terça-feira, 3 de setembro de 2024

VALERIO ZURLINI

                            

 Antonio Carlos Egypto 




Valerio Zurlini (1926-1982) é um dos grandes cineastas do chamado período clássico do cinema italiano, as décadas de 1950-1960 e 1970, em que se destacaram nomes como Fellini, Antonioni, Visconti, Pasolini, De Sica, Rossellini.  Zurlini faz parte desse timaço de realizadores com todos os méritos.  Mas seu cinema ainda é menos conhecido do que o dos chamados grandes mestres italianos.  Por isso ganha relevância uma mostra de seus filmes, que está acontecendo de 03 a 08 de setembro de 2024, no
Centro Cultural São Paulo, sala Lima Barreto, na rua Vergueiro, 1000.

 

Valerio Zurlini fez muitos curta-metragens e apenas oito longas em sua carreira.  Seis desses oito longas estão sendo exibidos nessa mostra.  Todos grandes obras do cineasta de Bolonha, que interagia com a literatura e a pintura, em busca de compreender, de forma esteticamente elaborada, as ações e sentimentos humanos em sua desafiadora complexidade.  Contextualizando os conflitos e relacionamentos com o seu tempo e os vínculos com as batalhas, tanto da vida amorosa e familiar quanto das guerras e disputas políticas na sociedade.

 

Comecemos por VERÃO VIOLENTO (Estate Violenta), de 1959, que aborda a política fascista de Mussolini, com um elenco que inclui Eleonora Rossi Drago, Jean-Louis Trintignant, Jaqueline Sassard, Enrico Maria Salerno. 

 




A MOÇA COM A VALISE (La Ragazza con la Valigia), de 1960, um dos meus favoritos, conta com Claudia Cardinale, esplendidamente bela, Jacques Perrin e Gian Maria Volonté no elenco.  DOIS DESTINOS (Cronaca Familiare), de 1962, destaca Marcelo Mastroianni e Jacques Perrin, nos papéis de irmãos distantes com diferentes visões de mundo, em grandes desempenhos.

 

Em 1965, MULHERES NO FRONT (Le Soldatesse) fala de prostitutas convocadas para a guerra para animar os soldados e traz atrizes como Ana Karina, Marie Laforet, Lea Massari e Valeria Moriconi.

 

A PRIMEIRA NOITE DE TRANQUILIDADE (La Prima Notte di Quiete), de 1972, traz o grande Alain Delon, recém falecido, como um atrativo a mais, ao lado de Giancarlo Giannini, Lea Massari e Alida Vali.  E O DESERTO DOS TÁRTAROS (Il Deserto dei Tartari), de 1976, traz um elenco nada menos que espetacular.  Vejam só: Jacques Perrin, Vittorio Gasman, Max Von Sydow, Francisco Rabal, Giuliano Gemma, Philippe Noiret e Fernando Rey, aquartelados à espera de um ataque tártaro, que parece nunca chegar.

 

Todos esses filmes também foram lançados em DVD, há algum tempo, pela Versátil Home Video, em versões remasterizadas, muito boas, que acredito ainda se encontrem no mercado.

 

Quem não conhece bem o diretor e gosta do cinema italiano, que foi um dos melhores do mundo nessa época, não deve perder essa mostra.  Com mais uma vantagem: todas as sessões são gratuitas.

 

  

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