quinta-feira, 21 de junho de 2012

SOMBRAS DA NOITE

 Antonio Carlos Egypto



SOMBRAS DA NOITE  (Dark Shadows).  Estados Unidos, 2011.  Direção: Tim Burton.  Com Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Eva Green, Chloë Grace Moretz, Jonny Lee Miller.  113 min.

Tim Burton é um diretor reconhecido, não só por seu talento, mas pelo seu estilo gótico, que inclui o gosto por ambientes noturnos, escuros, lúgubres, e uma atração pelo esquisito, mas recheados de bom humor.  Aparentemente, tudo começou com dois filmes da série Batman, que ele dirigiu em 1989 e 1992.  Mas a solidificação desse estilo parece ter alcançado seus pontos altos na parceria com o ator Johnny Depp, capaz de representar os tipos mais estranhos, com total credibilidade.  Ele tem sido o protagonista de vários times de Burton.  Em 1990, “Edward, Mãos de Tesoura”, em 1994, “Ed Wood”, o pior cineasta do mundo, em 1999, “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”, em 2007, “Sweeney Todd – o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.  Mesmo quem não viu algum desses filmes percebe do que se trata.  E que nada de convencional pode ser encontrado nesses trabalhos.  Isso nem mesmo acontece nas refilmagens de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” ou “Alice no País das Maravilhas”, outras parcerias do diretor com o ator.



Chegou a vez de “Sombras da Noite”, entrando agora nos cinemas.  O longa toma por base uma série de TV do final dos anos 1960, da qual Tim Burton se diz um fã declarado, sobre a estranha família Collins.  Tal família se desloca de Liverpool, na Inglaterra, para os Estados Unidos, em busca de vida nova.  Já para fugir de uma maldição misteriosa que a atormentava no longínquo século XVIII.

Por intermédio da exploração da pesca, acabam por deter um império e uma riqueza, representados pela mansão Collinwood, em Collinsport, no Maine.  Barnabas Collins (Johnny Depp), uma espécie de playboy da época, parte o coração de Angelique Bouchard (Eva Green), uma bela bruxa que irá puni-lo com algo pior do que a morte: transformá-lo em vampiro e enterrá-lo vivo.  Isso, em 1752.


Ocorre que, dois séculos depois, ele será libertado por engano, aparecerá em 1972 e buscará sua mansão, agora decadente, praticamente em ruínas.  É das peripécias, amores, aventuras e profundo estranhamento com o mundo excessivamente iluminado e colorido, psicodélico, dos anos 1970, que se comporá o longa desse esquisito e divertido personagem.  Mais um vampiro para uma infindável coleção deles, na história do cinema.  Só que a junção dos talentos de Tim Burton e Johnny Depp garante uma diversão de alto nível e qualidade de imagens impecável.  A brincadeira resulta estimulante e tem graça, sem faltar, é claro, os esperados efeitos especiais que agregam charme à trama.  O elenco é estelar.  Inclui, ainda, Michelle Pfeiffer e Helena Bonham Carter, em papéis de destaque.



Isto posto, não dá para reclamar desse gênero de cinema de entretenimento.  Esse vampiro tem muito charme e deve conquistar o público que for vê-lo.  Como se trata de um blockbuster, muito bem divulgado, não devem ser poucos os que irão encará-lo.  Pois, então, relaxem e aproveitem. Se puderem, claro.

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