Antonio Carlos Egypto
Do Japão veio um dos melhores filmes da
Mostra 45, RODA DO DESTINO (A Guzen to Sozo), de
Ryusuke Hamaguchi (de “Asako I e II”), agora entrando no circuito exibidor. Composto
por três histórias distintas, que envolvem a vida de mulheres em encontros em
que a complexidade das relações humanas e amorosas é
evidenciada. Tudo acontece, aparentemente, por acaso. Ou
por obra do destino. E se dá de uma forma poética, por meio da
palavra. É um filme de erotismo verbal. O sexo valorizado
pela linguagem literária, ou por expressivo relato de encontro
amoroso. Ou, ainda, pela memória do passado, que vem novamente à
tona. Numa das narrativas, predomina o triângulo amoroso que irrompe
de modo inesperado, cheio de sensualidade. Em outra, uma aluna tenta
seduzir seu mestre, lendo em voz alta um trecho erótico do romance que ele
escreveu. E isso se dá de porta aberta. Na última história,
o encontro casual de duas mulheres acontece ao se reconhecerem cruzando uma
escada rolante. Uma longa e profunda conversa vai se dar quando uma
vai à casa da outra e descobertas fundamentais virão
daí. Simplesmente encantador em sua aparente simplicidade. E
extremamente cativante e eficiente nas três diferentes situações, uma melhor do
que a outra. No elenco, Kotone Furukawa, Kiyoshiko Shibukawa,
Katsuri Mori, Fusako Urabe. 121 min.
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