Antonio Carlos Egypto
ANORA, produção
estadunidense, dirigida por Sean Baker, chegou à 48.a Mostra Internacional de
Cinema de São Paulo com a chancela da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Mas a gente se surpreende com essa escolha.
A
história envolve uma prostituta do Brooklin que vê a chance de mudar de vida ao
se casar em Las Vegas com o filho de um oligarca russo, totalmente sem noção,
que queima dinheiro nos Estados Unidos em sua temporada por lá, e se comporta
como um tresloucado, obcecado pelos prazeres do sexo, recém descobertos. Claro que seu “casamento” será posto à prova
pela família do “noivo”. E a
profissional do sexo, naturalmente, lutará para mantê-lo.
O filme é uma comédia amalucada, em
que os excessos estão visíveis:
quebradeiras, gritarias, xingamentos, vômitos, destruições. Há que se reconhecer que a comédia funciona,
produz risadas, tem sacadas interessantes aqui e ali, mas, no conjunto, beira o
nada. O que terá acontecido com o
Festival de Cannes? Não tinha nada
melhor para premiar?
Acrescento
agora minha surpresa ao ver que o filme também está bem cotado para melhor
filme no Oscar 2025. Não o revi , nem teria interesse, mas começo a me
questionar o que foi que eu não vi, ou não notei como mérito em
“Anora”.
Bem, além de reconhecer que como comédia ele funciona, a atriz principal Mikey Madison é mesmo muito boa. Seu desempenho é forte e marcante. Mas o filme é um entretenimento que peca pelo excesso e não tem nada de importante a dizer. E, com certeza , há sim, filmes melhores do que esse na lista dos 10 indicados ao Oscar na categoria principal. A começar, é claro, pelo brasileiro “Ainda Estou Aqui”. Torcidas, à parte. 138 min.
MARIA CALLAS (Maria), produção
internacional que envolve Itália, Alemanha e Estados Unidos, dirigido pelo
conceituado diretor chileno Pablo Larraín, é um espetáculo
cinematográfico/musical de peso. Dá o
devido e merecido destaque ao canto daquela que foi a maior na ópera em todo o
mundo: Maria Callas (1923-1977). O foco
do filme, porém, é o período de decadência, de perda progressiva da voz de
Callas, associado a seus problemas de saúde, em grande parte decorrentes do uso
abusivo de remédios e, claro, dos excessos da profissão. O brilhantismo vem dos flash-backs e das gravações.
Angelina Jolie vive muito convincentemente a diva do canto lírico, ao
lado de outros colegas do elenco, como Pierfrancesco Favino e Alba
Rohrwacher. Foi o filme de abertura da
Mostra 48. Concorre apenas ao Oscar 2025 de melhor fotografia. 123 min.
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