Valerio Zurlini (1926-1982) é um dos grandes
cineastas do chamado período clássico do cinema italiano, as décadas de
1950-1960 e 1970, em que se destacaram nomes como Fellini, Antonioni, Visconti,
Pasolini, De Sica, Rossellini. Zurlini
faz parte desse timaço de realizadores com todos os méritos. Mas seu cinema ainda é menos conhecido do que
o dos chamados grandes mestres italianos.
Por isso ganha relevância uma mostra de seus filmes, que está
acontecendo de 03 a 08 de setembro de 2024, no
Centro Cultural São Paulo, sala Lima Barreto, na rua Vergueiro, 1000.
Valerio Zurlini fez muitos curta-metragens e apenas
oito longas em sua carreira. Seis desses
oito longas estão sendo exibidos nessa mostra.
Todos grandes obras do cineasta de Bolonha, que interagia com a literatura
e a pintura, em busca de compreender, de forma esteticamente elaborada, as
ações e sentimentos humanos em sua desafiadora complexidade. Contextualizando os conflitos e
relacionamentos com o seu tempo e os vínculos com as batalhas, tanto da vida amorosa
e familiar quanto das guerras e disputas políticas na sociedade.
Comecemos por VERÃO
VIOLENTO (Estate Violenta), de
1959, que aborda a política fascista de Mussolini, com um elenco que inclui
Eleonora Rossi Drago, Jean-Louis Trintignant, Jaqueline Sassard, Enrico Maria
Salerno.
A MOÇA COM A VALISE (La Ragazza con la Valigia), de 1960, um dos
meus favoritos, conta com Claudia Cardinale, esplendidamente bela, Jacques Perrin
e Gian Maria Volonté no elenco. DOIS DESTINOS (Cronaca Familiare), de 1962, destaca
Marcelo Mastroianni e Jacques Perrin, nos papéis de irmãos distantes com
diferentes visões de mundo, em grandes desempenhos.
Em 1965, MULHERES
NO FRONT (Le Soldatesse) fala de
prostitutas convocadas para a guerra para animar os soldados e traz atrizes
como Ana Karina, Marie Laforet, Lea Massari e Valeria Moriconi.
A
PRIMEIRA NOITE DE TRANQUILIDADE (La
Prima Notte di Quiete), de 1972, traz o grande Alain Delon, recém falecido,
como um atrativo a mais, ao lado de Giancarlo Giannini, Lea Massari e Alida
Vali. E O
DESERTO DOS TÁRTAROS (Il Deserto dei
Tartari), de 1976, traz um elenco nada menos que espetacular. Vejam só: Jacques Perrin, Vittorio Gasman,
Max Von Sydow, Francisco Rabal, Giuliano Gemma, Philippe Noiret e Fernando Rey,
aquartelados à espera de um ataque tártaro, que parece nunca chegar.
Todos esses filmes também foram lançados em DVD, há
algum tempo, pela Versátil Home Video, em versões remasterizadas, muito boas,
que acredito ainda se encontrem no mercado.
Quem não conhece bem o diretor e gosta do cinema
italiano, que foi um dos melhores do mundo nessa época, não deve perder essa
mostra. Com mais uma vantagem: todas as
sessões são gratuitas.
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