quarta-feira, 1 de junho de 2022

ALAIN RESNAIS, 100

Antonio Carlos Egypto                                                                

 


                                       MOSTRA 100 ANOS DE ALAIN RESNAIS


A Cinemateca Brasileira está de volta e já com programação voltada ao público.  E que programação!  Nada menos do que uma homenagem à obra de Alain Resnais, por ocasião de seu centenário de nascimento.  Essa Mostra ocorre de 02 a 12 de junho, presencialmente e de forma gratuita, na sala Grande Otelo, na sede da Cinemateca, no Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, São Paulo.

 

É uma atividade em parceria com a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e com o Institut  Français.  Traz alguns dos principais filmes do cineasta, curtas-metragens menos conhecidas e uma palestra sobre a sua obra, com o prof. Cristian Borges, da ECA, USP.  (Confira a programação ao final desta matéria).

 

Um dos cineastas mais importantes da história do cinema foi o francês Alain Resnais (1922-2014).  Um dos grandes criadores do cinema, Resnais se destaca por ser inovador da forma e da narrativa.  Ele embaralha o tempo, confunde a ficção com a realidade, personaliza o coletivo, separa radicalmente a música da ação, explora o inusitado do amor e do relacionamento, sob todos os ângulos possíveis.  Bem, isso e muito mais.  Para começo de conversa, ele tira o espectador da zona de conforto e quebra expectativas com um talento admirável, com a câmera.

 

Resnais tem obras absolutamente geniais, como “Hiroshima, mon amour” (1959), “O ano passado em Marienbad” (1961) e o documentário “Noite e neblina” (1956), indispensáveis, e estão nessa Mostra.  Filmes que implodiram a narrativa clássica e abriram novas perspectivas para o uso do tempo no cinema.  Se tivesse feito só isso, já teria deixado uma grande e decisiva marca histórica.  Mas não, ele trabalhou o tempo todo, realizando filmes incríveis e marcantes, década após década.  “Providence” (1976) e “Meu tio da América” (1980) estão entre os muitos que eu poderia citar.  Mas eu gostaria de lembrar que seus últimos filmes são grandes realizações também.  O final de sua produção artística, na verdade, foi um novo auge.  A idade avançada pode produzir trabalhos sólidos e espetaculares.  “Medos privados em lugares públicos” (2006), “Ervas daninhas” (2009) e “Vocês ainda não viram nada” (2012) são pérolas de humanismo e humor inteligente e complexo.  “Vocês ainda não viram nada” é também uma elegia ao teatro, o que se repete em “Amar, beber e cantar” (2013), seu último filme.

 

Resta-nos, agora, rever a sua obra excepcional, para lembrar que foi um dos maiores cineastas de todos os tempos.  E que, felizmente, viveu bastante e produziu muito.  O cinema, a arte, a cultura, são gratos a Alain Resnais. 

 

PROGRAMAÇÃO

Quinta-feira, 02 de junho

20:00 - Hiroshima, Meu Amor (92 min, 35mm)

 

Sexta-feira, 03 de junho

19:00 - As Estátuas Também Morrem (30 min, 35mm)

Toda a Memória do Mundo (22 min, digital)

20:00 - Mélo (112 min, digital)

 Sábado, 04 de junho

16:00 - Palestra com o Professor da ECA | USP - Dr Cristian Borges

18:00 - O Ano Passado em Marienbad (94 min, 35mm)

20:00 - Smoking (149 min, 35mm)

 Domingo, 05 de junho

18:00 - No Smoking (149 min, 35mm)

21:00 - Guernica (13 min, 35mm)

Van Gogh (20 min, digital)
Paul Gauguin (14 min, digital)
O Canto do Estireno (19min, digital)

Quinta-feira, 09 de junho

20:00 - Guernica (13 min, 35mm)

Van Gogh (20 min, digital)
Paul Gauguin (14 min, digital)
O Canto do Estireno (19min, digital)

 Sexta-feira, 10 de junho

19:00 - Muriel (112 min, 35mm)

21:00 - Stavisky... (120 min, 35mm)

 Sábado, 11 de junho

18:00 - Amores Parisienses (120 min, 35mm)

20:30 - Meu Tio da América (125 min, 35mm)

 Domingo, 12 de junho

18:00 - Noite e Neblina (32 min, 35mm)

Hiroshima, Meu Amor (92 min, 35mm)               

 

(Ingressos gratuitos disponibilizados a partir de uma hora antes de cada sessão)

 

                                                                            

 



3 comentários:

  1. Queria ver Guernica porque sou estudioso da Guerra Civil Espanhola

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  2. Que perda não poder estar em Sampa. Seus comentários criam uma grande vontade de re- visita- lo e conhecer filmes de que não cheguei a assistir

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    1. Você não consegue dar um pulo em Sampa para ver algus filmes, Aurora?

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