além das apresentações no interior do Estado e em excursões internacionais, que costumam ocorrer anualmente.

Vale a pena conferir a série, tanto para quem frequenta habitualmente concertos quanto para quem tem interesse em aproximar-se desse universo da música clássica.  Para quem gosta de música, enfim.

Vocês devem estar estranhando esse texto aqui no Cinema com Recheio, que se dedica exclusivamente à critíca de cinema.  Fiz uma exceção porque vou quase tanto aos concertos (da OSESP, da Jazz Sinfônica, da OSUSP, etc), como vou ao cinema.  Mas não sou, nem pretendo ser, crítico musical.  E uma série de TV não deixa de ser filme, embora não esteja sendo veiculada pelos cinemas.



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