segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cilada.com


  Tatiana Babadobulos



Cilada.com. Brasil, 2011. Direção: José Alvarenga Jr. Roteiro: Bruno Mazzeo, Rosana Ferrão. Com: Bruno Mazzeo, Fernanda Paes Leme, Serjão Loroza, Marcos Caruso, Augusto Madeira, Fulvio Stefanini, Thelmo Fernandes, Carol Castro, Fabiula Nascimento, Dani Calabresa. 90 minutos.

Depois de terminar o namoro por conta de uma traição pública, Bruno (Bruno Mazzeo) é alvo da vingança da namorada, Fernanda (Fernanda Paes Leme). E é justamente essa vingança que vai resultar o verdadeiro enredo do longa-metragem “Cilada.com”.

Isso porque ela resolve colocar um vídeo do ex-namorado na internet em uma situação constrangedora. Mas o problema maior é que ele mexe com a virilidade masculina, com a sua vaidade, já que ele sofre de ejaculação precoce. Porém, o vídeo se espalha com uma velocidade incrível, como é comum quando se fala da rede mundial de computadores, e Bruno pensa em um jeito de como reverter essa situação, já que caiu em uma cilada. Na ânsia de tentar consertar a sua reputação, Bruno só aumenta o problema.

E é justamente a partir da ideia que recebe do amigo Sandro (Augusto Madeira), que o filme se alimenta e surgem algumas piadas. Trata-se de uma comédia, mas também com um toque de  romance. O problema é que muitas vezes a piada não funciona, é forçada, sem graça e chega ao ponto da grosseria, principalmente por conta da escatologia, de algumas serem até preconceituosas. Outro ponto negativo são as cenas previsíveis: é chato para o espectador adivinhar o que será mostrado na sequência.







O filme é baseado na série de televisão “Cilada”, lançada em 2005 pelo canal a cabo Multishow. Bruno Mazzeo também atua como roteirista do longa-metragem, que tem direção de José Alvarenga Jr. ("Divã"). O diretor, que não trabalhou como diretor no seriado, conta que, para levar o seriado da televisão para o cinema, foi necessário pegar “o que tinha de bacana no seriado e ampliar para o cinema”. “Achava que o seriado tinha uma carga emocional que não era explorada no cinema”, completa. Outra questão é que, segundo Alvarenga, no cinema é possível dizer mais coisas que na TV. “O cinema permite o que não é possível explorar na televisão. O cinema é uma escolha, a pessoa está lá para ver o filme; a televisão chega na casa da pessoa.”

Há problemas também com a direção de arte, como o banheiro diferente em duas ocasiões, e até de referências, como as moças que tomam cerveja direto da garrafa em uma festa de casamento.

“Cilada.com” mostra o poder da internet e o limite cada vez menor entre o privado e o público. Em muitas cenas, o filme não funciona, diferentemente do seriado, principalmente por falta de timing de comédia e por estender demais determinados assuntos, que talvez funcionasse se fosse mais rápido. Uma pena.

 Mesmo que o filme tenha acabado de estrear, a produção é otimista. Já tem a sequência do filme confirmada. “Só falta a história”, arremata Bruno.

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