Tatiana Babadobulos
Colegas, Brasil, 2012. Direção e roteiro: Marcelo Galvão. Com: Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Breno
Viola, Lima Duarte, Leonardo Miggiorin, Juliana Didone, Marco Luque. 100 minutos.
Muito se fala do vídeo na internet que faz campanha para o ator
norte-americano Sean Penn vir ao Brasil assistir ao filme nacional "Colegas".
O pedido ("Vem Sean Penn") é feito por Ariel Goldenberg, protagonista
do longa-metragem e fã do artista, e por diversas outras personalidades
brasileiras. O objetivo do vídeo, aparentemente, é fazer o desejo do rapaz chegar
aos ouvidos do ator. Mas também há a intenção, digamos, comercial:
aumentar o interesse do público pelo filme, ganhador do Kikito, no
Festival de Gramado no ano passado.
"Colegas" conta a história de três jovens com síndrome de Down que, inspirados pelo filme "Thelma & Louise", querem viver uma grande aventura. Os três cuidam da videoteca da instituição onde moram e costumam assistir a diversas produções. Daí o motivo de, durante o filme, eles citarem longas famosos, como "Cidade de Deus", "Tropa de Elite". Há também referências aos Beatles e ao brasileiro Raul Seixas.
Para a fuga, os jovens pegam o Karmann-Ghia do jardineiro (Lima Duarte) e vão em busca de três sonhos: Stalone (Ariel Goldenberg) quer ver o mar, Aninha (Rita Pokk) quer se casar e Márcio (Breno Viola) tem o sonho de voar.
O road movie "Colegas" conta com atores que têm Down, o que oferece realismo à produção. A fita tem o papel social de retratar o preconceito que muitos têm em relação a essas pessoas, mas ao mesmo tempo desmistifica algumas "verdades", como o fato de eles terem dificuldade em se relacionar, se comunicar e até mesmo decorar textos.
Com diálogos cheios de humor e ditos populares, o filme tem uma boa ideia de argumento, mas não significa que ele foi bem executado. A começar pela narração em off de Lima Duarte que enfatiza aquilo que está sendo mostrado na tela. Ou seja, desnecessário.
Outro problema que pode ser reparado no filme dirigido por Marcelo Galvão é a dificuldade que o espectador encontra em situar a história no tempo. Por exemplo: ao mesmo tempo em que o policial possui telefone celular, o telefone fixo é de disco. Os carros são antigos, mas os personagens citam "Tropa de Elite" (que estreou em 2007). Sem contar o fato de eles estarem no sul do país e, de carona com um caminhão cuja empresa está localizada no interior paulista, vai parar em Buenos Aires. Simplesmente não existe nexo e deixa o espectador perdido no tempo e no espaço.
A fita também não sabe para quem ela está falando, uma vez que não se trata de um filme infantil nem de tema adulto. Com a dificuldade que se tem de divulgação e exibição, seria importante ter foco.
"Colegas" tem um diferencial, quando mostra o lado positivo da síndrome de Down, ainda que os jovens saem da instituição sem permissão e executem pequenos roubos com armas de brinquedo. Mas em muitas situações ferem a capacidade que o espectador tem de pensar.
O longa-metragem venceu, durante o Festival de Gramado 2012, as categorias Longa-Metragem Brasileiro, Direção de Arte e prêmio especial concedido pelo júri a cada um dos três protagonistas.
"Colegas" conta a história de três jovens com síndrome de Down que, inspirados pelo filme "Thelma & Louise", querem viver uma grande aventura. Os três cuidam da videoteca da instituição onde moram e costumam assistir a diversas produções. Daí o motivo de, durante o filme, eles citarem longas famosos, como "Cidade de Deus", "Tropa de Elite". Há também referências aos Beatles e ao brasileiro Raul Seixas.
Para a fuga, os jovens pegam o Karmann-Ghia do jardineiro (Lima Duarte) e vão em busca de três sonhos: Stalone (Ariel Goldenberg) quer ver o mar, Aninha (Rita Pokk) quer se casar e Márcio (Breno Viola) tem o sonho de voar.
O road movie "Colegas" conta com atores que têm Down, o que oferece realismo à produção. A fita tem o papel social de retratar o preconceito que muitos têm em relação a essas pessoas, mas ao mesmo tempo desmistifica algumas "verdades", como o fato de eles terem dificuldade em se relacionar, se comunicar e até mesmo decorar textos.
Com diálogos cheios de humor e ditos populares, o filme tem uma boa ideia de argumento, mas não significa que ele foi bem executado. A começar pela narração em off de Lima Duarte que enfatiza aquilo que está sendo mostrado na tela. Ou seja, desnecessário.
Outro problema que pode ser reparado no filme dirigido por Marcelo Galvão é a dificuldade que o espectador encontra em situar a história no tempo. Por exemplo: ao mesmo tempo em que o policial possui telefone celular, o telefone fixo é de disco. Os carros são antigos, mas os personagens citam "Tropa de Elite" (que estreou em 2007). Sem contar o fato de eles estarem no sul do país e, de carona com um caminhão cuja empresa está localizada no interior paulista, vai parar em Buenos Aires. Simplesmente não existe nexo e deixa o espectador perdido no tempo e no espaço.
A fita também não sabe para quem ela está falando, uma vez que não se trata de um filme infantil nem de tema adulto. Com a dificuldade que se tem de divulgação e exibição, seria importante ter foco.
"Colegas" tem um diferencial, quando mostra o lado positivo da síndrome de Down, ainda que os jovens saem da instituição sem permissão e executem pequenos roubos com armas de brinquedo. Mas em muitas situações ferem a capacidade que o espectador tem de pensar.
O longa-metragem venceu, durante o Festival de Gramado 2012, as categorias Longa-Metragem Brasileiro, Direção de Arte e prêmio especial concedido pelo júri a cada um dos três protagonistas.
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