Antonio
Carlos Egypto
PROMESSAS DE GUERRA (The Water Diviner). Austrália, 2014. Direção: Russell Crowe. Com Russell Crowe, Olga Kurylenko, Jai
Courtney, Yilmaz Erdogan. 101 min.
Russell Crowe, neozelandês de nascimento, australiano
por adoção, faz uma carreira de sucesso como ator, em Hollywood. Agora estreia como diretor de cinema, em
“Promessas de Guerra”, filme que remete à Primeira Guerra Mundial, à sangrenta
batalha de Galípoli, que se estendeu por oito meses, entre abril de 1915 e
janeiro de 1916.
Forças britânicas, francesas, australianas e
neozelandesas desembarcaram em Galípoli,
na Turquia, buscando criar uma nova frente de guerra contra a Alemanha, a
Áustria-Hungria e a Turquia, do enfraquecido Império Otomano. O resultado foi uma desastrosa derrota para
os invasores, que bateram em retirada após esse longo período de lutas.
“Promessas de Guerra” conta uma história,
supostamente baseada em fatos reais, posteriores ao final da guerra. Poucos anos após o fim dos conflitos, havia ainda muitos
desaparecidos, cujas informações e corpos eram buscados pelos parentes. É o caso do personagem Joshua Connor (Russell
Crowe), que perdera os três filhos alistados no exército australiano. Ele vai a Istambul e a Galípoli, na Turquia,
em busca de seus filhos. Uma temeridade,
já que os invasores não seriam
bem-vindos de volta por lá. Mas sua
tenacidade renderá frutos, em que pesem os grandes riscos envolvidos nessa
missão. Riscos que incluem se expor a
batalhas da Turquia contra a Grécia, nesse pós-guerra.
Para tornar tudo mais atraente e palatável, o
australiano vai se envolver num romance em Istambul, com uma mulher turca,
papel de Olga Kurylenko, que também perdeu o seu marido nessa mesma carnificina
de Galípoli.
O filme que daí resulta conta uma história
improvável, mas possível. Afinal, a
realidade pode ser mais surpreendente do que a ficção. Melhor do que a trama, é a beleza plástica do
filme, incluindo as locações e as cenas de guerra. A fotografia é bonita e a cor tem uma leve
predominância na tonalidade amarelo-ocre, que remete aos cem anos passados
desses fatos.
Russell Crowe, em seu primeiro trabalho como
cineasta, surpreende positivamente e alia essa tarefa ao que já está mais
acostumado: ao trabalho de ator. É o
protagonista do seu filme, presente em quase todas as cenas, e mostra ótimo
desempenho. O elenco que com ele atua é
igualmente muito bom e tem um garoto, cujo personagem tem 8 anos de idade, que
é encantador.
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