terça-feira, 14 de junho de 2016

Um Amor à Altura


Tatiana Babadobulos




UM AMOR À ALTURA (Un Homme à la Hauter). França, 2016. Direção: Laurent Tirard. Com Jean Dujardin, Virginie Efira e Cédric Kahn. 98 min.


Há quem duvide que filme francês pode ser leve. Existe um estereótipo (errado) de que, se o filme é francês, é “cabeça”, “possui muitos diálogos”, “não tem final”.


Claro que estereótipos não aparecem à toa. Mas, sob essa perspectiva, está aí “Um Amor à Altura” (“Un Homme à la Hauter”) para desmentir qualquer padrão.

Escrito e dirigido por Laurent Tirard, o longa-metragem tem estreia prevista para o dia 4 de agosto nos cinemas brasileiros, mas já pode ser visto durante a edição de 2016 do Festival Varilux de Cinema Francês.

A comédia romântica é um remake do argentino “Coração de Leão – O Amor não tem Tamanho” (2013), de Marcos Carnevale. Como o longa sul-americano não foi exibido comercialmente na França, o diretor foi convidado pela produtora a assistir ao filme.

E, então, lhe foi lançado o desafio. “Tirar clichês melodramáticos sul-americanos e acrescentar um ‘caldo’ mais europeu”, conta Tirard, no material distribuído para a imprensa.



Na trama, Diane (a bela atriz belga Virginie Efira) é uma advogada recém-divorciada, que se dá bem com o ex-marido –ambos dividem o escritório de advocacia. Até que um dia recebe um telefone em casa. A ligação vem de alguém que encontrou o seu celular perdido em um restaurante e quer muito devolvê-lo pessoalmente.

Do outro lado da linha está Alexandre (Jean Dujardin). Arquiteto de sucesso, convenceu a moça a ir encontrá-lo durante um café, já que ela recusou o almoço e o jantar com um estranho.

Jean Dujardin ficou mundialmente conhecido por seu papel no filme “O Artista”. Por sua atuação e pela ousadia do longa silencioso, em preto e branco, em pleno século 21, o longa ganhou cinco Oscars.

Os cartazes de divulgação, o trailer e até mesmo o longa no qual fora inspirado entregam que o amor que vai surgir entre os dois não é comum. A moça vai ter de quebrar a barreira do preconceito para se entregar a um anão me mede menos de um metro e meio de altura. A questão do espectador, porém, é: Dujardin, o charmoso protagonista de “O Artista” não pode estar fazendo este papel, afinal, ele é alto.



Além de efeitos especiais pós-produção, foram utilizados recursos no set de filmagem, de forma mais artesanal. “Foram usados truques simples, como colocar Jean de joelhos e filmá-lo apenas dos ombros para cima ou forçar perspectivas colocando-o mais distante, de forma que ele parecesse menor”, explica o diretor no material de divulgação para a imprensa.

O romance dos dois tira proveito do bom humor, de um casal que ri de si mesmo, embora demore para chegar a esse ponto. De qualquer maneira, o espectador vai se divertir com os apelidos clichês que o rapaz vai receber e, embora possa parecer preconceituoso, é bastante espirituoso e carismático.

Um Homem à Altura” prova que o amor pode ser algo maior que o espelho pode dizer e que, pequeno mesmo, é o coração de quem não enxerga isso, tal como uma personagem nos abre os olhos.


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