Antonio Carlos
Egypto
Os dias têm estado frios, o que pode desestimular uma
ida ao cinema. Com efeito, as
bilheterias caem na mesma proporção em que a temperatura baixa. Mas não será por falta de opção. Em São Paulo, há várias mostras em cartaz,
bons filmes já comentados aqui no cinema
com recheio e salas confortáveis em muitos lugares. Vamos dar uma passada rápida em algumas
dessas opções.
Festival
Varilux de Cinema Francês 2016
Em exibição até 22 de junho, no Cinearte, no
Cinesala, Itaú Augusta, Frei Caneca e Pompeia, Kinoplex Itaim, CEU Tiradentes,
Cinemark Villa Lobos e Caixa Belas Artes.
São pre-estreias do cinema francês contemporâneo,
além de algumas mostras específicas e debates com a participação de diretores,
atores e atrizes dos filmes apresentados.
“Lolo, o Filho da Minha Namorada”, “Chocolate, Um
Amor à Altura”, “Marguerite” e “Flórida” foram objeto de crítica no cinema com recheio, neste mês de
junho. Confira.
5ª. Mostra
Ecofalante de Cinema Ambiental
Até 29 de junho, no Reserva Cultural, Belas Artes,
Cinemateca Brasileira, Centro Cultural São Paulo, cine Olido, Biblioteca Mário
de Andrade e no recém-lançado Circuito SpCine, que atinge muitos pontos
periféricos da cidade, por meio de CEUs e Fábricas de Cultura.
São cerca de 100 filmes de mais de 20 países, todos
tratando das questões ambientais, ecologia e condições de existência no planeta
terra, incluindo alguns filmes históricos, que já vinham abordando a temática
várias décadas atrás.
6º. Panorama
de Cinema Suíço
Até o dia 22 de junho, o Cinesesc traz, como ocorre
anualmente, uma programação do cinema suíço atual, com filmes de 2014, 2015 e
2016, também com a participação de realizadores. O Centro Cultural do Banco do Brasil SP segue
até dia 26 e o do Rio de Janeiro, até o dia 27.
Entretodos
Festival de Curtas de Direitos Humanos – 9ª. edição
Até o dia 22, o Circuito SpCine também promove a
exibição de 25 curtas, 19 nacionais e 6 internacionais, que tratam das questões
de direitos humanos, de gênero, da condição feminina e do combate à
violência. Há uma mostra
infanto-juvenil, que inclui questões como racismo, bullying e empoderamento feminino.
Filme Lituano |
Filme da
Lituânia
Ainda dá tempo de ver “Paz Para Nós em Nossos
Sonhos”, filme lituano de Shanuras Bartas, que faz um interessante trabalho
envolvendo desencantos, frustrações, rotinas extenuantes, brigas familiares
insuportáveis, fome e transgressões, em relacionamentos amorosos que se
desintegram. A fotografia pálida, em
cores, dá a dimensão do drama existencial dos personagens.
Também está em cartaz, com crítica postada aqui, “Na
Ventania”, da Estônia, que é uma obra de arte.
Bons exemplos da diversidade cultural que, felizmente, estão chegando
até nós.
Trago Comigo |
TRAGO COMIGO,
filme nacional
E, para concluir, vale a pena ver “Trago Comigo”, de
Tata Amaral. Por meio do personagem
Telmo (Carlos Alberto Riccelli, em grande desempenho), um ex-diretor de teatro,
que se afastou desse trabalho para exercer funções burocráticas, volta à cena e
tem de encarar uma parte importante, esquecida, negada, que foi o período em
que atuou na luta armada contra a ditadura militar. O drama do personagem, incluindo o confronto
com os atores que representam as novas gerações incapazes de captar aquele
grave momento da vida nacional, é o drama do país, que ainda não encarou e
enfrentou plenamente um passado cheio de consequências que continuam nos
assombrando.
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