domingo, 9 de julho de 2023

CINE SATO



Antonio Carlos Egypto

 

 



Um novo cinema está sendo lançado no bairro da Liberdade, em São Paulo, o cine Sato ou Sato Cinema.  Vinculado ao edifício da Bankyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – e ao Museu Histórico da Imigração Japonesa, com entrada direto pela rua São Joaquim.  Portanto, um cinema de rua.  Administrado pela Sato Company, estará dedicado à exibição de filmes japoneses, principalmente, mas ampliando para coreanos e chineses, ou seja, produção audiovisual asiática. 

 

Com equipamentos atualizados para boa qualidade de projeção cinematográfica, ocupará um auditório que desenvolve outras atividades e eventos, além do cinema e que, incluindo o mezanino, é uma sala de 1100 lugares.  Pelo menos no início de suas atividades, a programação do cinema estará reduzida aos finais de semana.  No mês de julho, com cinco sessões aos domingos, nos dias 16, 23 e 30. 

 


A julgar pela sala de espera montada, o destaque será para as animações, envolvendo super heróis asiáticos, títulos do acervo da Sato, clássicos de Bruce Lee, por exemplo, e novos lançamentos.  Os primeiros filmes que estão previstos na programação incluem “O Deus do Cinema”, um belo filme do diretor Yôji Yamada, exibido recentemente em São Paulo.  Os outros títulos são “The Promised Neverland”, um filme de ação, aventura e drama, inspirado numa série mangá, “Human Lost”, uma ficção científica passada no ano 2036, e “Kamen Rider Zero One: Real X Time”, envolvendo ação e ficção científica, em exibição dublada.  Os demais passam legendados.  Todos são produções japonesas recentes.

 

A ideia de um novo cinema de rua na Liberdade faz lembrar do histórico cine Niterói, que, de 1953 a 1968, na rua Galvão Bueno, teve um papel fundamental na difusão do cinema e da cultura japonesa na cidade, quando pouco se conhecia deles, até então, no mercado exibidor da época.  E também era uma sala enorme.

 


O problema é a viabilidade de um cinema com mais de mil lugares nos dias de hoje, algo que não existe mais em São Paulo.  Ainda que restrito aos finais de semana, poucos dias de exibição por mês, não é fácil trazer um público tão grande à sala de cinema.  O desafio é enorme.  A Sato parece confiante no êxito e na ampliação da empreitada.  Tomara que esteja certa na sua ousadia.  O momento é de comemoração e marca também o 115º. Aniversário da imigração japonesa no Brasil.

 

 

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