segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

UM BRINDE


Antonio Carlos Egypto



 

 

É hora de desejar boas festas a todos.  Mas haverá festas?  E o que há para festejar?  O fato de estarmos vivos, por certo.  Talvez não haja muito mais coisas a brindar por agora.  A esperança de uma vacina, que está bem mais próxima, e pode ser o começo de algo melhor para o momento.  De qualquer modo, é só o começo.

 

Certamente, desejo que 2021 possa ser muito melhor para todos nós do que 2020.  No entanto, como poderia ser pior?  Não sou nem capaz de imaginar.  De modo que esse desejo é de uma tal obviedade, que é dispensável.  Acontecerá. 

 

Enfim, final de ano, natal, ano novo, são rituais de marcação de tempo, que se tornam estranhos quando o tempo para.  Porque para grande parte da população 2020 não existiu, de fato.  Quem ficou sem trabalho e sem sair de casa vai se lembrar desse ano como?  E quem trabalhou de casa, no tal home office, o que achou da experiência?  Humanamente enriquecedora não creio que tenha sido.  Uma vida sem relações presenciais é um problema, não uma solução.  Quem estudou em casa, se entupiu de cursos on line e de lives, também já deve ter esgotado sua quota.

 

Vamos torcer para que 2021 sirva para nos revermos, nos encontrarmos e buscar novas saídas, que talvez ainda nem conseguimos conceber.  E possamos brindar com entusiasmo: Saúde! 

 

 

 

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