Antonio Carlos
Egypto
A BELA E A FERA (La
Belle et La Bête). França, 1946.
Direção: Jean Cocteau. Com Jean
Marais, Josette Day, Marcel André, Mila Parely, Nane Germon. 93 min.
A
BELA E A FERA (Beauty and the Beast). Estados Unidos, 2015. Direção: Bill Condon. Com Emma Watson, Dan Stevens, Luke Evans, Kevin Kline, Ewan McGregor,
Ian McKellen, Emma Thompson. 92
min.
“A Bela e a Fera” é um tradicional conto de fadas
francês, originalmente escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, em 1740. Mas a versão mais conhecida da história é
mais compacta e simplificada em número de personagens e situações. Foi escrita por Jeanne-Marie Leprince de
Beaumont, publicada em 1756. A versão de
Beaumont é a que serviu de base ao filme de Jean Cocteau (1889-1963), realizado
em 1946, que se tornou um grande clássico do cinema fantástico.
Cocteau foi um renovador da estética
cinematográfica. Seu filme contém
imagens oníricas, surrealistas, e efeitos especiais. Tem uma fotografia, em preto e branco,
belíssima, que trabalha muito bem com a bruma, a neblina, a fumaça. A direção de arte construiu um universo de
mistério e riqueza, que explora o contraste entre feiúra e beleza interior. A magia do conto está lá, numa dimensão
dramática. O cineasta nos convida a que
deixemos fluir um pouco de nossa inocência infantil para acompanhar essa
narrativa fantastica e acreditar na história.
Ou seja, ele se dirige ao público adulto, não às crianças.
Bem diferente da versão da Disney, em desenho animado,
de 1991, dirigida ao público infantil, que transformou o conto
trágico-romântico num bem-humorado musical.
A versão 2015 de “A Bela e a Fera”, também da Disney, que está agora nos
cinemas, dirigida por Bill Condon, é uma live-action
baseada naquela animação, muito popular e grande sucesso de público. É o chamado filme-família. As crianças provavelmente vão adorar. Mas os adultos vão se divertir também. É uma produção grandiosa, musical, com elenco
forte e objetos que ganham vida e se destacam na narrativa, como o candelabro,
o relógio, o bule, a xícara. E o monstro
é charmoso, quase tanto quanto a Bela. Leveza e humor tomam o lugar do drama, o
romantismo vence o trágico, galhardamente.
Mas não sem antes uma boa luta, recheada de efeitos especiais. Tem pouco a ver com o clássico de Jean
Cocteau, embora a história seja basicamente a mesma. Mas quanta diferença!
O Centro Cultural Banco do Brasil – SP está
promovendo neste mês de março a Mostra “Jean Cocteau: O Testamento de um Poeta”
e incluiu “A Bela e a Fera”, de 1946, entre as películas exibidas. Esse filme também pode ser encontrado em DVD
e em sites da Internet.
“A Bela e a Fera”, de Bill Condon, tem uma carreira
promissora. Está levando grande público
às salas de exibição. Não é
novidade. Afinal, marketing é o que não falta e o número de salas, como sempre
acontece com os blockbusters, é
arrasador.
Pessoalmente eu acho que este filme foi um dos melhores de Disney que eu vi até agora. Desfrutei muito deste filme pelo bom enredo e narrativa. Realmente vale a pena todo o trabalho que o elenco fez, cada detalhe faz que seja um grande filme. É um dos filmes com Luke Evans mais interessantes Vale muito à pena, é um dos melhores do seu gênero. Além, tem pontos extras por ser uma historia criativa. Se vocês são amantes do trabalho desse ator este é um filme que não devem deixar de ver.
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