Antonio Carlos Egypto
BEN-HUR
(Ben-Hur). Estados Unidos, 2015. Direção: Timur Bekmambetov. Com Jack Huston, Toby Kebbel, Rodrigo Santoro, Morgan Freeman, Sofia
Black, Ayelet Zurer, Pilou Asbaek. 119
min.
Lew Wallace (1827-1905), escritor e militar
norte-americano, além de advogado, diplomata e estudioso da Bíblia, publicou em
1880 um romance que faria história: “Ben-Hur, a Tale of the Christ”. O personagem fictício Judah Ben-Hur, um
príncipe judeu, traído por seu amigo de infância (irmão de criação?), o romano
Messala, acaba nas galés, escravizado.
Foge, recupera sua liberdade, se prepara e acaba voltando para se vingar
de Messala, numa violenta corrida de bigas, dessas que envolvem vida e morte. Contemporâneo de Jesus Cristo, acaba aderindo
aos ensinamentos do Mestre, aquele que o acolheu num momento de desespero,
oferecendo-lhe água, a despeito da proibição dos soldados romanos.
O cinema sempre flertou com esse romance, desde os
seus primórdios. A primeira adaptação
foi um curta-metragem de 15 minutos, dirigido pelo canadense Sidney Olcott, em
1907, quando o cinema ainda engatinhava.
Em 1925, o cinema silencioso dos Estados Unidos produziu o primeiro
longa baseado no romance, “Ben-Hur: Uma narrativa de Cristo”, dirigido por Fred
Niblo, com um grande astro do cinema da época: Ramón Novarro. É uma produção caríssima e avançada, para o
período.
Foi em 1959 que William Wyler (1902-1981) dirigiu a
superprodução “Ben-Hur” como um grande épico e super espetáculo, que abocanhou
11 Oscars e teve Charlton Heston no papel principal. Aquela produção envolveu cerca de 300 sets de
filmagem, 100 mil figurinos e 8 mil figurantes, segundo informações do DVD que
a Warner lançou do filme no mercado brasileiro.
Ou seja, uma coisa grandiosa. E
muito bem-feita.
No entanto, o cinema de Hollywood volta à carga e
produz uma nova versão do mesmo romance, só que agora adaptado pela trineta do
autor, Carol Wallace, que pretendeu reescrever a história de forma atualizada e
mais acessível. Precisava? Tenho minhas dúvidas.
Do ponto de vista cinematográfico, o que sempre
interessou, e continua interessando nessa narrativa, foi a corrida de
bigas. Ela praticamente domina o filme
de 1907, é o principal destaque em 1925 e se tornou uma cena antológica do
cinema, no filme de William Wyler. No
atual remake, não é diferente. Os efeitos especiais mais modernos, a tela
IMAX e o 3D dão pleno destaque ao que interessa ao público ver: a famosa
corrida de bigas, agora em 2016. É
inegável o impacto que causa, sempre causou, a tal corrida, nos filmes
Ben-Hur. Na atual adaptação, não só a
corrida, mas praticamente todo o filme, aposta em cenas impactantes. A pretensão é ser superlativo, espetáculo em
todos os sentidos. Que procura reforçar
a visão judaico-cristã do mundo.
O elenco, capitaneado por Jack Huston, no papel
título, e Toby Kebbel, no de Messala, ainda tem o brasileiro Rodrigo Santoro
como Jesus Cristo. Uma curiosidade: no
filme de 1959, Cristo era citado e aparecia apenas de costas. Aqui, ele entra na história de forma mais
clara. Morgan Freeman, o mais famoso e
conhecido do elenco, está no papel do sheik Ilderim. Sofia Black e Ayelet Zurer são as estrelas
femininas do filme. Portanto, essa
superprodução não é um filme de grandes astros.
Mas deve corresponder às expectativas de entretenimento das
plateias. Afinal, é um blockbuster, que, como de costume, vai
invadir um grande número de telas de cinema e contará com uma grande promoção
midiática. Deve ajudar o Rodrigo Santoro
a alavancar ainda mais sua carreira internacional. Merecidamente.
Para mim Ben Hur é um dos filmes mais criativos de Morgan Freeman. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes comedia atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Também desfrutei muito sua atuação no filme Apenas o Começo, cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção e muito bom filme. É uma historia que vale a pena ver.
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