40ª. MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO
20 de outubro a 02 de novembro de 2016
Antonio
Carlos Egypto
O evento cinematográfico anual mais importante do
país chega à sua 40ª. edição. Incrível! A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
completa 40 anos. E pensar que eu vi o
evento nascer, modestamente, mas já chamando muita atenção pela ousadia, no
MASP. Ao longo de todos esses anos, a
Mostra foi responsável por moldar meu gosto cinematográfico e me mostrar a
relevância da diversidade do cinema que se produz em todos os cantos do
mundo. De onde menos se espera, podem
vir arte e criatividade em abundância, novas tendências estéticas, novos questionamentos,
muita informação e conhecimento.
Ao trazer para o Brasil os destaques dos festivais
mundiais e, regularmente, produções de países muito diferentes dos que
habitualmente chegam ao circuito comercial, a Mostra criou público e espaço
para um tipo de cinema mais reflexivo e inovador e alternativas para escapar à
mesmice.
Um pouco dessa história será revisitado na 40ª.
Mostra que, por exemplo, reapresenta “O Decálogo”, de Krzysztof Kiéslowski, uma
obra-prima inspirada nos dez mandamentos bíblicos, de 1988, que veio da
Polônia. O país, por sinal, é foco nessa
edição, traz a homenagem ao grande diretor polonês Andrzej Wajda, que acabou de
falecer, aos 90 anos. Uma retrospectiva
de sua obra poderá ser vista agora, incluindo os trabalhos “Walesa”, de 2013, e
“Wróblewski segundo Wajda”, de 2015. Mas
vale a pena assistir novamente (ou pela primeira vez) a filmes como “Cinzas e
Diamantes”, “Danton – O Processo da Revolução”, “Kanal”, “O Homem de Mármore”,
“O Homem de Ferro” ou qualquer outro dos 17 títulos que serão exibidos.
Outra homenagem será ao cineasta norte-americano
William Friedkin, de “Operação França”, “O Exorcista” e “Parceiros da Noite”,
entre outros.
O nosso grande ator Antonio Pitanga é homenageado
com o prêmio Leon Cakoff e a exibição de “Barravento”, de Glauber Rocha, “A
Grande Cidade”, de Cacá Diegues, além, é claro, do documentário “Pitanga”, de
Beto Brant e Camila Pitanga. Há a exposição “Por Trás da Máscara – 50 anos de
Persona”, que é uma celebração do grande clássico de Ingmar Bergman.
Espera-se uma bela seleção latino-americana e a
exibição de 60 títulos recentes da produção brasileira, além da habitual
diversidade que inclui a grande maioria dos países europeus, asiáticos e
norte-americanos. Estão representados na
Mostra 50 países.
Grande destaque para o diretor italiano Marco
Bellocchio, que traz a arte do cartaz da Mostra que, por sua vez, inspirou uma
bela vinheta que antecederá as projeções dos filmes. De Bellocchio, 12 títulos, que vão de “De
Punhos Cerrados” a “Vincere” e “A Bela que Dorme”, passando por “Diabo no
Corpo”, “Bom-Dia, Noite” e as novas produções “Sangue do Meu Sangue”, “Belos
Sonhos” e o curta “Pagliacci”.
Teria muito mais a apontar, como as programações
itinerantes, exibições no vão livre do MASP e com orquestra, no Auditório
Ibirapuera, debates e masterclass. Entrem no site www.mostra.org e vão se fartar de
informações. Mas quero lembrar que em 28
de outubro, uma sexta-feira, durante a Mostra, na Livraria Blooks, do Shopping
Frei Caneca, ao lado dos cinemas, estaremos lançando, a partir das 19:00 h, o
livro 100 MELHORES FILMES BRASILEIRIOS, da Abraccine, em parceria com Canal
Brasil e Editora Letramento. Nele, eu
comento um desses 100 filmes, “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Apareçam por lá.
A programação da 40ª. Mostra acontece em 42 salas
de 35 locais de exibição, que vão do Auditório Ibirapuera ao circuito Spcine,
que inclui 15 CEUs em diversas regiões da periferia de São Paulo. E, evidentemente, todo o circuito em torno da
avenida Paulista, com o Itaú Frei Caneca e Augusta, Cinearte, Cinesesc, Belas
Artes, Reserva Cultural, Cinemark Cidade de São Paulo, Centro Cultural São
Paulo, Itaú Cultural e MASP. Tem também
a Cinemateca Brasileira, o MIS e o Olido.
Serão exibidos 322 filmes. Quem puder ver 10% disso já está em grande
lucro. Permanentes e pacotes de ingressos estarão à venda a partir de 15/10 no
Conjunto Nacional da Paulista. Há sessões gratuitas em vários lugares.
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