Antonio Carlos Egypto
A FILHA DO MEU MELHOR AMIGO (The Oranges). Estados Unidos, 2011. Direção: Julian Franco. Com Hugh Laurie, Catherine Keener, Leighton Meester, Oliver Platt,
Allison Janney, Alia Shawkat, Adam Brody.
90 min.
“A Filha do Meu Melhor Amigo” é uma comédia de
sorrisos, cinema de entretenimento, sem maiores pretensões. Mas merece atenção, tem seu charme.
Estamos em Orange Drive, subúrbio de Nova Jersey, em
que duas famílias que moram uma em frente à outra mantêm amizade. Os dois casais não primam por viver com
entusiasmo ou felicidade, nem se amam loucamente, mas tudo está acomodado, cada
coisa no seu lugar. Exceto, talvez, a
filha de um deles, Nina (Leighton Meester), que já está fora de casa há cinco
anos, envolvida com um cara que não agrada especialmente à sua mãe, Cathy
(Allison Janney). Seu pai, Terry (Oliver
Platt), é o melhor amigo de David (Hugh Laurie), casado com Paige (Catherine
Keener). O filho de David e Paige é Toby
(Adam Brody), com quem Cathy gostaria que Nina se casasse, já que seria um bom
partido. Ele está indo estudar e
trabalhar na China por algum tempo.
Nada de novo, nem surpreendente nisso. Mas, e se, quando Nina voltar, ela se
interessar, não por Toby, mas por David?
Não pelo filho, mas pelo pai, o melhor amigo de seus pais? E se David corresponder? Aí, é claro, tudo se complica, principalmente
no contexto comunitário em que todos vivem.
Essa história toda é contada a partir de Vanessa
(Alia Shawkat), filha de David e Paige, amiga/inimiga e rival de Nina. Mas nisso o foco não está bem ajustado. Na realidade, não é só a visão de Vanessa que
nos guia. Se fosse assim, as coisas
teriam de ter uma tintura emocional maior do que de fato têm. O filme começa e termina nela, mas o foco não
é claro. Quem vê as coisas desse modo,
afinal?
Algo inesperado, de um jeito ou de outro, acaba
mudando a vida de todo mundo. E é aí que
o filme mostra alguma inventividade, buscando alternativas às soluções que todos
esperam. Tudo se desarranja, mas como
poderia se rearranjar? Há inúmeras
saídas, não é necessário escolher as mais convencionais e que vão agradar o
público. Afinal, a vida não se rege
pelos roteiros cinematográficos. E, se é
assim, por que os novos roteiros deveriam seguir os antigos? Uma visão um pouco mais realista pode
mostrar-se mais efetiva e inteligente, além de provocar identificações com
muita gente que viu sua vida tomar um rumo inesperado ou improvável.
Um elenco de bons atores e atrizes, bem entrosados,
faz a trama fluir com eficiência. Faz
com que se possa pensar um pouco no assunto, rir discretamente e passar bons
momentos de frente para a tela.
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