Tatiana Babadobulos
Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux). França, 2010. Direção: Xavier Beauvois Roteiro: Xavier Beauvois e Etienne Comar. Com: Lambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Rabourdin, Philippe Laudenbach, Jacques Herlin, Loïc Pichon, Jean-Marie Frin, Olivier Perrier e Xavier Maly. 122 minutos.
Em primeiro lugar na bilheteria mundial, a animação “Rio”, que estreou na semana passada, tomou conta das salas de cinema do país. Ao todo, foram mil cópias. Já sabendo do efeito que o longa-metragem do brasileiro Carlos Saldanha teria (mais de 1,1 milhão de pessoas assistiram ao filme no cinema nos três primeiros dias), foram apenas quatro estreias no dia 8.
Nesta sexta-feira, 15, o quadro não muda muito. Serão cinco estreias ao todo: o nacional “Amor?”, o documentário francês “Bebês”, a ficção científica “Eu Sou o Número Quatro”, o terror “Pânico 4” e o aguardado “Homens e Deuses”, produção francesa, vencedora do Grand Prix do Festival de Cannes, no ano passado. O mesmo festival, aliás, que premiou “O Profeta”, em 2009, e “Gomorra”, em 2008.
A trama de “Homens e Deuses” (“Des Hommes et des Dieux”), que tem direção de Xavier Beauvois e roteiro escrito a quatro mãos juntamente Etienne Comar, é baseada na história real dos monges franceses que faziam trabalho missionário na Argélia, país árabe e ex-colônia da França.
Em uma época na qual a igreja pouca influência tem sobre as pessoas, principalmente longe dos domínios do cristianismo, o longa-metragem discute problema político que se passa no final dos anos 1990 e usa os diálogos para mostrar o que acontece por ali. Nas imagens, as matanças são momentos bastante duros.
Mesmo que tenham poucas influências no mundo atual, os monges fazem visitas em toda a comunidade onde atuam e também prestam serviços médicos. E, para combater o mal, rezam e cantam. A música dos monges, aliás, é a única que compõe a trilha sonora da fita que tem duração de 122 minutos. Talvez isso possa ser um pouco cansativo para quem está acostumado com os filmes barulhentos exibidos no cinema, principalmente de produção norte-americana.
“Homens e Deuses” é intimista a partir do olhar do diretor e na medida que insere o espectador na trama, mas também mostra os sequestros e os assassinatos, além do confronto entre o governo e os extremistas que queriam tomar o poder.
Liderados por Christian (Lambert Wilson), os monges Luc (Michael Lonsdale), Christophe (Olivier Rabourdin), Celéstin (Philippe Laudenbach), Amédée (Jacques Herlin), Jean-Pierre (Loïc Pichon), Paul (Jean-Marie Frin ), Bruno (Olivier Perrier) e Michel (Xavier Maly) decidem, em meio ao conflito, se voltam para a França ou continuam prestando o serviço ao qual se propuseram, mesmo sabendo que são alvo dos terroristas, principalmente por aqueles que invadem o mosteiro a fim de roubar remédio.
“Homens e Deuses” mostra a mistura de fatos e atos praticados pelos homens que são contra as leis de Deus mas, ao mesmo tempo, o que poderiam os monges fazer senão cuidar da comunidade onde viviam e enfrentar o mal?
Ao final, o destino de cada um deles é revelado. Triste demais, mas um belíssimo filme, capaz de fazer o espectador refletir e situá-lo nos dias atuais. Que dias!
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