quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sete Dias com Marilyn


Tatiana Babadobulos

Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn). Estados Unidos e Reino Unido, 2011. Direção: Simon Curtis. Roteiro: Adrian Hodges. Com: Michelle Williams, Eddie Redmayne e Kenneth Branagh. 99 minutos


Na primeira vez em que a diva do cinema Marilyn Monroe colocou os pés no Reino Unido, em 1956, causou alvo­roço. Era sempre assim, onde quer que ela fosse. O objetivo da “visita” era trabalhar no filme do diretor Laurence Oli­vier, “O Príncipe Encantado”. As filmagens não foram muito tranquilas, pois, mesmo sendo uma estrela, Marilyn estava insegura com o papel e o diretor se irritava com facilidade.

Os bastidores do set de filmagem viraram o longa-metragem “Sete Dias com Marilyn” (“My Week with Marilyn”), contados sob o olhar do jovem Colin Clark (Eddie Redmayne, de “A Outra” e “O Bom Pastor”), em seu primeiro trabalho no cinema.

O rapaz, recém-graduado em Oxford, queria ser cineasta e foi procurar emprego em Londres com o sir Laurence (Kenneth Branagh, de “Operação Valquíria”). Infernizou a vida do diretor, até que conseguisse ficar na produção. A princípio, atendia ao telefone, servia o chá. Mas quando começaram as filmagens, ele foi a principal liga­ção entre Marilyn e o set. Isso porque a atriz brigaou com o marido por ciúmes e ele voltou para a América. Solitária e com medo de ser abandonada, a diva se aproveita da juventude e ingenuidade do rapaz sete anos mais novo, que a faz ver o mundo mais colorido e simples, longe do glamour que vive.


O longa-metragem é baseado no livro “My Week with Marilyn”, escrito pelo próprio Colin Clark, lançado anos depois do primeiro livro, intitulado “The Prince, the Showgirl and Me”. Isso porque ele guardou para mais tarde a história mais apimentada sobre a semana na qual passaram juntos.

Pelo filme, o espectador repara que Marilyn Monroe, aqui vivida por Michelle Williams (“O Segredo de Brokeback Mountain”), e que recebeu indicação ao Oscar por sua interpretação (mas acabou perdendo para Meryl Streep, em “A Dama de Ferro”), era uma típica garota americana, que não sabia um pingo de história universal, mas era extremamente bonita, sexy e talentosa.

Com toques de humor, “Sete Dias com Marilyn” mostra, inclusive, que Marilyn Monroe era a mulher mais famosa do mundo e mais reconhecida por seu retrato e jeito, do que propriamente por seus filmes, além da falta de entendimento da atriz com o diretor, que também atuou na fita. Trata-se de um belo filme, principalmente por conta de grandes atuações, a contar de Michelle Williams, que, além de talentosa, ficou realmente parecida com a estrela de Hollywood.

Um comentário:

  1. FRANCISCO MONTEAGUDO3 de maio de 2012 às 13:14

    So uma observação sobre o comentário de "Sete Dias com Marilyn" - Marilyn não brigou com Arthur Miller por ciumes, mas sim porque ela leu anotações bem desagradaveis que êle tinha feito sobre ela. Numa cena do filme, Marilyn até diz que êle deixara as anotações num local que ela pudesse ver... e ler. As tais anotações eram um embrião da peça "After the Fall" (no Brasil encenada como Depois da Queda, com Maria Dela Costa, de peruca loira e tudo a la Marilyn), muito criticada na epoca pelas referências negativas à Marilyn, pois ela dera enorme apôio a êle quando da perseguição que sofreu por Mac Carthy (no início do filme fica patente o apôio, pois Marilyn só iria para a Inglaterra se Miller, acusado de comunista, também pudesse ir).
    Um abração, Francisco Monteagudo.

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