Antonio
Carlos Egypto
PETER PAN (Pan). Estados Unidos, 2015. Direção: Joe Wright. Com Levi
Miller, Garret Hedlund, Hugh Jackman, Adeel Aktar, Rooney Mara, Amanda Seyfried. 113 min.
Se o que você gosta de ver no cinema é espetáculo,
aventura e fantasia, o novo “Peter Pan”, dirigido por Joe Wright, é a sua
pedida no momento. O filme exibido no
telão em 3D é exuberante. Diversão pura.
“Peter Pan”, como seria de se esperar em produções
desse gênero, tem efeitos especiais em profusão, batalhas cheias de pirotecnia
e fantasia em altas doses. Navios que
circulam pelo ar, nesse filme, são tão banais quanto andar de metrô numa grande
cidade, num filme realista. Ou seja,
acontece a toda hora, ninguém estranha.
O menino Peter (Levi Miller), de 12 anos, que se descobre capaz de voar,
é da essência da história, já está banalizado também.
O reino das fadas e o pó que se extrai de montanhas
mágicas capazes de rejuvenescer as pessoas já não é tão rotineiro assim. Mas está lá, cheio de luzes atraentes ou
movimentadas. O filme explora a fantasia
sem pudor e isso acaba diminuindo um pouco a carga agressiva, de sopapos,
brigas, batalhas e guerras. Estão lá,
claro, mas um pouco mais equilibradas do que de costume, nesse tipo de produto
de entretenimento.
A história pretende dar uma nova visão sobre a origem
dos personagens clássicos de Peter Pan, a partir da peça The Boy Who Wouldn’t Grow Up, de J. M. Barrie. O roteiro de Jason
Fuchs, por exemplo, cria uma amizade entre Peter e Gancho (Garret Hedlund),
este antes de se tornar capitão. Eles
lutam contra Barba Negra (Hugh Jackman), que é o vilão desse filme. Peter
aparece nas primeiras cenas sendo abandonado bebê numa cestinha, em frente a
uma instituição religiosa, que acolhe crianças como essa. Em que pese tal abandono, já sabemos na
primeira sequência que a mãe de Peter é amorosa e bondosa, o que de algum modo
surpreende. Já a instituição das freiras
que cuidam dos rebentos rejeitados, essa, sim, é um horror de maus tratos,
maldade e corrupção, num clichê absoluto.
Enfim, é uma outra trama que se coloca como anterior
à que conhecemos tradicionalmente. A estratégia de marketing parece clara: é a primeira parte de uma história que se
desdobrará em vários filmes. Esse é o só
o começo. Quantos produtos renderá,
depende da bilheteria que colher, da repercussão e do sucesso junto ao público,
especialmente o infantojuvenil.
O elenco conta com atores conhecidos, mas não grandes
estrelas. Informa-se que Ryan Gosling e
Javier Barden declinaram do convite para viver os papéis do Capitão Gancho e de
Barba Negra, respectivamente. De
qualquer modo, ninguém precisa de grandes atores para viver papéis de contos de
fadas em que o que se destaca é a tecnologia cinematográfica do século
XXI. O que um ator do calibre de Javier
Barden teria a fazer aqui?
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