Antonio Carlos Egypto
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Bugonia |
BUGONIA. Reino Unido.
Direção: Yorgos Lanthimos. Com
Emma Stone, Jesse Plemons, Aidan Delbis, Stavros Halkias, Alicia Silverstone.
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Cabelo, Papel, Água |
CABELO, PAPEL, ÁGUA é um documentário poético
vietnamita. Dirigido por Nicolas Graux e
Truong Minh Quy. Coprodução belga e
francesa. Focaliza uma mulher
septuagenária que nasceu numa caverna e vive num vilarejo envolta pela
natureza, pelos elementos básicos da existência e da sobrevivência, mas sai
para ir a Hanói ajudar sua filha no parto e com o bebê. Descobre uma cidade imensa, que a confunde,
onde as pessoas têm dificuldade para lidar com necessidades básicas, como a
alimentação e o trabalho. Isso a faz
sonhar com suas origens e voltar a elas em busca de paz e felicidade, enquanto
seu idioma natal, o ruc, está em vias de se extinguir. Filme bonito, contemplativo, que explora não
uma trama, mas uma realidade sensorial.
71 min.
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Duas Vezes João Liberada |
DUAS VEZES JOÃO
LIBERADA, da
diretora portuguesa Paula Tomás Marques, trata da realização de um filme sobre
uma figura perseguida pela Inquisição no século XVIII, por sua inadequação de
gênero. Ou seja, um caso de
transexualidade, quando esse conceito ainda não existia. Nem o de gênero. Mas o que se tem de registro oficial sobre a
personagem real Liberada é aberto e incompleto, dando margem a que essa
biografia possa ser contada de muitas formas, enfoques, representações. É sobre a construção da personagem, as
filmagens, as diferenças entre a concepção do diretor e da atriz lisboeta João
que a representa, as escolhas que vão sendo feitas, os conflitos. A própria mistura entre o que se filma e o
que se vive, os impasses que paralisam o filme põem em evidência concepções de
mundo, percepções distintas e a técnica cinematográfica intermediando a
expressão de tudo isso. O ato de fazer
cinema é explicitado de forma bem interessante, como algo sempre in progress. Inseguro, incerto, aberto sempre. Com perguntas sem respostas. Um
constante vir a ser. 70 min. (Da Competição Novos Diretores, para aqueles
que estão no primeiro ou segundo longa-metragens.)
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Corpo Celeste |
CORPO CELESTE, produção do Chile,
dirigida por Nayra Ilic García, focaliza a figura da jovem Celeste, de 15 anos,
em bela viagem a uma praia próxima do icônico deserto de Atacama, cuja
experiência virá a tornar-se traumática para ela e para a família. Quando retorna ao Atacama, atraída por um
eclipse solar, tudo já está mudado nela, nas pessoas com quem ela conviveu e no
lugar. A ditadura de Pinochet já
terminou, mas suas marcas afetam tanto esse lugar e o país como as vidas, entre
elas, a de Celeste, em busca de se encontrar.
Belas locações, mas uma narrativa algo dispersa e fria, que não chega a
envolver os espectadores. 97 min. (Também faz parte da Competição Novos Diretores).
@mostrasp
#49mostra
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