quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

ANORA e CALLAS

Antonio Carlos Egypto

 

 


ANORA, produção estadunidense, dirigida por Sean Baker, chegou à 48.a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com a chancela da Palma de Ouro no Festival de Cannes.  Mas a gente se surpreende com essa escolha.

 

A história envolve uma prostituta do Brooklin que vê a chance de mudar de vida ao se casar em Las Vegas com o filho de um oligarca russo, totalmente sem noção, que queima dinheiro nos Estados Unidos em sua temporada por lá, e se comporta como um tresloucado, obcecado pelos prazeres do sexo, recém descobertos.  Claro que seu “casamento” será posto à prova pela família do “noivo”.  E a profissional do sexo, naturalmente, lutará para mantê-lo.

 

  O filme é uma comédia amalucada, em que os excessos estão visíveis: quebradeiras, gritarias, xingamentos, vômitos, destruições.  Há que se reconhecer que a comédia funciona, produz risadas, tem sacadas interessantes aqui e ali, mas, no conjunto, beira o nada.  O que terá acontecido com o Festival de Cannes?  Não tinha nada melhor para premiar?

  

Acrescento agora minha surpresa ao ver que o filme também está bem cotado para melhor filme no Oscar 2025. Não o revi , nem teria interesse, mas começo a me questionar o que foi que eu não vi, ou não notei como mérito  em  “Anora”.

 

Bem, além de reconhecer que como comédia ele funciona, a atriz principal Mikey Madison é mesmo muito boa. Seu desempenho é forte e marcante. Mas o filme é um entretenimento que peca pelo excesso e não tem nada de importante a dizer. E, com certeza , há sim, filmes melhores do que esse na lista dos 10 indicados ao Oscar na categoria principal. A começar, é claro, pelo brasileiro “Ainda Estou Aqui”. Torcidas, à parte. 138 min.



 


 

MARIA CALLAS (Maria), produção internacional que envolve Itália, Alemanha e Estados Unidos, dirigido pelo conceituado diretor chileno Pablo Larraín, é um espetáculo cinematográfico/musical de peso.  Dá o devido e merecido destaque ao canto daquela que foi a maior na ópera em todo o mundo: Maria Callas (1923-1977).  O foco do filme, porém, é o período de decadência, de perda progressiva da voz de Callas, associado a seus problemas de saúde, em grande parte decorrentes do uso abusivo de remédios e, claro, dos excessos da profissão.  O brilhantismo vem dos flash-backs e das gravações.  Angelina Jolie vive muito convincentemente a diva do canto lírico, ao lado de outros colegas do elenco, como Pierfrancesco Favino e Alba Rohrwacher.  Foi o filme de abertura da Mostra 48. Concorre apenas ao Oscar 2025 de melhor fotografia.  123 min.

 

 

 

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