Antonio
Carlos Egypto
PARA SEMPRE ALICE (Still Alice). Estados Unidos, 2014. Direção: Richard Glatzer e Wash
Westmoreland. Com Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart, Kate Bosworth. 101 min.
O mal de Alzheimer aparece como uma ameaça terrível
à medida que envelhecemos. Numa
sociedade que prolonga a vida, pelos avanços da medicina e da tecnologia, se
torna um sério problema de saúde pública.
Mas parece que o que chamamos genericamente de doença
de Alzheimer contempla, na verdade, manifestações diversas, que podem ser
vividas por meio de diferentes sintomas, com evolução distinta e até certo
ponto imprevisível. Em comum, a
progressiva perda da memória e o que é mais destruidor: a perda da identidade.
No caso relatado no filme “Para Sempre Alice”, a
dra. Alice Howland (Julianne Moore), uma renomada professora de linguística, é
acometida por um Alzheimer precoce, aos 50 anos de idade. É uma paciente com muita consciência do que
se passa e com muitos recursos. Apesar
disso, as perdas se imporão, uma após a outra.
Ela se perde nas ruas habituais de Manhattan, onde costumava correr, as
palavras fogem, sua atividade profissional acaba e sua identidade vai se
perdendo, pouco a pouco, mas progressivamente.
Até decisões vitais e definitivas, que podem contar com a ajuda da
tecnologia, se tornam impraticáveis na ausência da memória imediata.
É uma experiência sofrida e angustiante, que
compartilhamos com a personagem. Isso se
dá de modo dramático, muito efetivo e convincente, graças ao excepcional
desempenho da protagonista: a grande atriz Julianne Moore, premiada com o Oscar
2015 por essa atuação.
O trabalho do restante do elenco passa longe do
brilho da protagonista. Alec Baldwin,
como John, o marido de Alice, e Kristen Stewart, como a filha Lydia, têm
performances discretas, que não empolgam.
A narrativa de “Para Sempre Alice” também não inova
em nada. Mas faz um bom relato do tema e
produz envolvimento emocional no público pelo desempenho de Julianne Moore. Aguça nossa sensibilidade para uma questão
séria para a vida das pessoas e para a sociedade do nosso tempo.
Para quem se interessa pelo assunto, um outro bom
filme sobre o mal de Alzheimer é a produção canadense “Longe Dela” (Away From Her), dirigida por Sarah
Polley, com Julie Christie, Gordon Pinsent e Olympia Dukakis, nos principais
papéis. É um filme de 2008, disponível
em DVD.
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